Descrição de chapéu Artes Cênicas

Barbara Heliodora assombrou atores e difundiu Shakespeare no Brasil

Crítica teatral ferina, ensaísta e tradutora, ela completaria cem anos

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Danilo Thomaz

Jornalista com mestrado em ciência política pela Universidade Federal Fluminense

[RESUMO] Mais famosa e temida crítica de teatro no Brasil, Barbara Heliodora (1923-2015) completaria cem anos em agosto. Dona de tom incisivo e humor ferino, despertou amores e ódios em leitores e artistas, viveu embates dramáticos e virou ela própria uma personagem teatral. Em paralelo, como tradutora e ensaísta, foi a principal especialista no país em Shakespeare, paixão de uma vida inteira.

Foi uma rotina por quase 30 anos. Quando a noite escondia os escombros e a mata dos casarões ecléticos do largo do Boticário, a crítica teatral Barbara Heliodora deixava sua casa, entrava em um táxi e se encaminhava para algum teatro do Rio de Janeiro.

A chegada era um espetáculo em si. Liana de Camargo Leão, professora da Universidade Federal do Paraná e especialista em Shakespeare, acompanhou-a em diversas ocasiões. Conta que, quando Barbara entrava no teatro no alto de seu quase 1,80 m, os leitores-espectadores comentavam: "A Barbara tá aí".

A crítica de teatro Barbara Heliodora em sua casa, no Rio - Ricardo Moraes-28.nov.06/Folhapress

Nas coxias, sua presença também eletrizava os artistas. "A gente fazia um esforço muito grande para a Barbara ir nas peças. Mas é claro que isso causava um certo nervosismo", conta o autor e diretor teatral Henrique Tavares, que sempre perguntava para seus colegas de grupo: "Se a Barbara vier, vocês querem saber?".

Ele sabia bem do que estava falando. Uma crítica arrasadora de Barbara levou um de seus atores, nos anos 1990, aos prantos. Henrique tirou desse episódio a inspiração para a comédia "Barbara Não lhe Adora", sobre um grupo teatral que, após uma recepção negativa à sua versão de "Romeu e Julieta", sequestra a crítica Barbara Heleonora, para que ela veja novamente a peça.

A comédia de 2000 permaneceu nove anos em cartaz e viajou por todo o país. E contou com uma crítica positiva da Barbara, a Heliodora.

A influência dela, em um período em que a imprensa também se fazia mais presente na vida cultural, fez-se sentir de diversas maneiras. Em especial em um gênero marcante na cena teatral carioca dos anos 1980 e 1990, o chamado besteirol: espetáculos cômicos que revelaram toda uma geração de atores e autores ou mesmo abriram as cortinas para um novo momento na carreira de nomes já maduros, como Marília Pêra e Marco Nanini.

"Ela foi uma das primeiras pessoas a aceitar o besteirol e a rir conosco", conta o ator, dramaturgo e diretor Miguel Falabella. "Ela não era careta."

Liana acredita que Barbara tenha tido especial importância para as carreiras de Falabella e Nanini —do primeiro, de quem era próxima, elogiou, por exemplo, a peça "A Partilha" e chegou a cobrar-lhe até outro texto nesse mesmo estilo.

Os críticos da crítica diziam que ela poupava os amigos. "Ela acabou comigo no ‘Capitanias Hereditárias’", conta Falabella, sobre sua comédia de 2003. "Ela era imparcial", conta Liana. E não tinha prazer nenhum em criticar os amigos. "É horrível", disse no Roda Viva, acentuando bem o "í".

A atriz Beth Goulart também teve a carreira marcada pela relação com Barbara. Beth começou nos palcos com 13 anos, em 1974, ao lado da mãe, Nicette Bruno. A montagem era "Os Efeitos dos Raios Gama nas Margaridas do Campo", de Paul Zindel, com direção de Antonio Abujamra e tradução de Barbara Heliodora.

