Descrição de chapéu Venezuela Governo Trump

Advogado pessoal de Trump negociou com Maduro saída do ditador

Conversa não oficial entre Rudy Giuliani e líder venezuelano preocupou Casa Branca

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

The Washington Post

A ligação internacional ocorreu em setembro de 2018, após meses de tensão crescente entre os Estados Unidos e a Venezuela, país estratégico na América do Sul.

De um lado da linha, estava o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, o líder pária de uma economia em desintegração que o governo do presidente Donald Trump estava tentando isolar.

Do outro lado: o advogado pessoal do presidente dos EUA, Rudy Giuliani, e o então deputado republicano Pete Sessions, do Texas.

Ambos faziam parte de uma ação diplomática paralela, apoiada em parte por interesses privados, visando a criação de uma saída negociada para retirar o presidente Nicolás Maduro do poder e reabrir a Venezuela, rica em recursos, a empresas, segundo pessoas com conhecimento sobre a empreitada.

Sessions atuara como emissário na ação não oficial, visitando Maduro em Caracas naquela primavera. O telefonema, que contou com a participação de Giuliani, foi uma continuação da visita, disse Matt Mackowiak, porta-voz de Sessions, ao jornal “The Washington Post”.

A conversa telefônica envolvendo o presidente venezuelano e o advogado pessoal de Trump —que não foi relatada anteriormente— é mais um exemplo de como Giuliani usou sua função pessoal para se inserir na diplomacia estrangeira, deixando funcionários do governo preocupados e confusos sobre quais interesses ele estava representando.

Donald Trump e Rudy Giuliani no clube do Trump National Golf Club em Bedminster, Nova Jersey. 20 nov. 2016.
Donald Trump e Rudy Giuliani no clube do Trump National Golf Club em Bedminster, Nova Jersey, em 20 nov. 2016. - Don Emmert /AFP

Giuliani realizou uma campanha semelhante este ano na Ucrânia, onde pressionou as autoridades a anunciar investigações para beneficiar Trump —um esforço que resultou no impeachment do presidente este mês.

A investigação de impeachment colocou em destaque o trabalho de consultoria que Giuliani realiza em todo o mundo, enquanto ele representa Trump sem nenhum custo.

Seu trabalho como freelancer desencadeou preocupações entre as autoridades da Casa Branca de que suas intercessões atrapalharam e às vezes prejudicaram a política oficial dos EUA, de acordo com pessoas familiarizadas com a questão, que, como outras citadas nesta reportagem, falaram sob a condição de anonimato para descrever as discussões internas. Enquanto isso, promotores federais estão investigando o ex-prefeito de Nova York como parte de uma apuração sobre possíveis violações de lobby estrangeiro.

A notícia sobre o telefonema de Giuliani com Maduro eventualmente chegou às autoridades da Casa Branca, que não sabiam por que ele estava envolvido, de acordo com um antigo alto funcionário do governo.

A disposição de Giuliani para conversar com Maduro no final de 2018 violou a política oficial da Casa Branca, que, sob o comando do assessor de segurança nacional John Bolton, estava aumentando as sanções e adotando uma linha mais dura contra o governo venezuelano.

Na época do telefonema, Giuliani se reuniu com Bolton para discutir o plano que retiraria Maduro do cargo —um plano que Bolton rejeitou veementemente, segundo duas pessoas com conhecimento sobre a reunião.

Giuliani não respondeu a vários pedidos de comentário. Um advogado de Bolton se recusou a comentar. A Casa Branca não respondeu aos pedidos de comentários.

Em janeiro de 2019, os Estados Unidos reconheceram formalmente o rival de Maduro, Juan Guaidó, como presidente, uma medida política apoiada por Bolton. No final do ano, Giuliani conquistou um cliente na região: um magnata venezuelano sob investigação do Departamento de Justiça por possível lavagem de dinheiro.

Não está claro por que Giuliani se envolveu com as negociações não oficiais com o presidente da Venezuela ou a extensão de seu papel. Mas a história das conversas secretas com Maduro é mais um exemplo no qual o advogado pessoal do presidente alinhou interesses particulares para tentar influenciar a política externa dos EUA. E o episódio envolve algumas das figuras que desempenharam um papel na ação na Ucrânia --incluindo Sessions, deputado que serviu na Câmara por 11 mandatos e defendeu a saída da embaixadora dos EUA na Ucrânia, na época em que ele se encontrou com Lev Parnas, colaborador de Giuliani, em 2018.

Sessions, que perdeu seu mandato naquele mesmo mês de novembro e agora está concorrendo ao Congresso por outro distrito do Texas, disse por meio de seu porta-voz que conhece Giuliani há três décadas, mas nunca trabalhou com ele em nenhuma atividade do setor privado.

