Confira 5 ações sociambientais no The Town para minimizar impacto

Redução do lixo gerado, uso de recursos renováveis e oportunidades de geração de renda são destaque

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São Paulo (SP)

Festivais de música costumam gerar impacto socioambiental negativo. A emissão de poluentes no processo logístico, o consumo de energia e água, e a barreira social imposta pelo alto preço dos ingressos são alguns exemplos.

Decisão pelo uso de copos retornáveis e banimento dos descartáveis é parte das ações de sustentabilidade no The Town - Adriano Vizoni/Folhapress

Só em termos de lixo gerado, a última edição do Rock in Rio terminou com 378,9 toneladas de resíduos, segundo dados da Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana).

O The Town quer romper com esse ciclo, diz Roberta Medina, vice-presidente de reputação de marca da Rock World empresa que realiza o The Town e o Rock in Rio.

"Neste novo festival continuamos o compromisso de ser um agente ativo da geração de impactos positivos para o planeta", afirma a executiva.

Com relação à emissão de carbono, a companhia divulgou que fez o cálculo da pegada carbônica e que trabalha na mitigação das emissões.

Para fazer diferente, a Rock World colocou em prática em 5 ações desde a fase de montagem do evento. Confira as principais iniciativas dos organizadores do festival e principais parceiros a seguir:

1.RECICLAGEM DE AÇO

Todo o aço usado na construção dos palcos é reciclável e poderá ser reutilizado na fabricação de outros produtos. A iniciativa é resultado de uma parceria com a Gerdau.

Serão cerca de 330 toneladas do produto utilizado em estruturas fixas e temporárias, o que equivale a mais de 400 carros populares.

A produção deste tipo de aço também contribui para o trabalho de catadores de e cooperativas de reciclagem.

Foto mostra evento corporativo; na cena há um palco com uma banda e, alem dos integrantes do grupo musical, CEO da Gerdau, Gustavo Werneck, está no palco falando ao público
CEO da Gerdau, Gustavo Werneck, anuncia ações socioambientais da empresa junto ao The Town - Divulgação

"Este aço usa mais de 70% de matéria-prima reciclável na sua produção, o que impacta a vida de mais de 1 milhão de trabalhadores", explica o CEO da Gerdau, Gustavo Werneck.

2.MELHORIA HABITACIONAL EM FAVELA

A Gerdau também se juntou à ONG Gerando Falcões para apoiar o projeto Favela 3D. A iniciativa estima impactar 290 famílias com reforma de casas e praças, na Favela do Haiti, na zona leste de São Paulo.

Entre os resultados já alcançados, 67% dos espaços da comunidade foram revitalizados e 28% das moradias receberam melhorias como reformas de banheiro, troca de portas, janelas e outros itens.

"Queremos deixar um legado para a população, contribuindo em frentes como habitação e educação", afirma Pedro Torres, diretor de comunicação e relações institucionais da Gerdau.

Além disso, a frente de atuação garantiu abastecimento de água para 100% das casas térreas da comunidade e 62 caixas d’água instaladas. Uma horta comunitária também foi implantada.

Foto de área externa mostra casas pintadas com diversas cores. A fachada das residências é multicolorida, com cores chamativas como amarelo, vermelho, azul e muitas outras
Favela do Haiti, na zona leste de São Paulo. Comunidade recebeu melhorias habitacionais sob execução do projeto Favela 3D, idealizado pela ONG Gerando Falcões - Secom/Prefeitura de São Paulo

O projeto na comunidade também recebe apoio da Fundação Grupo Volkswagen, da prefeitura e do governo de São Paulo.

3.GESTÃO DE RESÍDUOS

Outra frente de sustentabilidade é a gestão de resíduos. Recipientes descartáveis de plástico foram praticamente banidos do festival, uma decisão dos fabricantes de bebidas que patrocinam o evento.

Nesta ação, Coca-cola, Heineken e Redbull criaram copos retornáveis para uso dos visitantes durante os cinco dias de evento.

Para dar certo, as empresas concorrentes fizeram acordo com a Braskem, gigante da indústria de plásticos, que ficou responsável para montagem de pontos de higienização dos copos.

Nestes locais, os visitantes podem girar uma roleta e ganhar brindes exclusivos, como mochilas e ingressos para outros dias do festival. As premiações são um incentivo à ação de consumo consciente.

