Hoje é dia de Brasil e Argentina na Copa América.
Os argentinos têm um time inferior, mas o jogo cresce com
a rivalidade e vale para se decifrar um pouco mais dessa nova
formação titular brasileira. O certo é que
a volta de Tande, que deu um show de bola na vitória por
3 a 0 sobre Cuba, deu nova vida à equipe.
Habilidoso, Tande tem um repertório de jogadas que chega
a encantar. Neste mundo atual do vôlei força, ele
desconcerta os bloqueios adversários com lances cada vez
mais raros hoje em dia como a "largadinha" que fechou
o segundo set do jogo contra os cubanos.
A impressão que se tem é que o próprio levantador
Maurício está se sentindo mais seguro e solto com
Tande em quadra. Resultado: contra Cuba, ele variou muito as jogadas.
Os cubanos só fizeram cinco pontos de bloqueio.
As presenças de Tande, Giovane e Maurício podem
ter um significado especial na seleção. Eles fazem
parte de uma geração que sabe o que é vencer
e também o que é perder. Em 92, foram campeões
olímpicos e, quatro anos depois, tinham condições
de repetir a façanha nos Jogos de Atlanta. Não conseguiram.
A tal guerra de vaidades, sempre presente na história do
vôlei brasileiro, acabou minando as chances do time. O Brasil
saiu de Atlanta com um quinto lugar dolorido e sabendo que poderia
ter ido muito além disso.
Maurício, Giovane e Tande têm agora a chance e o
privilégio de ir a mais Olimpíada e com esse aprendizado.
O que não é pouco. Quem sabe eles possam mostrar
aos companheiros de seleção que em um grupo dividido
todo mundo perde, como aconteceu com a geração de
prata em 1984 e com eles em 1996.
O certo é que com esses 12 jogadores, tecnicamente o Brasil
tem condições de chegar à grande final olímpica.
Agora, resta saber pilotar bem essa máquina e torcer para
que os atletas consigam lidar com todas as pressões psicológicas
que rondam uma Olimpíada.
*
Na seleção feminina, há duas jogadoras imprescindíveis:
Virna e Fofão. Contra Cuba e Rússia, fica quase
impossível vencer sem uma delas. Na derrota de ontem para
as gigantes russas por 3 a 0, Virna, principal atacante de bolas
altas, não jogou. Está se recuperando de uma contusão
no pé direito.
No Grand Prix, não há surpresas: a disputa gira
entre Cuba, Rússia e Brasil. O termômetro de evolução
das brasileiras é nos confrontos contra essas duas seleções.
Por isso é lamentável que o time brasileiro não
enfrente as cubanas na fase de classificação. Se
houver confronto, será na semifinal ou final.
Já contra as russas, haverá novo jogo no próximo
final de semana. O técnico Bernardinho deveria aproveitar
a oportunidade e testar mais Elisângela, atacante de 1,84
m e 81 kg. Com esse físico, ela tem mais condições
de enfrentar o bloqueio da Rússia do que Leila, uma jogadora
mais baixa e técnica.
NOTAS:
Retorno
*A Rússia deve contar com novo reforço na Olimpíada:
o atacante Fomin, 32 anos. O jogador, que atua no time italiano
de Treviso, voltou a treinar com a seleção nas últimas
semanas. Fomin é um dos melhores atacantes russos da última
década.
Invasão
*Os italianos estão preocupados com a invasão estrangeira
no país. Com a permissão para cada time ter cinco
estrangeiros, os atletas locais estão se tornando minoria
nas posições de ponteiros. Nas catorze equipes inscritas
no torneio nacional, há vagas de titulares para 42 ponteiros
(14 opostos e 28 pontas passadores). Desse total, 29 serão
estrangeiros e apenas 13 italianos.
Vasco
*A brasileira naturalizada italiana, Ana Paula de Tassis, tem
proposta para jogar no Vasco. Segundo notícias publicadas
na imprensa italiana, além do time carioca, ela tem convite
do Napoli e do Roma. Ana Paula é a líbero da seleção
italiana.