Veja os principais acontecimentos internacionais de 2010

Em 2010, os Estados Unidos deram o passo definitivo para encerrar a Guerra do Iraque, retirando suas tropas de combate do país. O conflito, iniciado em 2003, deixou mais de 4.000 soldados mortos, segundo dados do governo americano, e mais de 100 mil civis mortos, segundo dados revelados pelo site WikiLeaks e negados pelos EUA.

O ano foi marcado ainda pelas tragédias naturais. Um terremoto devastou o já empobrecido Haiti, deixando mais de 230 mil mortos, mesma cifra dos tsunamis de 2004 no sudeste asiático. A Indonésia também não escapou. Em uma sequência de terremoto, tsunami e erupção vulcânica, mais de 640 pessoas morreram e milhares ficaram desabrigadas.

Alguns nomes se destacaram neste ano, mas os personagens mais carismáticos do noticiário internacional foram os 33 --os mineiros que passaram 69 dias soterrados a 700 metros da superfície na mina San José, no norte do Chile. Eles comoveram o mundo com um simples bilhete, foram premiados como heróis pela renomada rede de TV americana CNN e agora giram o mundo como celebridades.

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Veja estes e outros destaques do noticiário internacional de 2010

JANEIRO

1 de janeiro: Um atentado suicida durante um jogo de vôlei no nordeste do Paquistão foi um dos mais sangrentos do ano no país. Relatos iniciais indicavam 25 mortos, mas dois dias depois o governo revisou para 101 o número de vítimas fatais. A localidade de Lakki Marwat, palco da tragédia, fica perto do Waziristão do Norte e do Sul, duas regiões tribais consideradas bastiões do Taleban.

4 de janeiro: O prédio mais alto do mundo, o Burj Khalifa, com 828 metros, é oficialmente inaugurado em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O edifício conta com hoteis, apartamentos residenciais e academias.

4 de janeiro: Morre no Japão aos 93 anos Tsutomu Yamaguchi, de câncer no estômago, a única pessoa reconhecida como sobrevivente das duas bombas atômicas lançadas pelos Estados Unidos nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki no fim da Segunda Guerra (1939-1945). Yamaguchi estava em Hiroshima em uma viagem de negócios por sua empresa de construção de barcos em 6 de agosto de 1945, quando um avião americano derrubou uma bomba atômica na cidade. Ele sofreu graves queimaduras na parte superior do corpo e passou a noite na cidade.

Orlando Barría/Efe

Devastado pelo tremor que matou mais de 230 mil, Haiti sofreu ainda com epidemia de cólera e conturbadas eleições

12 de janeiro: Considerado um dos mais violentos da história, um forte terremoto de magnitude 7 devastou a capital do Haiti, Porto Príncipe, deixando mais de 230 mil mortos, mesma cifra dos tsunamis de 2004 no sudeste asiático.Oito dias depois, um novo tremor de magnitude 6,1 atingiu o país, pouco antes de as operações de busca serem dadas como encerradas. Um dia depois da tragédia, o governo brasileiro confirma a morte de Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, que estava a trabalho no país, que conta com a Minustah, missão de paz da ONU (Organização das Nações Unidas), chefiada pelo Brasil. Conferências da entidade reuniram centenas de países comprometidos com doações de até US$ 5 bilhões para a reconstrução do Haiti. No fim de outubro, após 50 mortes por diarreia aguda, o governo confirma que o país vive uma epidemia de cólera. Quase dois meses depois, mais de 2.000 pessoas são confirmadas mortas pelo surto, que, segundo uma investigação francesa, foi trazido ao país por soldados da ONU. A entidade rebateu o relatório. Já em dezembro, o país viveu conturbadas eleições, que até o dia 20 ainda não tinham resultado oficial divulgado.