Quando Trump assumiu o governo, ele prometeu adotar uma posição mais dura contra Maduro, que é presidente da Venezuela desde a morte do líder Hugo Chávez em 2013 e se tornou cada vez mais repressivo, mesmo quando seu país entrou em crise econômica.

Essa abordagem teve o apoio dos republicanos na Flórida, que conta com comunidades venezuelanas e cubanas grandes e politicamente engajadas. O senador republicano Marco Rubio, na Flórida, acusou o então presidente Barack Obama de não responsabilizar Maduro e de buscar ingenuamente negociações que não o destituíram do cargo.

O interesse pessoal de Trump no país foi despertado por uma visita à Casa Branca, em fevereiro de 2017, de Lilian Tintori, esposa de um proeminente prisioneiro político venezuelano. Ela também foi campeã de kitesurf e apareceu na versão venezuelana do reality show "Survivor".

Trump rapidamente adotou a Venezuela como causa, surpreendendo alguns membros da comunidade de direitos humanos que apontaram que ele não demonstrava interesse semelhante em abusos em países como a Coreia do Norte e a Rússia.

Naquele ano, o governo Trump identificou o vice-presidente da Venezuela como chefe do tráfico de drogas e congelou seus bens nos Estados Unidos. Sanções econômicas também foram impostas às empresas venezuelanas e foram proibidas viagens para os EUA de funcionários do governo e suas famílias.

"Este regime corrupto destruiu uma nação próspera, impondo uma ideologia fracassada que produziu pobreza e miséria em todos os lugares em que foi experimentada", declarou Trump perante a Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro de 2017. "Para piorar as coisas, Maduro afrontou seu próprio povo, roubando o poder de seus representantes eleitos para preservar seu governo desastroso."

As condições pioraram na Venezuela, onde houve escassez frequente de bens básicos, incluindo alimentos e medicamentos, inflação descontrolada e ondas de movimentos populares. Mas Maduro permaneceu no poder.

Em fevereiro de 2018, Maduro anunciou que uma eleição presidencial seria realizada naquela primavera. Mas a maioria dos candidatos da oposição seria proibida de concorrer, resultando em temores de que o voto seria uma eleição falsa usada para consolidar seu poder.

Empresários dos EUA com interesses na Venezuela, entre os quais Harry Sargeant III, diretor executivo de uma empresa global de transporte e energia da Flórida, que trabalhou extensivamente no país, começaram a incentivar negociações para retirar Maduro do cargo.

Em um comunicado, Sargeant disse que ele apoiou “a ideia de uma negociação não oficial, com base nos meus mais de 30 anos de experiência direta na Venezuela e na minha observação da dinâmica política que estava acontecendo em Caracas na época".

"Eu acreditava naquela época que apenas uma política de sanções antagônicas teria dois efeitos profundamente negativos", acrescentou. "Primeiro, aumentaria a crise humanitária da Venezuela. Segundo, eu acreditava que minaria os principais interesses comerciais dos EUA na Venezuela em benefício de adversários americanos como russos e chineses".

Foi nesse cenário que Mackowiak disse que Sessions aceitaria um convite de Maduro para visitar Caracas discretamente e tentar negociar um caminho para melhorar as relações entre os Estados Unidos e Venezuela.

Sessions, ex-presidente do Comitê Nacional do Congresso Republicano que presidia o Comitê de Regras da Câmara na época, há muito se interessava pela Venezuela, em parte porque muitos de seus eleitores do Texas tinham interesses energéticos no país, segundo seu porta-voz.

"Ele ficou feliz em ajudar nessa missão não oficial, que foi coordenada com os mais altos níveis do Departamento de Estado dos EUA", disse Mackowiak, acrescentando que Sessions se reuniu com as principais autoridades dos EUA antes e depois de sua viagem.

O Departamento de Estado não respondeu aos pedidos de comentário.

Mas pessoas familiarizadas com o papel das autoridades do Departamento de Estado disseram que essas autoridades não preparam a viagem, nem organizaram ou participaram da reunião de Sessions com Maduro. E várias autoridades americanas contestaram a ideia de que a viagem foi sancionada, salientando que a Casa Branca na época queria seguir uma linha mais dura com Maduro e não estava interessada em fazer concessões.

Funcionários do Conselho de Segurança Nacional, em particular, se opuseram ao tipo de acordo com Maduro que Sessions defendia.

"Não havia absolutamente nenhum interesse ou desejo por negociações", disse um ex-funcionário da Casa Branca. "Geralmente não concordamos com ações como esta. Não era consistente com nossos objetivos políticos. Víamos isso como um incômodo e uma distração".

O porta-voz de Sessions indeferiu tais alegações como parte de uma ‘guerra por território’ entre os burocratas de Washington.

