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O teste do sequestro

Num batismo da delinquência, adolescentes são aceitos nas quadrilhas depois de praticarem um sequestro-relâmpago, demonstrando coragem, habilidade e disposição de obedecer às ordens dos superiores hierárquicos.

O teste vem sendo aplicado por gangues de regiões na Zona Leste, em São Paulo, deixando horrorizados líderes comunitários, acuados pela lei do silêncio.

Sequestrar alguém e sacar seu dinheiro de um caixa eletrônico é um dos crimes que mais crescem em São Paulo _ cresce a tal ponto que policiais sugerem aos clientes só entrar nos caixas em lugares movimentados, como aeroportos ou shoppings.

Fazer parte de uma gangue é uma questão de status, de respeitabilidade pública; sequestros transformados em provas de coragem e obediência convertem-se em rituais de iniciação.

A lógica desse ritual é a própria lógica do crime. Não há uma ligação direta entre criminalidade e pobreza _mas entre criminalidade e marginalidade, que fomenta a percepção de exclusão.

A gangue representa, de um lado, a raiva e, de outro, a vontade de ser aceito, de se fazer integrante de um grupo. Torna-se, então, uma traço cultural.

Reportagem da Folha, publicada domingo passado, de Alessandro Silva e Gabriela Athias, revelou que um em cada cinco internos da Febem vem de apenas cinco bairros de regiões marcados pela baixa escolaridade, alto desemprego juvenil e crime organizado, movido pelas drogas.

Essas regiões são vítimas das mais variadas ausências de poder público: faltam juizes, professores, policiais. Faltam áreas de lazer, escolas, água e esgoto encanado.

O crime passa a ser das poucas coisas organizadas, substituindo o poder público e fornecendo emprego para quem dificilmente vai conseguir emprego, num momento em que se exige diploma de segundo grau, como ocorre em muitas empresas, até para faxineiro.

 

 
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