25 de janeiro: Um Boeing 737 da companhia aérea africana Ethiopian Airlines com 90 pessoas a bordo --a maioria libaneses e etíopes-- caiu no Mar Mediterrâneo, próximo ao litoral do Líbano, logo após decolar do Aeroporto Internacional Rafic Hariri, em Beirute, com destino à capital etíope, Adis Abeba. Em fevereiro, especialistas afirmaram que o mau tempo pode não ter sido a única causa da catástrofe, e aventaram um problema de motor ou da parte hidráulica do aparelho. Uma fonte próxima da investigação afirmou que houve falha do piloto.

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FEVEREIRO

Leo La Valle/Efe

Em Talcahuano, perto de Concépcion, muitos chilenos voltam às ruas devastadas; mais de 500 morreram durante o terremoto

18 de fevereiro: O presidente do Níger foi deposto após tropas de militares rebeldes invadirem o palácio presidencial, prendendo também uma série de ministros. Dois dias depois do golpe de Estado, mais de 10 mil nigerinos se reuniram na capital Niamey em uma manifestação de apoio aos militares que derrubaram Tandja, no poder há dez anos. Os golpistas suspenderam a Constituição de agosto de 2009 e declararam a dissolução do governo. O país passa a ser governado por uma junta militar chefiada por Salou Djibo.

27 de fevereiro: Um terremoto de magnitude 8,8 --classificado como o quinto mais potente em toda a história-- atinge o Chile, levando a presidente Michelle Bachelet, em fim de mandato, a apelar por ajuda internacional. O líder-eleito, Sebastían Piñera, que assumiria em 11 de março, pede contenção aos chilenos em meio a ondas de saques e mais tarde demite chefe militar que atrasou alerta de tsunami. Inicialmente o número de mortos passava de 700, mas foi revisado para pouco mais de 500 ao final das buscas. O governo estimou em R$ 4,5 bilhões os prejuízos causados pelo tremor que deixou ainda mais de 2 milhões de desabrigados. Os 2 minutos e 45 segundos de abalo liberaram uma energia equivalente a 100 mil bombas atômicas, indicaram especialistas.

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MARÇO

14 de março: Milhares de colombianos vão às urnas em eleições legislativas, para escolher 102 senadores e 166 deputados, além de cinco representantes para o Parlamento Andino. Ao todo, 2.539 candidatos se inscreveram. Um dia antes do pleito, o governo ordenou o fechamento das fronteiras terrestres do país por motivos de segurança.

Sukree Sukplang/Reuters

Camisas-vermelhas jogam próprio sangue nos portões da sede do governo da Tailândia defendendo um "sacrifício pela democracia"

16 de março: Manifestantes antigoverno conhecidos como camisas-vermelhas derramam 300 litros do próprio sangue em frente ao gabinete do premiê Abhisit Vejjajiva. Dois dias antes o grupo havia dado um ultimato de 24 horas para que ele dissolvesse o Parlamento e convocasse novas eleições, algo que o político negou-se a fazer.

23 de março: Após um ano de intensos debates no Congresso, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assina a lei que reforma o sistema de saúde do país e estende a cobertura médica a 32 milhões de americanos, assinalando que a nova legislação abre uma 'nova era nos EUA'.

26 de março: A corveta militar Cheonan, da Coreia do Sul, naufraga no Mar Amarelo provocando a morte de 46 dos 104 marinheiros sul-coreanos a bordo. A Coreia do Norte foi responsabilizada pelo incidente mais grave ocorrido na disputada fronteira marítima entre as duas nações desde o cessar-fogo em 1953, mas negou qualquer envolvimento. A disputa deu início a uma série de trocas de ameaças e ações militares que perduraram durante todo o ano.

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ABRIL

3 de abril: O líder direitista sul-africano Eugene Terreblanche, militante separatista que pregava uma "pátria de brancos", é assassinado a machadadas em sua fazenda após uma discussão com dois funcionários, dois meses antes da Copa do Mundo no país. Ele desejava criar três repúblicas somente para a população branca, dentro do território sul-africano, em que os negros fossem admitidos somente como imigrantes para trabalhar.

