Globo de Ouro premia 'Oppenheimer' e esnoba 'Barbie'; veja lista

Premiação celebrou ainda 'Pobres Criaturas' e 'Anatomia de uma Queda' e surpreendeu ao escantear o hit de Margot Robbie

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Foi sem grandes emoções que o Globo de Ouro revelou os vencedores de sua 81ª edição na noite deste domingo. "Oppenheimer" e, na ala televisiva, "Succession" saíram da cerimônia como os grandes favoritos dos cerca de 300 votantes do prêmio —após uma ampliação considerável no quadro, que antes tinha apenas 90.

Nesta primeira cerimônia após a queda da Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood, que entregava o prêmio e que se viu em desgraça após escândalos de corrupção e compra de votos, há três anos, houve espaço reduzido para alfinetadas ao passado pouco ortodoxo.

"Aos jornalistas do Globo de Ouro, obrigado por mudarem seu jogo", disse Robert Downey Jr. ao aceitar o troféu de ator coadjuvante, por "Oppenheimer". Foi, de certa forma, também um mea-culpa, já que os astros hollywoodianos ajudaram a sustentar, por anos, as incongruências da premiação.

OPPENHEIMER
Cillian Murphy em cena de 'Oppenheimer', de Christopher Nolan - Divulgação

Mas os protestos pararam por aí, e ninguém mais tocou no assunto, alimentando um clima de festa como o dos velhos tempos, regado a álcool.

Neste ano, pela primeira vez, o Globo de Ouro foi entregue pelas produtoras Penske Media e Eldridge, que compraram os direitos sobre um dos troféus mais cobiçados do entretenimento americano, ajudando a apaziguar os ânimos, muito provavelmente.

Não houve um mea-culpa oficial, por parte de algum porta-voz ou do apresentador Jo Koy, que gerou constrangimento logo no começo da transmissão. O comediante tirou sarro do nariz de Bradley Cooper em "Maestro", do pênis de Barry Keoghan em "Saltburn" e dos seios de Margot Robbie em "Barbie", o que, pelas caras, soou bastante indelicado.

Dirigido por Christopher Nolan, "Oppenheimer" levou cinco estatuetas e se consagrou como o grande vencedor desta edição. Além de melhor filme de drama, o longa sobre a criação da bomba atômica levou ainda direção, ator, para Cillian Murphy, ator coadjuvante, para Robert Downey Jr., e ainda trilha sonora.

Entre os filmes de comédia e musicais, "Pobres Ciraturas", de Yorgos Lanthimos, levou a melhor sobre "Barbie", e sua protagonista, Emma Stone, sobre Margot Robbie, intérprete da boneca.

O longa de Greta Gerwig, por sua vez, foi eleito a melhor realização cinematográfica e de bilheteria e ficou com canção original, por "What Was I Made For?", de Billie Eilish e Finneas O’Connell.

Com o fenômeno "Barbenheimer" se repetindo e dominando, depois das bilheterias do ano passado, também o Globo de Ouro, ao lado de "Pobres Criaturas", sobrou pouco espaço para a concorrência.

Nas atuações restantes, atriz de drama foi para Lily Gladstone, por "Assassinos da Lua das Flores", e ator de comédia e atriz coadjuvante foram para Paul Giamatti e Da’Vine Joy Randolph, de "Os Rejeitados".

Recém-centenária, mas com sua festa de aniversário frustrada por bilheterias modestas e críticos pouco impressionados, a Disney não viveu uma redenção na categoria de melhor animação. O estúdio tinha como concorrentes "Elementos", da Pixar, e "Wish: O Poder dos Desejos", feito para celebrar o momento, mas viu o Globo de Ouro ir parar com o lendário Hayao Miyazaki, por "O Menino e a Garça".

Numa agradável surpresa, a francesa Justine Triet, junto com Arthur Harari, venceu a categoria de roteiro em cima dos favoritos da edição, por "Anatomia de uma Queda", que recebeu a última Palma de Ouro em Cannes. Também levou filme estrangeiro.

Também favoritíssima desta edição, mas entre os prêmios televisivos, "Succession" foi eleita a melhor série de drama por sua quarta e última temporada. O imbróglio familiar da HBO, aclamadíssimo por crítica e público, pegou os fãs de surpresa ao encerrar seus dramas no ano passado, mas foi elogiada por manter, ao longo dos anos, seu alto nível.

Tanto que a série parecia brigar entre si em várias categorias. Em atuação, difícil escolher qual dos irmãos mimados ou dos coadjuvantes merecia ser laureado. No fim, Kieran Culkin e Sarah Snook ficaram com ator e atriz de drama, e Matthew Macfadyen, com ator coadjuvante.

