Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Descrição de chapéu violência

Mãe de vítima na Baixada Santista contesta versão da PM e quer pedir exumação do filho

Relato foi feito a uma comitiva de direitos humanos que acompanha a Operação Escudo

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A mãe de um dos mortos na Baixada Santista, no litoral de São Paulo, após o início da nova fase da Operação Escudo relatou a uma comitiva formada por organizações de direitos humanos que quer pedir a exumação do corpo do filho. Ela contesta a versão dada pela polícia de que o jovem teria sido alvejado e suspeita que ele tenha sido torturado.

O grupo de entidades viajou para a região na semana passada para apurar denúncias de supostos excessos e violações cometidas por agentes da Polícia Militar (PM). Entre o dia 2 deste mês, quando o soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo, 35, foi assassinado, e sexta-feira (16), 26 pessoas foram mortas em confrontos com a corporação.

Movimentação de policiais militares do Batalhão de Ações Especiais de Polícia na Vila Baiana, em Guarujá, na Baixada Santista
Movimentação de policiais militares do Batalhão de Ações Especiais de Polícia na Vila Baiana, em Guarujá, na Baixada Santista - Danilo Verpa - 31.jul.23/Folhapress

"Quando chegamos [no litoral paulista], verificamos que os familiares das vítimas estavam apreensivos e nervosos, ainda em luto. Todos vestiam camisetas com fotos das vítimas estampadas, alguns com terço na mão, pedindo justiça", afirma o coordenador do núcleo de direito antidiscriminatório da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo, Flávio Roberto Campos.

Ele integrou a comitiva, que tinha também presença de autoridades como a ouvidora nacional de Direitos Humanos, Luzia Cantal, e o ouvidor das polícias de São Paulo, Claudio Aparecido da Silva, e a diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno.

Campos afirma que a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) está dificultando o acesso aos laudos, e moradores questionam a versão oficial sobre as mortes. A moradora que quer pedir a exumação do filho, por exemplo, não acredita na versão oficial.

"Ela me falou que não tem como o filho ter sido alvejado. Ele estava com o corpo todo aberto, não deu pra fazer enterro dele", narra o coordenador da OAB. "A Operação Escudo deveria ser chamada Operação Terrorismo, porque há evidências de prática de terroismo de Estado."

Ele diz que os agentes "só se sentem autorizados" porque, segundo ele, "há alguma normalização dessa ação". O advogado critica o discurso do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite.

Procurada pela coluna, a SSP diz, em nota, que as forças de segurança "atuam no estrito cumprimento do seu dever constitucional". E que todos os casos de morte em confronto são "rigorosamente investigados".

"Durante a Operação Verão na Baixada Santista, iniciativa voltada ao combate à criminalidade e à garantia da segurança da população, 604 criminosos foram presos, incluindo 217 procurados pela Justiça", afirma ainda.

"Além disso, foram apreendidos mais de 113 quilos de drogas e 68 armas ilegais, incluindo fuzis de uso restrito", finaliza.

NA AVENIDA

A cantora Karol Conká compareceu ao Camarote Bar Brahma, no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo, na noite de sábado (17), para prestigiar o Desfile das Campeãs do Carnaval paulistano. O vice-governador paulista, Felicio Ramuth (PSD), e sua esposa, a empresária Vanessa Ramuth, estiveram lá. A apresentadora Helen Ganzarolli também participou.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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