"Isso fez com que tivéssemos uma aproximação maior, uma amizade muito respeitosa. Tenho esse respeito ao palco e ao fazer teatral, e ela reconhecia isso", conta Beth, que participou com Antonio Fagundes de uma leitura dramática de "Hamlet", no início dos anos 1980, dirigida por Barbara.

Ao longo de sua trajetória, a atriz tentou pesar as avaliações de Barbara. Diante das negativas, pensava: "Será que ela não tem razão?". O último grande elogio foi pelo monólogo "Simplesmente Eu, Clarice Lispector" (2009).

De 1985 a 31 de dezembro de 2013, Barbara foi espectadora de mais de 1.300 espetáculos. Dizia nunca ter saído de uma apresentação antes do término, mesmo que já antevisse estar diante de uma montagem ruim. "Eu vou até o fim, heroicamente", disse em entrevista ao diretor Gerald Thomas, com quem viveu uma querela pública.

Celebrada e temida como nenhum outro crítico de teatro de sua época, Barbara se dedicou aos palcos até o fim. Nos dois últimos anos de sua vida, empenhou-se naquela que julgava ser sua grande obra: a edição definitiva das peças de William Shakespeare em português. As traduções e análises vêm sendo publicadas pela Nova Fronteira com organização de Liana de Camargo Leão, que prepara também uma biografia de Barbara.

Ato 1 - O mundo é um palco

Nascida em uma família tradicional, criada em meio a figuras da elite carioca no Solar dos Abacaxis, casarão eclético na rua Cosme Velho, Barbara teve sua instrução básica no Colégio Andrews. Lá viu sua primeira peça de Shakespeare, uma encenação de "Romeu e Julieta" que a deixou encantada.

Por esse encantamento, a mãe, Anna Amélia Carneiro de Mendonça, poeta e feminista, a presenteou com uma edição completa das obras do bardo —em inglês. Ela estava com 12 anos. Foi o evento fundador de sua vida.

Em 1938, viu sua primeira montagem profissional de Shakespeare. Novamente um "Romeu e Julieta", estrelado por Sonia Oiticica e Paulo Porto, pelo Teatro do Estudante do Brasil (TEB), a companhia fundada por Paschoal Carlos Magno. Guardou uma lembrança agradável da encenação.

Amigo de sua mãe e fundador com ela da Casa do Estudante do Brasil, para a formação de crianças pobres, Carlos Magno, em uma viagem à Inglaterra, vira que todo mundo montava as peças do bardo em sua terra natal. Não se tratava de uma obra para iniciados.

Barbara guardou e espalhou essa lição. Sempre que era questionada sobre sua paixão pelo dramaturgo, devolvia com uma pergunta: "Você já leu?". Diante da insegurança de alguém, dizia: "Vai entender, sim, leia porque vai entender". Se alguém se sentia intimidado pelo nome William Shakespeare, ela aconselhava: "Esquece a assinatura, vê se a peça é boa".

O desejo de levar Shakespeare ao público, todavia, não a tornava menos rigorosa. A base crítica e analítica nasceu no período que passou na Connecticut College, na Nova Inglaterra, nos Estados Unidos.

Lá estudou, entre outras disciplinas, dois semestres de Shakespeare, e aprendeu uma lição básica que aplicou em suas críticas e traduções. Uma professora, ao comparar os discursos de Brutus e Júlio César, na obra que leva o nome do último, perguntou qual a diferença essencial entre um e outro. Várias foram as tentativas, até que a professora deu a resposta cabal: "Um é em prosa (o de Brutus) e o outro é em verso".

Em suas traduções, Barbara é bastante rigorosa com a forma. Ao contrário de outros tradutores, como Millôr Fernandes, que transformava todos os versos em prosa, ou de Carlos Alberto Nunes, que convertia tudo em verso, ela mantinha as formas originais do autor.

