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A
lição das urnas doeu
Os eleitores
da cidade de São Paulo deram uma lição
nos políticos envolvidos na falta de rigor com os recursos
públicos, impedindo a reeleição da imensa
maioria de vereadores que impediram a investigação
de suspeitas de falcatruas.
As urnas ajudaram a abater a visão cínica de
que todos os políticos são iguais, protegidos
pela crônica impunidade, o que serve para justificar
o "rouba, mas faz".
Quase todos os vereadores expostos à opinião
pública por estarem metidos em bandalheiras ou prestando-se
como escudos contra as investigações tiveram
a cabeças cortadas pelos eleitores, numa monumental
limpeza.
O símbolo dessa tendência é Brasil Vita,
que já venceu 10 eleições para vereador,
num recorde nacional; está há 40 anos na Câmara
Municipal. Ele esteve à frente da defesa do prefeito
Celso Pitta, de olho nos seus protetorados municipais.
Pode-se argumentar que Paulo Maluf, padrinho de Celso Pitta,
desmontaria essa visão _ afinal, ambos acabaram alvo
das denúncias. Maluf, porém, foi ao segundo
turno raspando, com uma alta de rejeição, exibindo
perdas no seu número de eleitores.
Apesar de negar publicamente, dirigentes do PT torciam para
que Maluf fosse ao segundo turno, apostando que seria mais
fácil abatê-lo do que a Geraldo Alckmin, do PSDB,
ou mesmo a Luiza Erundina, capazes de atrair eleitores conservadores
e da chamada centro-esquerda.
A lição é simples e tem a ver com a pedagogia
democrática: com o livre acesso á informação
e a própria prática do voto, o eleitor vai aprendendo
a fiscalizar e punir seus representantes.
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