7 de abril: Mais de mil manifestantes de oposição tentam entrar à força na sede do governo do Quirguistão, ex-república soviética da Ásia Central. O presidente Kurmanbek Bakiev abandona a capital Bishkek e Roza Otunbaieva assume o governo. Pouco mais de 24 horas depois, os confrontos no país já tinham deixado 75 mortos, levando a ONU (Organização das Nações Unidas) a enviar um representante com urgência e a Rússia a reforçar suas bases militares.

Andre Kosters/Efe

Em Portugal, papa Bento 16 muda o tom e admite que a Igreja Católica precisa reconhecer o pecado e a grave crise de pedofilia

10 de abril: O presidente da Polônia, Lech Kaczynski, morre quando o avião que o transportava cai a aproximadamente 400 quilômetros a oeste de Moscou, durante um voo rumo à cidade russa de Smolensk. Meses depois o liberal Bronislaw Komorowski vence as eleições presidenciais com 53% dos votos, derrotando o direitista Jaroslaw Kaczynski, irmão gêmeo de Lech Kaczynski, que em dezembro disse duvidar que o corpo enterrado em abril seja de seu irmão.

12 de abril: Após uma reportagem do jornal americano "The New York Times" publicada no fim de março, denunciando um padre pelo abuso de mais de 200 crianças surdas, a Igreja Católica se vê imersa em uma das maiores crises de sua história. Inicialmente a reação do Vaticano foi marcada pela falta de transparência e tom de negação. Na Páscoa, um cardeal chegou a comparar as denúncias às perseguições sofridas pelos judeus durante o Holocausto e dias depois outro religioso ligou a pedofilia no clero à homossexualidade, atraindo protestos de todo o mundo. A Igreja publicou ainda um manual contra a pedofilia. Um mês depois, a caminho de uma visita a Portugal, o papa Bento 16 --acusado de ter sido negligente durante investigações antigas de pedofilia-- muda o tom e admite que a Igreja precisa reconhecer "a terrível verdade dos abusos".

13 de abril: Tremor de magnitude 6,9 atinge a província de Qinghai, na China, na região autônoma tibetana de Yushu. Uma semana depois, o governo confirma a morte de 2.039 pessoas. Mais de 12 mil ficaram feridos, 1.434 em estado grave.

Mario Anzuoni/Reuters

Milhares de manifestantes foram às ruas nos EUA em marchas contra polêmica lei de imigração aprovada no Estado do Arizona

14 de abril: Cinzas emitidas após uma série de erupções do vulcão Eyjafjallajökull, na Islândia, causam um dos maiores caos aéreos na história da Europa, com reflexos no tráfego de aeronaves comerciais de todo o mundo. As interrupções levaram a uma situação caótica em que países como Espanha, Reino Unido e Alemanha tiveram de fechar e abrir seus espaços aéreos conforme a nuvem de cinzas movia-se sobre o continente. As companhias aéreas estimaram perdas de até 2,5 bilhões de euros com a crise que paralisou mais de 100 mil voos só em abril.

23 de abril: Jan Brewer, a governadora republicana do Estado americano do Arizona, que faz fronteira com o México, aprova no fim de abril uma polêmica nova lei de imigração que criminaliza os ilegais e permite a prisão de quem estiver sem documentos nas ruas. Após críticas do próprio presidente Barack Obama e protestos em cidades de todo o país, a juíza Susan Bolton decide bloquear as partes mais controversas da legislação.

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MAIO

1 de maio: Polícia esvazia a turística Times Square, em Nova York, após encontrar uma bomba em chamas em um veículo estacionado em frente a um teatro. Dois dias depois, o imigrante paquistanês Faisal Shahzad, 30, foi preso ao tentar embarcar para Dubai. Em 5 de outubro, ele foi condenado a prisão perpétua.

6 de maio: Os britânicos foram às urnas, em eleições gerais marcadas por filas. A surpresa da campanha foi o líder liberal-democrata, Nick Clegg, que ganhou popularidade após os debates na TV, até então inéditos no Reino Unido. Derrotado, Gordon Brown renuncia como premiê e líder dos trabalhistas. Sem maioria no Parlamento, conservadores e liberais-democratas se uniram, no primeiro governo de coalizão desde 1945. O líder conservador, David Cameron, foi nomeado primeiro-ministro e o líder liberal-democrata, Nick Clegg, tornou-se vice-premiê.

