Ministro
inaugura condomínios rurais em Minas
Miguel Vieliczko
Equipe GD
O ministro do
Trabalho e Emprego, Francisco Dornelles, inaugurou, nesta segunda-feira,
dois condomínios rurais em Uberaba (MG), que empregarão cerca de
600 bóias-frias.
Dornelles atribuiu
grande importância a esse tipo de contratação, que garante carteira
assinada aos trabalhadores rurais. No entanto, críticos do modelo
afirmam que a proposta não é vantajosa para os empregados e apenas
garante a manutenção de poder pela Justiça do Trabalho.
O condomínio
de trabalhadores rurais é a união de patrões para contratar um grupo
de empregados por um tempo determinado - o período da colheita.
Cada empregador dispõe de uma parcela de mão-de-obra por meio de
um pacto de solidariedade, e, no fim do contrato, todos dividem
as despesas dos encargos trabalhistas.
"O condomínio
é colocado como se fosse a solução para todos os problemas. Não
é. Os riscos estão sendo escamoteados", afirma o advogado Márcio
Soares de Queiroz. Segundo ele, o pacto de solidariedade é um vínculo
frágil, pois um empregador pode utilizar o serviço de mais trabalhadores
que o combinado e não pagar por isso.
De acordo com
o advogado, a formação de condomínios é incentivada para que os
trabalhadores não se organizem em regime de cooperativa. "A cooperativa
é uma organização civil sobre a qual a Justiça do Trabalho não pode
deliberar livremente - ela não quer perder esse poder", criticou.
Segundo o ministro
Dornelles, mais de 20 novos condomínios estarão funcionando em Minas
nos próximos 60 dias, empregando mais de 6 mil trabalhadores.
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