E se o drama competiu entre si, ao ampliar um pouco o campo de visão foi interessante notar como a HBO, também, batalhou internamente por vários prêmios. Outro queridinho da temporada, "The Last of Us" é da mesma produtora e encerrou a noite sem Globos de Ouro.

"The Crown", outra que deu adeus no ano que passou, ficou apenas com o prêmio de atriz coadjuvante, pelo trabalho de Elizabeth Debicki como a princesa Diana às vésperas do acidente que a matou.

Nas comédias televisivas, "O Urso" confirmou seu status de queridinha com os prêmios de série de comédia ou musical, ator, para Jeremy Allen White, e atriz, para Ayo Edebiri.

Em melhor minissérie, série antológica ou filme para a TV, área na qual a HBO costuma navegar tranquila, não houve indicações para ela. Sua principal aposta no formato, no ano passado, era "The Idol", avacalhada por crítica e público depois de uma campanha de marketing ostensiva, que foi até o Festival de Cannes.

Com isso, a Netflix levou a melhor e seu "Treta" foi reconhecido como a melhor minissérie do ano que passou. Também recebeu as honrarias de melhor ator e atriz da ala, para Steven Yeun e Ali Wong.

As vitórias de ambos —ele, sul-coreano, e ela, descendente de chineses e vietnamitas— mostram um Globo de Ouro mais aberto à diversidade, após um mar de críticas nesse sentido em anos recentes e de acusações de racismo, já que seu antigo quadro de

votantes não tinha negros.

A vitória de Justine Triet em roteiro cinematográfico, também, mostra um quadro de votantes mais antenado no que foge ao óbvio e dos EUA.

A eles se somam Randolph, Gladstone e Edebiri, vitórias merecidíssimas, mas que servem também para uma contenção de danos —mesmo que por mera coincidência.

Nova categoria, performance em stand-up foi para Ricky Gervais e seu "Armageddon".

MELHOR FILME – DRAMA

  • "Oppenheimer"
  • "Assassinos da Lua das Flores"
  • "Maestro"
  • "Vidas Passadas"
  • "Zona de Interesse"
  • "Anatomia de uma Queda"

MELHOR FILME – COMÉDIA/MUSICAL

MELHOR ANIMAÇÃO

MELHOR FILME ESTRANGEIRO

  • "Anatomia de uma Queda"
  • "Folhas de Outono"
  • "Io Capitano"
  • "Vidas Passadas"
  • "A Sociedade da Neve"
  • "Zona de Interesse"

MELHOR DIREÇÃO

MELHOR ATRIZ – DRAMA

MELHOR ATOR – DRAMA

  • Andrew Scott, "Todos Nós Desconhecidos"
  • Barry Keoghan, "Saltburn"
  • Bradley Cooper, "Maestro"
  • Cillian Murphy, "Oppenheimer"
  • Colman Domingo, "Rustin"
  • Leonardo DiCaprio, "Assassinos da Lua das Flores"

MELHOR ATRIZ - COMÉDIA/MUSICAL

MELHOR ATOR - COMÉDIA/MUSICAL

  • Nicolas Cage, "O Homem dos Sonhos"
  • Timothée Chalamet, "Wonka"
  • Matt Damon, "Air: A História por Trás do Logo"
  • Paul Giamatti, "Os Rejeitados"
  • Joaquin Phoenix, "Beau Tem Medo"
  • Jeffrey Wright, "American Fiction"

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

  • Emily Blunt, "Oppenheimer"
  • Danielle Brooks, "A Cor Púrpura"
  • Jodie Foster, "Nyad"
  • Julianne Moore, "Segredos de um Escândalo"
  • Rosamund Pike, "Saltburn"
  • Da’Vine Joy Randolph, "Os Rejeitados"

MELHOR ATOR COADJUVANTE

  • Willem Dafoe, "Pobres Criaturas"
  • Robert DeNiro, "Assassinos da Lua das Flores"
  • Robert Downey Jr., "Oppenheimer"
  • Ryan Gosling, "Barbie"
  • Charles Melton, "Segredos de um Escândalo"
  • Mark Ruffalo, "Pobres Criaturas"

MELHOR TRILHA SONORA

  • Jerskin Fendrix, "Pobres Criaturas"
  • Ludwig Göransson, "Oppenheimer"
  • Joe Hisaishi, "O Menino e a Garça"
  • Mica Levi, "Zona de Interesse"
  • Daniel Pemberton, "Homem-Aranha: Através do Aranhaverso"
  • Robbie Robertson, "Assassinos da Lua das Flores"