Os idealizadores estimam que o uso de copos retornáveis pode evitar até 10 toneladas de lixo durante todo o festival.

Em evento corporativo, cinco mulheres aparecem em pé, lado a lado, sob palco. Elas sorriem para a foto ao fim da apresentação. Patrícia Ellen é uma mulher de cabelos loiros e lisos com franja. Ela usa um vestido longo de cor preta e um casaco de cor branca. Katielle Haffner é uma mulher de pele branca e cabelos escuros, ondulados. Ela usa um conjunto de blusa e calça de cor beje e ainda uma jaqueta jeans.  Leticia Muniz é uma mulher morena. Ela usa um vestido de cor branca com detalhes em azul. Eliane dos Santos é uma mulher negra de cabelos longos e ondulados e escuros. Ela usa uma blusa cor de rosa e uma calça longa de cor beje. E Ana Laura Sivieri é uma mulher branca de cabelos lisos e de cor castanho-claro. Ela usa uma blusa e calça e cor preta, e ainda uma jaqueta com estapa militar.
Da esquerda para a direita: Patrícia Ellen (Optum no Brasil), Katielle Haffner (Coca-Cola), Leticia Muniz (Rock World), Eliane dos Santos (Natura) e Ana Laura Sivieri (Braskem); líderes se reuniram em roda de conversa sobre sustentabilidade nesta terça (5), no Autódromo de Interlagos, em São Paulo - Ricardo Matsukawa/Divulgação

"A gente acredita muito no engajamento do público nessa gestão da retornabilidade para gerar um menor impacto", afirma Katielle Haffner, head de sustentabilidade, relações públicas e comunicações da Coca-Cola Brasil.

4.CAPACITAÇÃO DE JOVENS PARA O MERCADO

O Instituto Heineken, braço social do fabricante da cerveja oficial do evento, se comprometeu a qualificar 60 moradores de favelas com cursos de audiovisual em parceria com a Cufa (Central Única das Favelas).

A empresa convidou os alunos para visitar o The Town.

O valor arrecadado com a venda de Heineken 0.0 ao longo dos cinco dias do festival será destinado a capacitação de jovens pré-selecionados pela agência de audiovisual Favela Films, responsável pela estruturação e gestão do curso.

Com a duração de três meses, o curso de quatro turmas terá início neste mês, contendo módulos com introdução à inteligência artificial e seu uso no audiovisual.

A iniciativa tem também como objetivo conscientizar os jovens para o consumo responsável.

Homem manuseia câmera captando imagens em uma rua aberta
Curso de três meses direcionado pela Favela Filmes habilita jovens moradores de favela para produção profissional de conteúdos audiovisuais - Marcela Novaes/Cufa

"Já temos uma parceria de longa data estabelecida com o Rock in Rio e, a cada ano, avançamos nossa presença refletindo nossa estratégia de colocar ESG no centro do negócio", afirma Mauro Homem, vice-presidente de sustentabilidade e assuntos corporativos do Grupo Heineken.

"Queremos que esses estudantes mostrem suas narrativas mais legítimas sobre a favela e seus valores", diz Kalyne Lima, presidente da Cufa nacional, sobre o projeto, que deve ser ampliado com novas turmas.

Em paralelo, o Favela 3D, projeto executado pela Gerando Falcões, também prevê cursos de preparação para o mercado de trabalho a jovens de 16 a 20 anos.

Aulas de educação financeira e sobre competências socioemocionais, completam esta proposta de qualificação profissional.

5.ATENDIMENTO A VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA

Além do público de comunidades, as iniciativas de impacto no The Town também abrangem outras populações vulnerabilizadas.

Eventuais vítimas de violência física e moral terão atendimento gratuito no The Town com iniciativa do Instituto Desvelando Oris - Adriano Vizoni/Folhapress

O Instituto Desvelando Oris, fundado pela advogada e comunicadora Juliana Souza, montou um espaço para atender eventuais vítimas de violência no festival —episódios de racismo, violência contra a mulher, capacitismo e outros.

"Oferecemos um treinamento para os funcionários que atuam no The Town sobre como atender a vítimas destes crimes e sobre as consequências de infração das leis correlatas", diz Juliana, que decidiu criar o instituto após presenciar diversos casos de violência em shows.

Além da orientação jurídica às vítimas, a plantão do instituto também oferece atendimento psicológico por meio de uma equipe multidisciplinar.

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