"Pode ter havido uma discordância entre o Departamento de Estado e o Conselho de Segurança Nacional sobre a melhor forma de trazer paz à Venezuela", disse Mackowiak. "Mas o deputado Sessions teve o prazer de fazer parte de uma ação, coordenada estreitamente com o Departamento de Estado, para colocar um presidente eleito democraticamente na Venezuela."

O distrito de Sessions abriga a ExxonMobil e outras empresas de petróleo que já tiveram operações na Venezuela, mas foram forçadas a recuar em meio a turbulências políticas. Mas Sessions disse ao jornal “Dallas Morning News”, em 2018, que os interesses do setor de petróleo não tiveram um papel importante em sua decisão de se envolver. Ele disse que trabalha com vários agentes, incluindo representantes da oposição venezuelana, para negociar uma solução há mais de um ano.

Sessions disse ao jornal que ele estava trabalhando para criar um "diálogo entre as partes que estão tentando progredir".

Mackowiak disse que Sessions usou seu próprio dinheiro para pagar pela viagem de dois dias.

Duas pessoas com conhecimento da visita disseram que ele foi recebido por Raúl Gorrín Belisario, proprietário de uma grande rede de televisão na Venezuela, que era visto com desconfiança por algumas autoridades dos EUA e meses depois seria indiciado na Flórida por acusações de lavagem de dinheiro e suborno.

As pessoas disseram que, em vez de ficar em uma instalação dos EUA, Sessions ficou no complexo luxuoso e modernista de Gorrín, em uma parte badalada da capital.

Mackowiak disse que a viagem de Sessions, inclusive onde ele se hospedou, foi coordenada com autoridades do Departamento de Estado.

Sessions deixou Caracas com uma lista de concessões acordadas por Maduro —sua saída do poder e o compromisso de permitir eleições livres e justas em troca de clemência dos Estados Unidos—, segundo Mackowiak.

Mas algumas autoridades norte-americanas disseram que ficaram preocupadas que o acordo de Sessions tivesse como objetivo legitimar a próxima eleição, abrindo a votação a pelo menos alguns candidatos da oposição, o que poderia ajudar Maduro a permanecer no poder, em vez de tirá-lo do cargo, de acordo com uma pessoa familiarizada com as conversas. E eles estavam preocupados com o fato de que as investidas não oficiais pudessem enviar mensagens contraditórias ao governo Maduro.

Cerca de cinco semanas após o retorno de Caracas, Sessions se reuniu em seu escritório em Capitol Hill com Parnas que, segundo Mackowiak, queria discutir uma proposta de venda de gás nacional liquefeito na Ucrânia.

Em uma denúncia neste outono, acusando Parnas e seu parceiro de negócios, Igor Fruman, de canalizar ilegalmente dinheiro estrangeiro para as contas das campanhas eleitorais dos EUA, os promotores federais disseram que Parnas procurou a assistência de Sessions para expulsar a então Embaixadora dos EUA na Ucrânia, Marie Yovanovitch, a pedido de "um ou mais autoridades do governo ucraniano".

Em 9 de maio, no mesmo dia em que Parnas postou fotos de sua reunião com Sessions no Facebook, o congressista enviou ao secretário de Estado Mike Pompeo uma carta pedindo o afastamento de Yovanovitch.

Mackowiak disse que Sessions não agiu a pedido de Parnas, mas escreveu a carta depois de saber das preocupações de vários membros do Congresso que viajaram para a Ucrânia sobre a embaixadora.

Enquanto isso, na Venezuela, Maduro venceu a reeleição em maio, com quase 68% dos votos. A comunidade internacional rejeitou amplamente a votação devido as alegações de fraude e a proibição de participação dos principais partidos da oposição. A instabilidade civil continuou enquanto Maduro se preparava para iniciar outro mandato.

Em agosto, promotores norte-americanos acusaram Gorrín, anfitrião de Sessions na visita do deputado à Venezuela, pela participação em um esquema de US$ 1 bilhão de lavagem de dinheiro e suborno. Os promotores disseram que Gorrín é um fugitivo. Nem Gorrín nem seu advogado em Miami responderam a pedidos de comentários.

Naquela época, Giuliani, que havia se juntado à equipe jurídica de Trump meses antes, iniciou conversas com indivíduos que faziam parte das negociações não oficiais com Maduro. Em agosto, Giuliani se encontrou em Nova York com Parnas e dois executivos americanos com investimentos na Venezuela para discutir a ação, segundo pessoas familiarizadas com o encontro.

