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Por
que a eleição de São Paulo é uma
boa notícia
Independentemente
de quem vença a eleição para prefeitura
de São Paulo, no próximo domingo, a cidade,
imersa numa irritação e desânimos crônicos,
tem pelo menos um bom motivo para comemorar _ o emocionante
clima de disputa nesta reta final.
De acordo
com os dados do DataFolha, divulgados esta semana, Marta Suplicy,
do PT, vai para o segundo turno, mantendo a liderança
desde o início da campanha. Saber quem vai disputar
com o PT transformou-se num suspense inusitado. Quatro candidatos
estão em empate técnico, a ser resolvido nos
próximos cinco dias.
Esse clima
de corrida de cavalos, disputando palmo a palmo a dianteira,
ajudou a sacudir a indiferença do eleitorado, desencantado
com a política no geral e, no particular, com ojeriza
à politicalha paulistana, tantas as denúncias
e tamanha a sensação de desgoverno e impunidade,
numa cidade abandonada, próxima da inviabilidade.
Inevitável
que os eleitores sintam-se convidados a prestar mais atenção
nos candidatos e suas propostas, tentando vislumbrar quem
mente ou ilude menos, quem tem idéias viáveis,
disseminando o debate sobre problemas e soluções.
É
uma feliz coincidência que, justamente agora, quando
São Paulo vive sua pior crise, misturando desemprego
alto, salários perdendo o valor, criminalidade pornográfica,
trânsito ainda mais caótico, afogada em dívidas,
num aperto financeiro jamais visto, a eleição
ganhe ares de decisão esportiva.
O que
estamos assistindo é que o paulistano, hoje um ser
humilhado, acuado, refém do caos urbano, está
cada vez mais atento ao que se passa na cidade, rompendo a
indiferença _ e passa, até por uma questão
elementar de sobrevivência, a acompanhar de perto o
que decidem (ou deixam de decidir) em seu nome.
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