Shakespeare tinha razões dramáticas para utilizar a prosa ou o verso. Usualmente, o último era reservado aos personagens das classes altas, e o primeiro cabia aos de classes mais baixas. Em "Hamlet", todavia, a prosa era utilizada também nos momentos em que o protagonista encenava sua própria loucura. Barbara sempre lembrava que o verso era uma forma de ajudar o ator, assim como a rima, a fixar uma ideia na obra shakespeariana.

O escritor, editor e tradutor Rodrigo Lacerda publicou recentemente uma versão de "Rei Lear" pela Editora 34. Assim como Barbara, leu o texto em voz alta, terminada a tradução. "Ela falava que sempre se preocupava mais com o palco do que com o leitor silencioso", conta.

Quando tinha 18 anos, Lacerda frequentou os encontros shakespearianos que Barbara promovia na sala de sua casa. Os dois haviam se conhecido quando ele começou a estagiar na Nova Fronteira, de propriedade de sua família, e Barbara foi assinar um contrato de tradução.

Cada reunião era dedicada a uma peça. Barbara começava a leitura, sempre em inglês. Os alunos tinham a opção de ler em espanhol ou em português. "Ela tinha um jeito muito legal de dar aula. Tinha senso de humor, sabia analisar tanto do ponto de vista psicológico quanto do dramático", conta Lacerda.

Segundo ele, Barbara tratava de tudo um pouco, como a extensão das cenas, o motivo de serem mais curtas ou longas, e a construção psicológica das personagens.

"No caso do ‘Rei Lear’, tem gente que acha o Edmund um vilão menor, porque ele não tem crise com a própria maldade. Olhando o personagem, vejo um homem discriminado por ser filho de uma relação ilegítima, obrigado a crescer longe de casa, de seu país, pra não pegar mal pro pai nobre. Não fosse a Barbara, não ficaria atento a isso."

Foi a academia que levou Barbara para a tradução. Sem material bom o suficiente para trabalhar Shakespeare, pediu à mãe que traduzisse "Hamlet" para nosso idioma. Com a morte de Anna Amélia, dedicou-se ela mesma à tarefa.

Como professora da Unirio, produziu a tese "A Expressão Dramática do Homem Político em Shakespeare", que analisa o aspecto sociopolítico da Inglaterra do rei Henrique 8º e de sua filha, Elizabeth 1ª, na obra do dramaturgo.

Transformada em livro, "O Homem Político em Shakespeare" (1978) retrata o contexto das disputas religiosas e seu impacto político na Inglaterra —e como tudo isso influiu no garoto de Stratford e foi transposto para seus textos.

Barbara explica que as peças históricas são o único gênero dramático que Shakespeare de fato criou. Os demais, como a tragédia, já existiam. Embora, claro, ele tenha dado seu toque de gênio a tudo que escreveu.

Entre suas obras sobre o dramaturgo estão a injustamente esquecida "Falando de Shakespeare" (1997), em que analisa diversos aspectos de sua obra, e o ensaio "Por que Ler Shakespeare" (2007), no qual, em 70 páginas, narra a vida do escritor, sua época, cada uma das peças e chega a dar dicas de direção.

Ato 2 - Cheia de som e fúria

Barbara participou, em 1948, daquela que considerava a melhor montagem brasileira de Shakespeare: o "Hamlet" de Sergio Cardoso, que fez o papel do jovem príncipe. A futura crítica interpretou a rainha Gertrudes, mãe de Hamlet. Deixou o palco ao engravidar, sendo substituída por Cacilda Becker na montagem.

Em 1957, teve início seu trabalho como crítica, na Tribuna da Imprensa, de Carlos Lacerda. O jornalista e político, amigo de sua família, viria, aliás, a traduzir "Júlio César", de Shakespeare.

Foi para o Jornal do Brasil, o matutino de maior influência cultural do Rio, em 1958. Com ela e Paulo Francis, entre outros nomes, foi o fim da "ação entre amigos" na crítica teatral —ou ao menos em parte dela.

Em 1964, foi convidada a assumir o Serviço Nacional de Teatro, o SNT. Eram os primórdios da ditadura. Hesitou, mas aceitou a empreitada.