10 de maio: O presidente Barack Obama nomeia Elena Kagan, procuradora-geral moderada, para Suprema Corte dos EUA. Ela substitui o juiz John Paul Stevens, 90, voz liberal da Suprema Corte que anunciou em abril passado sua aposentadoria.

12 de maio: Um Airbus 330-200 da companhia Afriqiyah Airways caiu pouco antes de aterrissar no aeroporto de Trípoli, na Líbia. Uma criança holandesa foi resgatada com vida. Os outros 92 passageiros e 11 tripulantes morreram.

17 de maio: O Irã assinou um acordo para a troca de urânio pouco enriquecido por combustível nuclear, sob a mediação de Brasil e Turquia, no que o presidente Luís Inácio Lula da Silva chamou de uma 'vitória da diplomacia'. Mesmo assim, em 9 de junho o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma quarta rodada de sanções contra o país persa. As potências ocidentais acusam o Irã de querer desenvolver armas nucleares, mas Teerã alega que seu programa nuclear tem fins meramente pacíficos.

19 de maio: Bancoc tem dia de grande caos, com confrontos entre soldados e manifestantes "camisa vermelha", que acamparam no centro de Bancoc pedindo eleições antecipadas. Desde 10 de abril, confrontos deixaram pelo menos 85 mortos e mais de 1.800 feridos.

22 de maio: Um Boeing 737-800 da Air India saiu da pista e explodiu no aeroporto de Mangalore, no Estado de Karnataka, no sul da Índia. Das 166 pessoas a bordo, 158 morreram e apenas oito foram resgatadas com vida.

31 de maio: O Exército de Israel ataca a 'Frota da Liberdade', um comboio de seis navios que tentavam furar o bloqueio à faixa de Gaza para levar ajuda humanitária. O ataque matou nove ativistas turcos pró-palestinos, gerou protestos internacionais, prejudicou as relações entre Israel e Turquia, e forçou o governo israelense a amenizar o bloqueio a Gaza.

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JUNHO

4 de junho: O Ministro das Finanças, Naoto Kan, é nomeado presidente do Partido Democrático (PD) e eleito premiê japonês. Ele é o quinto primeiro-ministro do Japão em quatro anos.

11 a 14 de junho: Conflitos entre quirguizes e uzbeques residentes no sul do Quirguistão causaram a morte de centenas de pessoas e provocaram a fuga de dezenas de milhares de cidadãos da etnia minoritária uzbeque, que se refugiaram no vizinho Uzbequistão. Foram os piores conflitos étnicos em 20 anos nesta ex-república soviética. Tanto EUA quanto Rússia têm bases militares no país.

14 de junho: Geólogos americanos informam ter encontrado reservas minerais valendo mais de US$ 1 trilhão (R$ 1,8 trilhão) no Afeganistão.

16 de junho: EUA realizam pena de morte por fuzilamento pela 1ª vez em 14 anos. O preso Ronnie Lee Gardner foi executado perante um pelotão de fuzilamento, método que ele mesmo escolheu.

20 de junho: Juan Manuel Santos é eleito novo presidente da Colômbia, após obter uma vitória folgada contra o ex-prefeito de Bogotá, Antanas Mockus, em um pleito marcado pelo alto índice de abstenção e pela violência.

22 de junho: Jamaica prende o suposto rei do tráfico Christopher 'Dudus' Coke, nas redondezas de Kingston. Ao menos 76 pessoas foram mortas em quatro dias de troca de tiros em maio, quando a polícia e o Exército invadiram a favela de Tivoli Gardens em busca do narcotraficante. Ele foi extraditado para os EUA, onde é acusado de gerenciar um cartel de drogas.

