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Editora do prêmio Empreendedor Social, editou a Revista da Folha. É autora de “As Meninas da Esquina”.

'O Brasil tem riqueza, capital humano e instituições capazes de salvar a Amazônia'

Para Donald Gips, gestor de fundo de US$ 1,3 bilhão da Skoll Foundation, será a política e não a filantropia o caminho para enfrentar a crise climática

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São Paulo

"Encontrar solução para as mudanças climáticas não são uma questão técnica, mas política."

A afirmação é de Donald Gips, presidente da Skoll Foundation, uma dos maiores entidades filantrópicas focadas em inovação social do mundo, ao participar do evento "Caminhos para Investir em um Futuro Melhor", realizado na sexta-feira (25), em São Paulo.

Para Gibs, ex-embaixador dos Estados Unidos na África do Sul que desde 2019 está à frente da fundação que soma US$ 1,3 bilhão em ativos, nem toda a filantropia do mundo ocidental poderia salvar a Amazônia.

"O Brasil tem riqueza, capital humano e instituições capazes de fazer isso", disse o americano para um público formado por lideranças brasileiras do ecossistema de impacto social reunidas no espaço de eventos do restaurante Dalva e Dito, a convite do Instituto ACP e da Simbi.

Os empreendedores sociais Rodrigo Pipponzi e Raphael Mayer com o CEO da Skoll Foundation, Donald Gips, no evento Caminhos para Investir em um Futuro Melhor, em São Paulo, na sexta-feira (25) - Eliane Trindade/Folhapress

"Falar de mudanças sistêmicas é falar de poder, daí o desconforto", afirmou ele, ao responder a perguntas sobre como contribuir para a solução de problemas complexos como justiça climática e desigualdade.

Em 2022, A Skoll Foundation reconheceu a MapBiomas, rede colaborativa cofundada pelo brasileiro Tasso Azevedo, que é formada por ONGs, universidades e startups de tecnologia.

A iniciativa que monitora o uso da terra e dos recursos naturais também foi laureada entre as principais inovações sociais de 2023 pela Fundação Schwab, parceira da Folha no Prêmio Empreendedor Social.

É um exemplo de projetos socioambientais apoiados pela Skoll por meio de prêmios, subsídios e programas educacionais nas universidades de Oxford e Harvard.

"Jeffrey vendeu a eBay e decidiu apoiar pessoas que estão fazendo grande coisas no mundo", explicou Gips, logo na abertura do encontro, ao ressaltar também a importância de enfrentar os novos desafios do século 21, como fortalecer a democracia e combater as chamadas fake news.

Falar de mudanças sistêmicas é falar de poder, daí o desconforto

Donald Gips

CEO da Skoll Foundation

Aos investidores presentes, que financiam tanto ONGs como negócios de impacto socioambientais, Gips destacou ser fundamental a atuação coletiva, o estar conectado, para gerar cada vez mais impacto positivo no planeta.

Para Rodrigo Pipponzi, cofundador do instituto ACP, receber Gips no país foi uma oportunidade de aproximar o ecossistema vibrante brasileiro de uma fundação como a Skoll.

"Tenho certeza que saímos com um novo aliado para ampliarmos vozes e potências de iniciativas sociais por aqui", conclui Pipponzi, ao fazer um balanço do encontro que aproveitou a passagem de Gips pelo Brasil para participar da Latimpacto, realizada no Rio de Janeiro, nesta semana.

Donald Gips, CEO da Skoll Foundation, participou do encontro "Caminhos para Investir em um Futuro Melhor" , promovido pelo Instituto ACP e pela Simbi - Eliane Trindade/Folhapress

"As trocas reforçaram algumas das direções que o campo do impacto social está perseguindo no Brasil, como a integração cada vez maior entre setores na busca por soluções consistentes e escaláveis", ressaltou o empreendedor social, cofundador da Editora Mol, vencedora do Prêmio Empreendedor Social 2018.

Segundo Pipponzi, a conversa com o norte-americano também foi importante por colocar o dedo na ferida em questões como racismo, ao responder a questões sobre equidade de raça.

Gips também ouviu provocações como a levantada por Ana Fontes, fundadora da Rede Mulher Empreendedora, ao argumentar que investir em mulheres é comprovadamente uma forma de garantir mais impacto nas ações sociais. "Por que não direcionar 100% dos investimentos para nós mulheres", indagou a brasileira.

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