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30/10/2003
Saúde deve ter prioridade sobre economia, diz Sachs

GENEBRA - O governo brasileiro não deve pensar que conseguirá primeiro estabilizar a economia para somente depois lidar com temas sociais como a saúde. A avaliação é de Jeffrey Sachs, economista da Universidade de Columbia que serviu de conselheiro para reformas neoliberais na Bolívia, Polônia e Rússia nos anos 90.

Em entrevista ao Estado durante sua passagem por Genebra, onde participa de uma reunião com ministros de vários países pobres sobre o financiamento de sistemas de saúde pública, Sachs disse que uma renovação do acordo do Brasil com o Fundo Monetário Internacional (FMI) deve ocorrer de forma que "deixe espaço macroeconômico adequado" para políticas no setor de saúde.

"A economia de um país nunca irá crescer de forma sustentada se a saúde da população estiver prejudicada. Uma economia não funciona sem um sistema de saúde", afirmou. Para ele, o FMI já está mais sensível a essa dimensão dos problemas dos países em desenvolvimento. "O FMI está em uma nova era e começa a ver que não pode ignorar a saúde de um país."

No caso específico do Brasil, Sachs acredita que iniciativas como o Fome Zero e projetos na área social devem ser levados em conta durante a negociação de um pacote com o FMI. "São elementos que precisam ser considerados para que não acabem prejudicados."

O economista, além de defender um maior investimento dos governos em seus sistemas de saúde, promove a idéia de que as doações de economias ricas aos países mais pobres sejam quadruplicadas até 2007 para o setor de saúde. O objetivo é de que, até lá, os governos estejam recebendo cerca de US$ 27 bilhões por ano, o que, segundo ele, evitaria 8 milhões de mortes no mundo a cada período.

 

JAMIL CHADE
Correspondente do jornal O Estado de S. Paulo

   
 
 
 

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