MELHOR MÚSICA ORIGINAL

  • "What Was I Made For?", "Barbie"
  • "I’m Just Ken", "Barbie"
  • "Dance the Night", "Barbie"
  • "Peaches", "Super Mario Bros.: O Filme"
  • "Addicted to Romance", "She Came To Me"
  • "Road to Freedom", "Rustin"

MELHOR ROTEIRO

  • "Barbie", Greta Gerwig e Noah Baumbach
  • "Pobres Criaturas", Tony McNamara
  • "Oppenheimer", Christopher Nolan
  • "Assassinos da Lua das Flores", Eric Roth e Martin Scorsese
  • "Vidas Passadas", Celine Song
  • "Anatomia de uma Queda", Justine Triet e Arthur Harari

MELHOR REALIZAÇÃO CINEMATOGRÁFICA E DE BILHETERIA

SÉRIES

MELHOR SÉRIE – DRAMA

MELHOR ATRIZ – DRAMA

  • Helen Mirren, "1923"
  • Bella Ramsay, "The Last of Us"
  • Keri Russell, "A Diplomata"
  • Sarah Snook, "Succession"
  • Imelda Staunton, "The Crown"
  • Emma Stone, "The Curse"

MELHOR ATOR – DRAMA

  • Brian Cox, "Succession"
  • Kieran Culkin, "Succession"
  • Gary Oldman, "Slow Horses"
  • Pedro Pascal, "The Last of Us"
  • Jeremy Strong, "Succession"
  • Dominic West, "The Crown"

MELHOR SÉRIE – COMÉDIA/MUSICAL

MELHOR ATRIZ – COMÉDIA/MUSICAL

  • Ayo Edebiri, "O Urso"
  • Natasha Lyonne, "Poker Face"
  • Quinta Brunson, "Abbott Elementary"
  • Rachel Brosnahan, "Maravilhosa Sra. Maisel"
  • Selena Gomez, "Only Murders in the Building"
  • Elle Fanning, "The Great"

MELHOR ATOR - COMÉDIA/MUSICAL

  • Bill Hader, "Barry"
  • Steve Martin, "Only Murders in the Building"
  • Martin Short, "Only Murders in the Building"
  • Jason Segel, "Falando a Real"
  • Jason Sudeikis, "Ted Lasso"
  • Jeremy Allen White, "O Urso"

MELHOR MINISSÉRIE, ANTOLOGIA OU TELEFILME

MELHOR ATRIZ – MINISSÉRIE, ANTOLOGIA OU TELEFILME

  • Riley Keough, "Daisy Jones & the Six"
  • Brie Larson, "Uma Questão de Química"
  • Elizabeth Olsen, "Amor e Morte"
  • Juno Temple, "Fargo"
  • Rachel Weisz, "Gêmeas: Mórbida Semelhança"
  • Ali Wong, "Treta"

MELHOR ATOR – MINISSÉRIE, ANTOLOGIA OU TELEFILME

  • Matt Bomer, "Companheiros de Viagem"
  • Sam Claflin, "Daisy Jones & the Six"
  • Jon Hamm, "Fargo"
  • Woody Harrelson, "Os Encanadores da Casa Branca"
  • David Oyelowo, "Homens da Lei: Bass Reeves"
  • Steven Yeun, "Treta"

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

  • Elizabeth Debicki, "The Crown"
  • Abby Elliott, "O Urso"
  • Christina Ricci, "Yellowjackets"
  • J. Smith-Cameron, "Succession"
  • Meryl Streep, "Only Murders in the Building"
  • Hannah Waddingham, "Ted Lasso"

MELHOR ATOR COADJUVANTE

  • Billy Crudup, "The Morning Show"
  • Matthew Macfadyen, "Succession"
  • James Marsden, "Na Mira do Júri"
  • Ebon Moss-Bachrach, "O Urso"
  • Alan Ruck, "Succession"
  • Alexander Skarsgård, "Succession"

MELHOR PERFORMANCE EM COMÉDIA DE STAND-UP OU TV

  • Ricky Gervais, "Ricky Gervais: Armageddon"
  • Trevor Noah, "Trevor Noah: Where Was I?"
  • Chris Rock, "Chris Rock: Indignação Seletiva"
  • Amy Schumer, "Amy Schumer: Contato de Emergência"
  • Sarah Silverman, "Sarah Silverman: Someone You Love"
  • Wanda Sykes, "Wanda Sykes: I Am an Entertainer"
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.