De Grão em Grão

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De Grão em Grão - Michael Viriato
Michael Viriato
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Correr risco pode acelerar sua jornada para a independência financeira

A decisão de correr risco não está relacionada apenas à idade

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A decisão sobre correr riscos em sua carteira de investimentos deve ser ponderada com bastante cuidado. Há quatro fatores a se considerar nesta decisão. Discuto como você deve analisar a inclusão de alternativas de risco, tendo em vista estes fatores.

A decisão de correr risco não está relacionada apenas à idade. REUTERS/Timm Reichert/File Photo ORG XMIT: FW1 - REUTERS

Uma das principais falhas na decisão de incluir risco a uma carteira é a ideia de que maior risco significa maior retorno.

A relação está errada. O certo é o contrário, ou seja, maior retorno, significa maior risco.

Talvez você se pergunte: mas qual a diferença?

Faz toda a diferença.

Por causa deste entendimento errado que muitos se frustram com investimentos de risco.

O fato de incluirmos alternativas de risco em um portfólio, como ações, fundos imobiliários e outros, não necessariamente gera mais retorno.

Reflita, se o simples fato de se incluir risco significasse mais retorno, então, isso não seria arriscado.

O contrário diz o seguinte. Sempre que você teve mais retorno, significa que você correu mais risco. Ou seja, poderia ter dado errado e você teria perdido.

Assim, quando você vir um ativo que obteve um alto retorno, ou bem acima da inflação, isso não significa necessariamente que ele produz proteção do poder de compra ou que ele seja menos arriscado.

Com esse entendimento, podemos passar aos fatores a considerar na inclusão de risco:
1 – Necessidade;
2 – Horizonte de análise e investimento;
3 – Perfil de investidor;
4 – Perspectiva.

Na sua jornada para a independência, você precisa estimar o retorno necessário para alcançar sua meta. Fizemos estes cálculos nos últimos capítulos.

Muitos correm risco quase como uma ânsia de jogo. A primeira regra para se incluir risco é a necessidade.

Caso a rentabilidade que você precisa possa ser alcançada com investimentos de renda fixa, não há necessidade de correr risco. Assim, se for este o caso, alternativas de risco devem ser evitadas.

Por exemplo, se em sua jornada foi estabelecido que uma taxa de juro de IPCA+6% ao ano seria suficiente, não haveria necessidade neste momento de incluir alternativas de risco, pois uma carteira com títulos públicos e privados já seria suficiente.

Correr risco pode fazer seu retorno esperado subir para IPCA+6,5% ou até 7% ao ano. Isto pode te levar mais rápido ou com menor esforço à independência financeira. Entretanto, não é necessário. Portanto, deve ser cautelosamente ponderado.

De outra forma, considere que a taxa necessária para você chegar à independência financeira seja de IPCA+7% ao ano. Imagine que você não consegue alterar outros fatores como prazo de investimento nem contribuição mensal, que poderiam reduzir esta taxa. Assim, correr risco controlado e adequado se faz necessário para buscar esta meta de retorno, pois ela não será alcançada apenas com renda fixa.

Mas não basta ser apenas necessário. Também deve cumprir com os outros fatores.

O horizonte de análise e de investimento também são fundamentais. Alternativas de risco podem promover ganhos em excesso no longo prazo, mas podem apresentar retornos negativos o curto prazo, ou seja, e menos de 2 anos.

Portanto, pense sempre em horizontes de mais de 2 anos, caso esteja refletindo por ter risco no portfólio.

Algumas alternativas de risco, como fundos de private equity, demandam horizontes entre 5 a 10 anos para maturar. Portanto, exigir que eles apresentem retorno antes é o caminho para frustração e a realização de perdas com vendas antecipadas.

A adequação do perfil de investidor é essencial para se correr risco.

Os investimentos de risco apresentam volatilidade nos preços. Assim, investidores conservadores ou moderados com alocação excessiva de risco, não suportam passar muito tempo perdendo, antes de ganhar, e acabam vendendo com perdas no pior momento.

Por fim, para todo investimento de risco, deve ser estabelecido um cenário que resulta em uma perspectiva de retorno para o ativo. Caso esta perspectiva se altere, pois o cenário mudou, é fundamental que a posição seja revista.

Nos próximos capítulos, vou abordar as diferentes classes de ativos de risco que podem fazer parte de seu portfólio, caso haja necessidade em seu plano, se você tiver o horizonte adequado, se seu perfil estiver de acordo e se a perspectiva for positiva.

Vamos seguir nessa jornada para a independência financeira?

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

Fale direto comigo no e-mail.

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Livro: A Jornada para sua independência Financeira

Sumário

Introdução
Entenda como você alcançará sua independência financeira
Viver de renda é o último passo da jornada para a independência financeira
Estas são as maiores dúvidas sobre a jornada para a independência

Parte 1 Construção do plano
Capítulo 1 O primeiro passo na construção do plano para a independência financeira
Capítulo 2 Como definir a taxa de retorno em seu plano para a independência?
Capítulo 3 Descubra qual patrimônio necessário para alcançar sua independência financeira
Capítulo 4 Na jornada para sua independência, não despreze a importância deste fator
Capítulo 5 Entenda as duas formas que eu apliquei para elevar minha capacidade de poupança
Capítulo 6 Se você dobra este fator, seu patrimônio pode multiplicar muito mais
Capítulo 7 Juntando os pontos para construir seu plano

Parte 2 Montando a carteira para te levar à independência financeira
Capítulo 8 Antes de realizar qualquer investimento, defina estes dois fatores
Renda Fixa
Capítulo 9 Você não deve montar uma carteira de renda se quer chegar ao patrimônio para viver de renda
Capítulo 10 Evite estes dois erros comuns a investidores de renda fixa
Capítulo 11 Na renda fixa, compensa investir em crédito privado em relação ao público?
Capítulo 12 Descubra como ganhar o prêmio da renda fixa privada, mas com baixo risco
Capítulo 13 Esta é a forma mais simples de planejar sua independência financeira com renda fixa
Capítulo 14 Com nossas taxas de juros, descubra se compensa investir em dólar
Renda Variável
Capítulo 15 Correr risco pode acelerar sua jornada para a independência financeira
Capítulo 16 Fundos Multimercados
Capítulo 17 Fundos de Investimentos Imobiliários
Capítulo 18 Ações
Capítulo 19 Investimentos Alternativos
Fundos de investimentos e Previdência Privada

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