Após três anos na função, dedicou-se à vida acadêmica até a aposentadoria. Em meados dos anos 1980, voltou à atividade crítica. No jornal O Globo, de 1990 a 2014, teve a fase mais conhecida de sua trajetória. O tom ferino de seus textos e suas opiniões não demorou a causar embates dramáticos.

Em entrevista à revista Veja, em 1993, disse que a atriz Fernanda Torres, então companheira do diretor Gerald Thomas, tinha um talento que jamais seria comparado ao da mãe, Fernanda Montenegro, de quem Barbara era amiga.

Gerald havia dirigido mãe e filha em "The Flash and Crash Days" (1991), sucesso nacional e internacional, mas não junto a Barbara Heliodora. A crítica avisou Fernanda Montenegro que não havia gostado do espetáculo. Esta avisou a Gerald.

O diretor não tinha boa impressão a respeito de Barbara desde que os dois haviam se conhecido nos anos 1980, em Nova York, quando estava com "4 x Beckett" em cartaz. "Ela não conhecia nada. O Bob Wilson. Pina Bausch", disse. "Ela não conhecia nenhuma das minhas referências." Considerava-a mais apta a analisar o teatro clássico do que o experimental.

A declaração à Veja foi o estopim para a revolta de Gerald. "Mandei ela morrer de pneumonia. Ela vivia tendo pneumonia", disse. Barbara ficou proibida de ir às suas estreias. Se quisesse ver algum espetáculo seu, só poderia a partir do segundo dia —e pagar pelo ingresso.

Houve um início de distensão, a partir de 1996, quando Gerald apresentou "Nowhere Man" no Festival de Teatro de Curitiba e foi aplaudido por Barbara. "Não sei se gostei de ela ter gostado", comenta ele hoje.

A partir daí, ela foi só elogios. O diretor se lembra de um espetáculo seu, "Rainha Mentira. Queen Liar", que a tocou especialmente. Lembra-se de tê-la vista "aos prantos, visivelmente transtornada" após a apresentação.

O diretor de teatro José Celso Martinez Corrêa, morto em 6 de julho, participou da bancada do Roda Viva que entrevistou Barbara, ocasião em que ofereceu a ela uma taça de vinho.

"Eu vim para te perdoar, vim para te oferecer Dionysius", disse o diretor. "Você agora é uma verdadeira Margaret Thatcher. A ordem liberal te beneficiou muito. A tua crítica você escreve do ponto de vista de Deus. ‘Isso é bom, isso é mau'. Você é dona da verdade de uma classe, faz uma prestação de serviço para uma classe social minúscula."

Zé Celso também fez críticas às traduções de Barbara para as peças de Shakespeare, algo raro de se encontrar. "Você encareta demais Shakespeare. Esse seu eruditismo vitorianismo te faz uma espécie de tuteladora, esposa do Shakespeare", disse o diretor, que se considerava "amante" do bardo de Stratford.

O único ponto positivo que via em Barbara era o fato de ser uma "pessoa perversa", segundo lhe diziam, que "encontrou na crítica uma maneira de ser má, destrutiva". "Talvez seja a única qualidade que eu admire no seu trabalho, que eu acho shakespeariana", disse-lhe.

Barbara ouviu o solilóquio impassível —e recusou o vinho. "Eu não posso, estou de dieta", respondeu. Um fato, no entanto, merece registro: conservadora ou não, Barbara, como todo intelectual público deveria ser, nunca deixou de ser discutida e incomodar enquanto esteve em atividade.

Em "Querida Barbara", sensível artigo publicado na Ilustríssima logo após a morte da crítica, em 2015, a atriz Fernanda Montenegro afirmou que ela pertencia "a esse pequeno grupo de personalidades realmente vocacionadas para o exercício da crítica, que aguentam viver na pressão de julgar, aplaudir, renegar, glorificar, destruir, aceitar, refugar, concordar, discordar, conceituar, desconceituar, isso dia após dia, ano após ano, arriscando até a própria pele porque uma crítica negativa traz também reações impensáveis. Impensáveis".