A reunião ocorreu no ponto de encontro favorito de Giuliani, o bar de charutos Grand Havana Room, a alguns quarteirões da Trump Tower, em Manhattan. Regado a uísque e charutos, Giuliani concordou em tentar ver se havia uma maneira de negociar com Maduro e talvez alcançar uma solução diplomática para o caos político e o colapso econômico que tomou conta do país, disse um dos participantes.

Cerca de um mês depois, Maduro fez contato por telefone com Sessions. Na sala com o presidente venezuelano na época estavam a primeira-dama do país, que atua como assessora íntima de seu marido, bem como o vice-presidente e o ministro da informação da Venezuela, segundo uma fonte familiarizada com a conversa.

Giuliani foi apresentado no início da ligação, mas pareceu principalmente ouvir Maduro e Sessions, disse Mackowiak.

Na conversa de quase uma hora, eles analisaram as concessões com as quais Maduro havia concordado em fazer durante a visita de Sessions, meses antes.

O ministério das comunicações da Venezuela não respondeu a um pedido de comentário.

Mais tarde, a Casa Branca informou que Giuliani e Sessions haviam participado de um telefonema com Maduro, provocando confusão, disse um ex-funcionário do governo.

Pouco depois da ligação, Giuliani disse a alguns de seus colaboradores que havia levado à Bolton, o assessor de segurança nacional do presidente, a ideia de uma saída tranquila de Maduro. Mas ele disse que a reunião não tinha sido muito boa, de acordo com pessoas a par do assunto.

Charles Cooper, advogado de Bolton, se recusou a comentar.

A reprovação de Bolton pelo trabalho de freelancer de Giuliani na política externa surgiu durante o inquérito de impeachment. A ex-funcionária do Conselho de Segurança Nacional, Fiona Hill, testemunhou que Bolton a alertou para não interagir com o advogado do presidente, chamando-o de "uma granada de mão que vai destruir todo mundo".

Em janeiro deste ano, a situação na Venezuela se deteriorou enquanto Maduro se preparava para tomar posse formalmente para outro mandato. O poder legislativo, liderado pela oposição de Maduro, declarou que a eleição havia sido ilegítima e nomeou o líder legislativo Juan Guaidó como o novo presidente da nação. Ele foi rapidamente reconhecido pelos Estados Unidos e dezenas de outros países.

Alguns líderes empresariais venezuelanos que acumularam uma vasta riqueza sob o governo de Maduro, mas que foram severamente limitados pelas sanções dos EUA, mudaram de lado e começaram a ajudar Guaidó.

Entre eles estava Gorrín, que desempenhou um papel fundamental em um esforço fracassado para convencer a Suprema Corte do país a reconhecer Guaidó em vez de Maduro, parte de uma ação para agradar os americanos, conforme relatado pelo “The Washington Post”.

Neste verão, outro rico executivo venezuelano do setor energético, Alejandro Betancourt López, contratou Giuliani para atuar como advogado e ajudar na alegação de que ele não deve ser acusado de um caso de lavagem de dinheiro de US$ 1,2 bilhão na Flórida.

Oito homens --incluindo o primo de Betancourt-- já foram acusados no caso, que alega que altos funcionários da companhia estatal de petróleo da Venezuela, líderes empresariais e banqueiros conspiraram para roubar dinheiro da empresa e depois lavá-lo através de compras de imóveis em Miami e outros esquemas de investimento. Duas pessoas familiarizadas com o assunto disseram que Betancourt é mencionado na denúncia criminal como um co-conspirador não imputado.

Jon Sale, advogado de Miami que representa Betancourt, disse que seu cliente nega qualquer irregularidade. Ele se recusou a comentar sobre o relacionamento de Betancourt com Giuliani.

No início de agosto, Giuliani se hospedou na luxuosa propriedade de Betancourt, nos arredores de Madri, quando Giuliani se encontrou, sob orientação de Trump, com um assessor do presidente ucraniano, conforme publicado pelo “The Washington Post”.

Mais tarde, Giuliani se encontrou com funcionários do Departamento de Justiça e pediu que eles não acusassem Betancourt, informou o “The Post”.

Em resposta a perguntas sobre seu trabalho para Betancourt, Giuliani escreveu em uma mensagem de texto no mês passado: "Esta é uma informação sigilosa, entre advogado e cliente, por isso vou me contrapor a qualquer mentira ou especulação maliciosa que vocês fizerem".

As notícias de que Giuliani estava representando o rico executivo de energia perante o governo e ao mesmo tempo atuando como advogado pessoal do presidente incomodaram as autoridades veteranas dos EUA que têm experiência na Venezuela.

"A pergunta que deve ser feita é: 'Por que ele está fazendo isso?' ", disse um ex-funcionário sênior do governo.

Tradução de AGFox

Rosalind S. Helderman , Tom Hamburger , Josh Dawsey e Anthony Faiola
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.