Por que o BC cortou e deve continuar cortando os juros no Brasil

Selic foi reduzida a 6% e mercado espera terminar o ano em 5,5%

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São Paulo

O Banco Central anunciou nesta quarta-feira (31) o primeiro de uma série de cortes esperados para a taxa básica de juros do país.

A baixa de 0,5 ponto percentual leva a Selic para 6% após quase um ano e meio na mínima histórica de 6,50% ao ano. 

A expectativa de consenso do mercado é que o juro encerre 2019 em 5,50%.

Para alguns economistas, o corte deveria ter vindo antes, dado o fraco desempenho da economia brasileira. Veja em gráficos por que o BC pode cortar ainda mais os juros do país.

Inflação em baixa

O compromisso do BC é manter a inflação brasileira dentro da meta, atualmente em 4,25% ao ano, com uma tolerância que permite oscilação entre 2,75% e 5,75%.

No dado mais recente divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o IPCA em 12 meses está em 3,37%, ou seja, caminhando para o piso da meta.

Já o IPCA-15, considerado uma prévia da inflação oficial, ficou ainda mais baixo em julho, em 3,27%

Para o final do ano, os economistas esperam uma leve alta do atual patamar, a 3,80%. Ainda abaixo do centro da meta da inflação, portanto

Desemprego

Um dos motivos para a inflação controlada no país é o desemprego, que, apesar de estar em queda, ainda é elevado.

Outro problema é que o desemprego está caindo porque mais pessoas estão trabalhando por conta própria ou na informalidade. Essas pessoas tendem a ter renda menor.

Consumo 

Com a renda comprimida, o consumo apresenta dificuldades de recuperação.

As vendas do varejo têm dificuldade de recuperação. O setor de serviços e a produção industrial, que também dependem de pessoas com renda para consumir, patina

Crédito

Quando a renda está comprimida, um dos instrumentos para estimular o consumo é o crédito. Quando a Selic recua, o custo do crédito tende a diminuir, estimulando consumidores a contratarem empréstimos.

A queda dos juros também pode ajudar empresas a investir, porque diminui o custo de financiamento

Crescimento

Com medidas a queda dos juros, a expectativa é que o crescimento da economia brasileira possa ser maior que os 0,82% esperados pelo mercado atualmente.

O número é muito inferior que os mais de 2,5% previstos no começo do ano. 

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