Dudu voltou a jogar bem, mas o Palmeiras não. No empate com o Bahia, por 2 a 2, o time de Felipão errou 13% de seus passes.
Não é apenas por isso que a liderança do Santos está menos ameaçada do que parece, com três pontos de vantagem. Sampaoli fez sua equipe disputar bom primeiro tempo contra o São Paulo, na melhor partida da rodada. Caiu na segunda parte.
A tabela santista será muito mais generosa nas próximas rodadas. Enquanto o Santos enfrenta o Cruzeiro, em Belo Horizonte, recebe o Fortaleza e visita a Chapecoense, o Palmeiras terá a impiedosa missão de viajar para os jogos contra Grêmio, Flamengo e Goiás. Por causa de suas partidas agendadas para as terças-feiras pela Libertadores, os palmeirenses terão três jogos seguidos como visitante.
Também por essa razão, vencer o Bahia era indispensável. Não conseguiu.
O ataque do Palmeiras ainda está distante de Flamengo, o mais positivo da Série A, e do Santos. A defesa que ninguém passava sofreu gols em todas as partidas do Brasileiro depois da Copa América.
A justa expulsão de Felipe Melo tornou difícil uma partida controlada. No sistema defensivo, houve também um erro grave de Bruno Henrique. Dele, nasceu o melhor contra-ataque do Bahia e Gilberto só não marcou, porque Luan fechou o ângulo para a finalização.
Gilberto marcaria de pênalti no 7º e no 39º minutos da segunda etapa, em pênaltis cometidos por Diogo Barbosa e Luan. Ambos marcados pelo confuso VAR.
Não fosse pela boa atuação de Dudu, autor dos dois gols, e o Palmeiras poderia ter se complicado ainda mais, sem se aproximar do Santos depois da vitória são-paulina. Há poucas boas notícias para Felipão.
Uma delas é que Vitor Hugo dará mais segurança, ao lado de Luan, e será opção depois da queda de produção de Gustavo Gómez.
O zagueiro campeão brasileiro de 2016 foi o estreante da tarde, junto com o centroavante Luiz Adriano.
Em sua melhor jogada, o novo atacante recebeu de Marcos Rocha fora da área. O lateral direito levantou a cabeça e entendeu o posicionamento exato onde Luiz Adriano gostaria de receber o passe. Às vezes, leva tempo para se entrosar.
Particularidade deste enduro de regularidade chamado Brasileiro é a mudança constante de elencos. Dos 18 clubes em atividade no fim de semana, 12 escalaram jogadores novos, contratados depois da Copa América. O recorde foi do Flamengo, que venceu o Grêmio por 3 a 1, com Rafinha, Filipe Luís, Pablo Marí e Gérson, todos recém-chegados. Foram 22 novos jogadores, dois times inteiros espalhados pelos elencos da Série A.
O Palmeiras reforma setores em que, de fato, havia deficiências. Antônio Carlos e Edu Dracena não mantêm o nível da defesa titular, como acontecia ano passado.
Apontado como melhor elenco do país, o Palmeiras tem dois centroavantes que desagradam a torcida. Quando joga Borja, preferem Deyverson, quando joga Deyverson, preferem outro. Este é Luiz Adriano.
O Palmeiras é dos maiores candidatos à taça e estreou dois novos jogadores. Mais candidato, só o Santos, que não estreou ninguém.
A rotina do Brasil é mudar sempre. É uma das razões de os times nunca estarem montados e muitos jogos caírem na monotonia.
Cuca como ele é
Cuca montou o São Paulo como gosta de fazer, com marcação de encaixe e rapidez na saída para o ataque. Em sua melhor atuação, o São Paulo tirou Carlos Sánchez de seu melhor nível, colocando-o em contraste com Éverton. Boa atuação de Tchê Tchê e Pato, autor de dois gols. São três vitórias seguidas.
Recaída Corintiana
O Corinthians fez sua sexta partida pelo Brasileiro depois da Copa América. Contra o Inter, registrou seu recorde negativo de finalizações. Foram 7, apenas 1 no gol. Se algo mudou no time de Carille foi a capacidade de testar os goleiros rivais. No Beira-Rio, houve recaída. Mas são seis rodadas sem perder.
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