No entanto, como afirma Fernanda, isso não a afastava da gente do teatro. "Você é parte da mesma 'matéria dos sonhos', de que fala o bardo. Você faz parte dessa nossa enfermaria. Você é parte desse nosso teatro de cada dia", escreveu a atriz.

"São inúmeras as suas críticas duras. Como também são inúmeras as suas análises consagradoras, escritas com profunda alegria e alívio, na felicidade de ver realizado todo um esforço com o qual você, graças a Deus, está de acordo."

Em "Tia Bárbara, a Temível", escrito para a revista piauí, Fernanda Torres disse que a declaração de Barbara à Veja foi um choque do qual demorou um bom tempo para se recuperar. "Indignada, peguei o telefone e liguei para a ex-tia [após entrevista na Veja]", conta. "A voz grossa, muito característica, me respondeu que também havia achado pesado [o que havia dito], se desculpou e passamos muitos anos longe uma da outra."

As pazes vieram quando Fernanda Torres encenou o monólogo "A Casa dos Budas Ditosos", em 2003, adaptação do livro homônimo de João Ubaldo Ribeiro. "Ela descobriu algum valor em mim e eu nela". A atriz conta que havia se aproximado da compreensão que Barbara tinha do teatro.

Ato 3 - O resto é silêncio

A ausência de Barbara como que encerrou uma era no teatro carioca e brasileiro. "A Barbara era uma intelectual, tinha esse olhar voltado para um teatro mais consistente. Não teve uma pessoa que ocupasse o lugar dela. A coisa foi ficando pueril, diluída, sem cara, sem cores", afirma Henrique Tavares, autor do já citado "Barbara Não lhe Adora".

Gerald Thomas admite também que "para esse repertório clássico ela era de fato muito boa, estava lá entre os scholars britânicos", mas não a coloca na dianteira da crítica do Brasil, posto que, a seu ver, caberia a nomes como Sábato Magaldi, que Barbara considerava "maravilhoso", Alfredo Mesquita e Alberto Guzik. Todos já falecidos.

Gerald, contudo, admira muito o crítico Macksen Luiz, que sucedeu a Barbara por um período em O Globo. Considera-o, inclusive, melhor.

"Com a morte dela, cai o pano. As pessoas compravam o jornal para ler a Barbara", afirma Liana.

O advogado e especialista em Shakespeare (que tinha a fama de não gostar de advogados) João Roberto de Castro Neves, autor de "Shakespeare e os Beatles" e "Medida por Medida –O Direito em Shakespeare", adquiriu, com o economista Gustavo Franco, a biblioteca de Barbara. Neves desfruta de um raro prazer: a leitura do dramaturgo pelas anotações de Barbara.

Como na cena 5 do ato 1 de "Romeu e Julieta", em que os protagonistas ainda mascarados se beijam, sem saber que são ele um Montéquio e ela uma Capuleto. "Quando a Julieta recebe o primeiro beijo, ela diz ‘You kiss by the book’. Ela nunca havia beijado", recorda Neves.

Traduzindo para o português, isso poderia significar "Você beija bem". Barbara, porém, percebeu uma ironia, um subtexto. E anotou no livro: "É tudo decorado!", como se Romeu tivesse aprendido a beijar nos livros. "Ela [Julieta] tem uma sensibilidade. É espertíssima. Dá logo uma enquadrada", diz Neves. "É tudo decorado!" foi a escolha de Barbara para sua tradução da peça.

Figura de destaque no teatro brasileiro, Barbara Heliodora saiu de cena no maior palco do Brasil. Pouco depois de sua morte, em um dia de Botafogo e Fluminense, foi homenageada com um minuto de silêncio no Maracanã. Seria um dia de festa para ela. O Fluminense, seu time do coração, no qual seu pai, o historiador Marcos Carneiro de Mendonça, foi goleiro, venceu a partida.

E o resto é silêncio, como disse Hamlet.

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