Descrição de chapéu Governo Lula

Haddad perde popularidade digital com memes, mas lidera; Pimenta tem maior queda

Ministro da Fazenda foi alvo de sátiras por busca de maior arrecadação; Alckmin é vice-líder e Tebet fica na quarta posição

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São Paulo

Com a quantidade massiva dos memes "Taxad", como vem sendo chamado por opositores em redes sociais, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), perdeu popularidade digital desde maio, mas está na liderança do ranking entre membros do alto escalão do governo Lula (PT).

Paulo Pimenta (PT), antes no topo do pódio com maior protagonismo diante das chuvas no Rio Grande do Sul, despencou e terminou julho em terceiro, atrás do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), titular do Ministério do Desenvolvimento.

Os dados são do IPD (Índice de Popularidade Digital), que varia de 0 a 100 e é analisado diariamente pela empresa de pesquisa e consultoria Quaest. Ele é calculado por meio de algoritmo que coleta e processa 175 variáveis das plataformas X (ex-Twitter), Facebook, Instagram, TikTok, YouTube, Wikipédia e Google.

Fernando Haddad, um homem branco de meia idade, está falando em um microfone, gesticulando com a mão direita. Ele usa um terno escuro e uma gravata clara. Ao fundo, há uma decoração com plantas e um padrão colorido em verde e vermelho.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), em discurso em sessão do G20 no Rio de Janeiro - Pablo Porciuncula - 26.jul.24/AFP

Completam a lista dos cinco ministros mais populares nas redes Simone Tebet (MDB), que chefia o Planejamento, e Paulo Teixeira (PT), do Desenvolvimento Agrário, o nono em maio.

A primeira tem conseguido manter relevância virtual mesmo com menor visibilidade devido à crescente pressão por planos para o corte de gastos do governo federal para manter a meta de déficit zero em 2025, frequentemente detalhando os planos de cortes da equipe econômica.

Já o segundo passou a se manifestar neste mês sobre a regulamentação da reforma tributária, em trâmite no Congresso Nacional. Ele defendeu a taxação de agrotóxicos e produtos ultraprocessados pelo IS (Imposto Seletivo), que sobretaxa bens considerados danosos à saúde e ao meio ambiente.

A lista contém 34 dos atuais 39 ministros —são 38 pastas permanentes e uma temporária, a Secretaria para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, na qual Pimenta está atualmente alocado.

Os ministros Mauro Vieira, das Relações Exteriores, general Amaro, do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Ricardo Lewandowski, da Justiça, José Múcio Monteiro, da Defesa, e Laércio Portela, interino da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência), não aparecem nos dados por não possuírem redes sociais, o que inviabilizaria a comparação.

Haddad já mantinha desde o início do governo maior destaque, dividindo a liderança e o segundo lugar com Flávio Dino, antes ministro da Justiça e agora membro do STF (Supremo Tribunal Federal).

O titular da Fazenda foi um dos principais articuladores de medidas importantes para o governo, como a reforma tributária e o arcabouço fiscal. Também iniciou uma busca pelo aumento da arrecadação como forma de reverter o rombo nas contas públicas.

Este foi o motivo para que os memes "Taxad" surgissem. Ele já vinha sendo chamado dessa forma durante todo o ano, mas a expressão explodiu com a aproximação da entrada em vigor da "taxa das blusinhas", que recai sobre compras de até US$ 50 (cerca de R$ 286) em lojas de compra internacionais.

A sátira ganhou ainda mais tração após o secretário de Comunicação do PT, Jilmar Tatto, dizer à coluna Painel, da Folha, que o apelido "não vai pegar" e que o ministro ficaria conhecido por reduzir impostos.

Já Paulo Pimenta não conseguiu manter o protagonismo recebido por representar o governo na gestão da crise com as chuvas no Rio Grande do Sul e depois, ser nomeado ministro extraordinário, responsável por coordenar as ações federais entre os gaúchos.

Pimenta possui pretensões eleitorais no estado, o que teria incomodado o governador Eduardo Leite (PSDB) para o cargo criado por Lula. A situação chegou a azedar, no meio da crise, o clima entre o tucano e o presidente.

Como mostrou a Folha, porém, o ministro ainda buscava montar equipe e estruturar local de trabalho após 20 dias à frente do novo cargo, e tentava desviar-se de acusações de politizar a tragédia, assumindo postura mais institucional.

Pimenta ainda rebateu essas imputações, dizendo ser uma visão muito mesquinha e maldosa acreditar que seu chefe teria criado o cargo para ganhos políticos e de imagem. Citou ainda o apoio que o PT deu para a eleição de Leite em 2022, que ele chamou de fundamental para a reeleição do tucano.

Mesmo com o imbróglio e discussões em outros temas relacionados à tragédia, como o leilão do arroz, que acabou suspenso após uma série de reclamações do agronegócio ao governo, o ministro acabou perdendo relevância nas redes.

Alckmin também falou sobre os memes envolvendo Haddad e a situação do mercado brasileiro. Sobre o primeiro, disse que a carga tributária de 2023 caiu um pouco em relação ao ano anterior e que a "taxa das blusinhas" serviria para manter empregos.

Também chamou o mercado de estressado e que a cotação do dólar, sob pressão diante de falas de Lula que sinalizavam rejeição a um corte de gastos, subia sem motivo, mas que a tendência era de queda.

Ainda criticou a retirada das armas de fogo do IS na regulamentação da reforma tributária na Câmara dos Deputados. A Casa também livrou os caminhões e incluiu na alíquota o carvão mineral.

Para a nota final, são consideradas cinco dimensões, como a fama (número de seguidores), engajamento (comentários e curtidas por postagem), mobilização (compartilhamentos), valência (proporção de reações positivas e negativas) e interesse (volume de buscas).

Cada dimensão é ponderada por um modelo assimilado pela máquina a partir dos resultados reais de eleições passadas, com milhares de candidaturas monitoradas pela empresa.

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