Semana pode ter Bolsonaro inelegível, Zanin no STF e ministra demitida por Lula; entenda

Decisões podem mudar panorama político e até as eleições do país para os próximos anos

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São Paulo

A próxima semana pode trazer importantes desfechos na política brasileira, com o julgamento da ação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível, além da apreciação da indicação do advogado Cristiano Zanin ao STF (Supremo Tribunal Federal) e uma possível demissão da ministra Daniela Carneiro, do Turismo.

A forma como cada um dos casos se desenrolar pode alterar julgamentos no Supremo em temas considerados importantes para o Planalto, além de uma possível mudança na governabilidade de Lula (PT) na Câmara dos Deputados e até as próximas eleições presidenciais.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), alvo de ação que pode torná-lo inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral)
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), alvo de ação que pode torná-lo inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) - Evaristo Sá - 10.nov.20/AFP

Bolsonaro inelegível

Será julgada, na próxima quinta-feira (22), a ação no TSE interpelada pelo PDT pedindo a inelegibilidade de Bolsonaro por abuso de poder político envolvendo a reunião, em julho do ano passado, com embaixadores no Planalto, quando o então mandatário mentiu sobre as urnas eletrônicas, sem provas.

A PGE (Procuradoria-Geral Eleitoral) recomendou a inelegibilidade do ex-presidente argumentando ter havido abuso de autoridade, desvio de finalidade e uso indevido dos meios de comunicação —no caso, pela reunião ter sido transmitida nas redes oficias do governo e pela TV Brasil.

Caso seja considerado inelegível, Bolsonaro ficará de fora das eleições de 2026, e possivelmente, de 2030 —o prazo é contado a partir do pleito passado. O próprio ex-presidente admite a possibilidade de ficar inapto a concorrer no próximo pleito, e já pensa em alternativas à decisão.

Daniela Carneiro no alvo

Outra pessoa que pode ter o futuro definido na próxima semana é Daniela Carneiro, atual ministra do Turismo. Escolhida na cota da União Brasil e por apoiar Lula em Belford Roxo, no Rio de Janeiro, ela corre o risco de perder o cargo para uma indicação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

O cotado para substituí-la é Celso Sabino (União Brasil-PA), próximo do alagoano. Sabino é descrito por colegas ouvidos pela Folha como um deputado muito mais alinhado a Lira do que a seu partido, e tem sido um "cumpridor de missões" dadas pelo presidente da Casa nos últimos anos.

Lula deve encontrá-lo neste sábado (17), ocasião em que participará da inauguração de unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida e da cerimônia oficial de anúncio da COP30 em Belém, antes de dar um veredito sobre a possível nomeação.

Zanin no Supremo

Na próxima quarta-feira (21), ocorrerá a sabatina de Cristiano Zanin, indicado por Lula para o STF no Senado. O petista oficializou a escolha do advogado em 1º de junho. Zanin terá de responder a perguntas dos parlamentares na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa. Depois disso, sua indicação será votada no plenário do Senado.

Zanin vem participando de almoços e jantares com senadores. Mais recentemente, participou de conversas com líderes da bancada evangélica, que o elogiaram por entender que questões importantes ao grupo, como o aborto, devem ser tratadas pelo Congresso Nacional.

O relator da indicação, Veneziano Vital do Rego (MDB-PB), deu parecer positivo ao advogado, confirmando o cumprimento dos requisitos para a vaga na Suprema Corte brasileira. Senadores da base aliada de Lula calculam que Zanin deverá ter cerca de 55 votos, 14 a mais que o necessário.

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