Em clima de eleição, filmes e séries com políticos para ver no streaming

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São Paulo

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Já que não se fala em outra coisa, o jeito é entrar no clima das eleições acompanhando alguns mandatos no streaming.

Pode ser a primeira-ministra da Dinamarca em início de governo ("Borgen"), uma guerra política na segunda maior cidade da França ("Marseille"), um político manipulador em Londres ("House of Cards"... a original) ou muitos, muitos políticos americanos (fictícios e verdadeiros). Veja a lista.

American Crime Story: Impeachment

Depois dos casos de O.J. Simpson e Gianni Versace, a terceira leva de episódios expõe todo o entorno, a investigação e a repercussão do affair com a estagiária Monica Lewinsky que quase custou o cargo do presidente Bill Clinton. A trama supervisionada pela própria Lewinsky dá voz a outros personagens, como a oportunista Linda Tripp (Sarah Paulson, quase irreconhecível), uma funcionária veterana, escanteada pelo governo do democrata. Leia mais sobre a série.

Disponível no Star+ (10 episódios)

Borgen

Considerada por muitos a melhor série política neste mundão do streaming, "Borgen" traz a atribulada trajetória de Birgitte Nyborg (Sidse Babett Knudsen), primeira mulher a assumir o cargo de primeira-ministra na Dinamarca em 2010. Ao longo da série, ela precisa lidar com políticos e questões da extrema direita à esquerda, passando pelo Partido Verde, que tem grande importância por lá. Como contraponto, há uma intrépida jornalista sempre em busca de algo de podre na Dinamarca. Os episódios têm cerca de uma hora de duração, mas valem a pena. Leia a crítica da série na Folha.

Disponível na Netflix (3 temporadas, 30 episódios)

Dica bônus - Borgen: O Reino, o Poder e a Glória

Em 2022, a Netflix ressuscitou a série com uma trama que pode ser vista sem a necessidade obrigatória de maratonar a versão original. Birgitte Nyborg (Sidse Babett Knudsen) agora é ministra das Relações Exteriores e a descoberta de petróleo na Groenlândia a põe em rota de colisão com o atual primeiro-ministro. Os episódios continuam longos, mas a temporada é mais curta. Leia mais sobre a série.

Disponível na Netflix (1 temporada, 8 episódios)

Cena de série representando uma mulher branca e loira tendo atrás de si um homem, também branco e loiro
Cena da série dinamarquesa 'Borgen' - Divulgação

O Exercício do Poder

Após um trágico acidente com um ônibus cheio de crianças que cai de um penhasco, o ministro dos Transportes precisa ir ao local. Começa assim sua odisseia política, na qual ele tenta se equilibrar entre mostrar solidariedade às famílias, lidar com sindicatos, pressões políticas e a crise econômica do país. Bom exemplar francês, dirigido por Pierre Schoeller, que mescla os bastidores do poder com a simplicidade das ações de um homem por trás de um cargo importante.

Disponível na Reserva Imovision (115 min.)

House of Cards (original)

Bem antes de a Netflix fazer a bem-sucedida adaptação estrelada pelo cancelado Kevin Spacey, "House of Cards" foi uma premiada série inglesa. São apenas três temporadas com quatro episódios cada uma, fácil de maratonar após o voto. Na trama, Francis Urquhart (o ótimo Ian Richardson) faz o papel do político inescrupuloso e manipulador do Partido Conservador no início dos anos 1990, pouco após a saída de Margaret Thatcher. Como na série americana, Francis fala diretamente com o público ao olhar para a câmera. No original, a segunda temporada foi batizada como "To Play the King"; e a terceira, "The Final Cut".

Disponível no Belas Artes à la Carte (3 temporadas, 12 episódios)

Marseille

Segunda maior cidade da França, a litorânea Marselha é comandada há mais de 20 anos pelo prefeito Robert Taro (Gérard Depardieu), que está prestes a passar o poder a seu afilhado político, Lucas (Benoît Magimel). Antes, porém, ele aguarda a aprovação da polêmica construção de um cassino local. No entanto, uma traição na votação desencadeia uma guerra política na cidade, que em algum momento envolverá a família do prefeito. A produção de 2016 foi a primeira série francesa da Netflix. E, apesar das críticas na França, foi melhor aceita no resto do mundo.

Disponível na Netflix (2 temporadas, 16 episódios)

Milk: A Voz da Igualdade

Gus van Sant dirige a cinebiografia de Harvey Milk, gay que se muda com o namorado de Nova York para San Francisco no início dos anos 1970 e logo ajuda a criar uma área segura para a comunidade LGBTQIA+. Em busca de direitos iguais para os homossexuais e lutando contra a violência, Milk resolve entrar na política e se torna o primeiro gay assumido a ocupar um relevante cargo público. A atuação de Sean Penn lhe rendeu o Oscar de melhor ator. Leia a crítica do filme na Folha.

Disponível no Star+ (128 min.)

Recontagem

A eleição de Donald Trump para a Presidência dos Estados Unidos pode ter sido a mais chocante nos últimos tempos. Mas a mais traumática foi a de George W. Bush, em 2000, pelo menos, para os democratas. O filme feito para a TV começa no dia da eleição e detalha a acirrada disputa na Flórida, estado que decidiu a vitória para o republicano Bush. No entanto, a diferença de 0,03% no resultado fez o estado iniciar uma recontagem em meio a ataques dos dois partidos e cédulas confusas. Se usassem urna eletrônica, o filme seria um curta-metragem. O cancelado Kevin Spacey e Laura Dern estão no elenco.

