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exploração
29/10/2003
Bar flutuante serve para prostituição infantil

Três adolescentes, de 12 anos a 17 anos, foram resgatadas ontem da prostituição no flutuante Aquático, bar improvisado num barracão construído sobre uma plataforma de madeira, que fica no rio Negro, Manacapuru (AM).

Em fevereiro, dez meninas de 13 anos a 17 anos foram retiradas do mesmo flutuante por agentes da Delegacia Especializada na Assistência e Proteção à Criança e ao Adolescente, que combate a exploração sexual, mas o dono do bar não chegou a ser indiciado.

Ontem, a delegada Graça Silva decidiu convocar ele e um proprietário de um motel para prestarem esclarecimentos, depois que ouviu os depoimentos das garotas. Há indícios de favorecimento à prostituição.

Os flutuantes estão ancorados em portos clandestinos nas localidades do Tarumã, na zona oeste, Puraquequera e Colônia Antônio Aleixo, na zona leste, e em cidades próximas a Manaus. Nos fim de semana, os donos desses flutuantes contratam grupos musicais para atrair os clientes. Muitos deles ancoram suas embarcações, algumas lanchas luxuosas, para contratar garotas. Os programas variam entre R$ 20 e R$ 300.

Segundo a delegada Graça Silva, só uma operação "sem trégua" poderá acabar com a exploração sexual nesses flutuantes, uma vez que são os donos dos bares que facilitam a exploração das menores.

De acordo com a delegada, é necessário o apoio inclusive do Judiciário. Uma portaria baixada pelo Juizado da Infância e Juventude de Manaus permite que menores de 18 frequentem bares e restaurantes, acompanhadas de responsáveis. "Há casos em que própria mãe prostitui a filha", disse Silva.

O Programa Sentinela, de apoio a meninas e meninos vítimas de violência sexual, atendeu neste ano 84 casos de prostituição infantil, em Manaus.

Uma das garotas resgatadas no flutuante Aquático, A.F.V., 14, era dada como desaparecida desde março pela família. No depoimento, ela afirmou que começou a fazer programas em companhia das amigas K.C.V.R., 12, e K.V.R., 17, que são irmãs.

"Só saímos de lá [do flutuante] quando encerra a atividade. Os programas, fazemos num motel, em Manaus. É só atravessar o rio", disse A., que negou entregar parte do dinheiro para o dono do motel ou do flutuante. "Faço até três programas por noite, cada um a R$ 20. Os clientes chegam, e a gente se oferece", contou K.C..


KÁTIA BRASIL
Da Agência Folha, em Manaus

   
 
 
 

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