Disponível na HBO Max (115 min.)

Laura Dern é a atriz da foto. Uma mulher branca e loira com olhos claros. Ela veste um vestido de festa branco e está em um evento do Oscar.
A atriz Laura Dern - Mario Anzuoni/Reuters

Show Me a Hero

Com roteiro do mesmo criador de "A Escuta" ("The Wire"), a minissérie de 2015 é ainda mais política. Inspirada em uma história real, ela acompanha o jovem vereador Nick Wasicsko (Oscar Isaac), que se torna prefeito de uma cidade em Nova York, em 1987. Na época, o legislativo local debatia sobre a polêmica construção de casas populares para negros em meio a uma comunidade majoritariamente branca e racista. O ótimo elenco de apoio inclui Alfred Molina e Winona Ryder. A direção de todos os episódios é de Paul Haggis ("Crash"). Leia a entrevista com o roteirista da série na Folha.

Disponível na HBO Max (6 episódios)

Veep

A ótima comediante Julia Louis-Dreyfus (mais conhecida por "Seinfeld") ganhou seis prêmios Emmy (principal troféu da TV) de melhor atriz pelas sete temporadas de "Veep", série que acompanha a senadora que se torna vice-presidente dos EUA (e, eventualmente, presidente). Sempre com comportamento errático, a personagem é ambiciosa, desbocada e meio vulgar. Um de seus divertidos e ridículos slogans falava em "continuidade com mudança". Os episódios são curtinhos, com cerca de meia hora. Leia depoimentos da protagonista na Folha.

Disponível na HBO Max (7 temporadas, 65 episódios)

Cena do primeiro episódio da última temporada da série Veep
Cena do primeiro episódio da última temporada da série 'Veep' - Divulgação

Vice

Com um humor ácido, o diretor Adam McKay oferece um retrato um tanto debochado da carreira de Dick Cheney (Christian Bale, em mais uma transformação física), que foi assessor de Donald Rumsfeld (Steve Carell) e, anos depois, tornou-se o muito influente vice-presidente de George W. Bush (Sam Rockwell) no Partido Republicano. Leia a crítica da Folha.

Disponível na MGM (133 min.)

O que tem de novo

O Legado de Sidney Poitier

Este ótimo documentário, chamado apenas de "Sidney" no original, vai além da simples filmografia de Poitier (1927-2022) em Hollywood e entrelaça a história do ator com a luta por direitos civis dos negros nos EUA. Claro, também ressalta a importância do astro para os atores negros que vieram depois —Poitier foi o primeiro afro-americano a vencer o Oscar de ator principal, em 1964, por "Uma Voz nas Sombras". Inclui depoimentos de Spike Lee, Denzel Washington, Halle Berry e Oprah Winfrey, que também assina como produtora.

Disponível na Apple TV+ (111 min.)

O Perfumista

Mais uma versão para o best-seller "O Perfume: História de um Assassino", escrito pelo alemão Patrick Süskind. Na verdade, está mais para uma breve inspiração do que uma versão: no filme alemão, uma detetive que não sente cheiros investiga um serial killer. Trata-se de um perfumista que recebe ajuda para matar pessoas e "roubar" seus odores a fim de fazer um "perfume do amor". A versão original se passava na França, no século 18, e era mais centrada no perfumista, não na detetive que aparece aqui. Na mesma Netflix, há também uma série em seis episódios ("Perfume"), baseada no mesmo livro —e também moderninha. Há também um filme de 2006 de Tom Tykwer, este mais fiel, mas fora dos catálogos de streaming.

Disponível na Netflix (96 min.)

Rota 66 - A Polícia que Mata

Violência policial e racismo estrutural. Temas recorrentes ainda hoje são o cerne da questão da série brasileira do Globoplay, que, como diz na abertura, é inspirada "em casos reais narrados na obra de Caco Barcellos". A série conta seis casos investigados pelo jornalista (papel de Humberto Carrão) nos anos 1980, quando era recém-chegado a São Paulo. Em comum, todos mostravam como policiais militares adulteravam provas e cenas do crime e agiam como um esquadrão da morte. O livro de Barcellos, "Rota 66", é um clássico nos cursos de jornalismo (ou era nos tempos em que este escriba era estudante). Leia mais sobre a série na Folha.

Disponível no Globoplay (1 temporada, 6 de 8 episódios)

Dica de graça

A Fita Branca

Em um vilarejo protestante da Alemanha de 1913, pouco antes da Primeira Guerra, estranhos incidentes começam a perturbar a ordem local, como o filho do barão aparecer espancado, um médico cair do cavalo após alguém estender um arame no caminho ou uma criança deficiente surgir amarrada a uma árvore. A trama investiga os crimes. O longa em preto e branco de Michael Haneke tem sua história frequentemente identificada como uma gênese do nazismo. Leia a crítica do filme na Folha.

Disponível no Sesc Digital Cinema em Casa, gratuitamente, até 29/11 (144 min.), ou no catálogo da Reserva Imovision (para assinantes)

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