23 de junho: O general Stanley McChrystal renunciou ao cargo de comandante das tropas dos Estados Unidos no Afeganistão, após a publicação de uma entrevista que concedeu à revista 'Rolling Stone', na qual fez duras críticas ao presidente Barack Obama e à atuação de outros altos funcionários do governo americano. Ele foi substituído por David Petraeus, chefe do Comando Central dos EUA.

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JULHO

5 de julho: Um ativista de direitos humanos iraniano alertou que Sakineh Mohammadie Ashtiani, mãe de dois filhos, pode ser apedrejada até a morte a qualquer momento segundo uma pena de morte imposta pelas autoridades do Irã por adultério em 2006. O caso ganho apelo internacional, com políticos e artistas pedindo a libertação da iraniana. O presidente Lula tentou fazer um apelo ao iraniano Mahmoud Ahmadinejad e ofereceu asilo a Sakineh, mas o Irã chamou Lula de emotivo e mal informado. Em dezembro, veio a falsa esperança de que ela tinha sido solta, mas na verdade apenas foi levada para casa para encenar o crime para a TV iraniana.

7 de julho: A França abre investigação sobre doações ilegais para a campanha do presidente Nicolas Sarkozy, que teriam sido feitas pela herdeira do grupo de cosméticos L'Oreal, Liliane Bettencourt, 87. A disputa pela fortuna da família foi parar na Justiça, até que Liliane Bettencourt e sua filha anunciaram o fim do processo, em dezembro.

7 de julho: A Igreja Católica cubana anunciou um acordo firmado com o governo da ilha para libertar 52 presos políticos, em uma grande concessão à pressão internacional para melhorar as condições de direitos humanos na ilha.

9 de julho: Em um episódio digno de filme, EUA e Rússia realizaram o maior acordo para troca de espiões desde os tempos da Guerra Fria. Foram trocados dez espiões russos detidos no final de junho em solo americano, por quatro espiões russos presos na Rússia. A ruiva Anna Chapman chamou atenção do público masculino com suas fotos divulgadas pela rede social Facebook.

12 de julho: O Tribunal Penal Internacional de Haia acrescentou três acusações de genocídio à lista de acusações de crimes de guerra e crimes contra a humanidade que constam da ordem de prisão contra o ditador sudanês Omar Al Bashir.

15 de julho: A Argentina tornou-se o primeiro país da América Latina a autorizar o casamento entre gays, em meio a confrontos entre grupos de apoio e contra, em um debate que durou 15 horas no Parlamento. A lei autoriza, em nível nacional, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e lhes dá os mesmos direitos que os dados aos casais heterossexuais, como adoção e benefícios sociais. A medida foi sancionada pela presidente Cristina Kirchner no dia 21.

22 de julho: A Venezuela rompe relações diplomáticas com a Colômbia, que acusa o país vizinho de abrigar guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em seu território. As relações foram retomadas em 10 de agosto.

25 de julho: O site WikiLeaks divulgou mais de 91 mil documentos secretos com detalhes da guerra do Afeganistão. Os documentos revelam, por exemplo, a existência de um destacamento militar especial para capturar ou matar insurgentes sem direito a julgamento. Os arquivos, que vão de janeiro 2004 a dezembro de 2009, mostram ainda que o Taleban está mais forte do que no início do conflito, em 2001, e que centenas de mortes de civis deixaram de ser relatadas oficialmente.

28 de julho: Um avião de passageiros caiu perto de Islamabad, no Paquistão, matando todas as 152 pessoas a bordo, no pior acidente aéreo do país.

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AGOSTO

4 de agosto: Um homem matou a facadas três crianças e um professor em uma creche na Província de Shandong, no leste da China. Foi o sétimo ataque deste tipo no país neste ano, com um saldo de 18 estudantes e 5 docentes mortos, além de dezenas de feridos.

10 de agosto: A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou o fim da pandemia de gripe suína, denominada oficialmente gripe A (H1N1), 14 meses depois de ter declarado o nível máximo de alerta pela aparição do vírus.

15 de agosto: Em visita ao Paquistão, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que as enchentes no país são o pior desastre que ele já viu, e pediu ajuda com urgência às 20 milhões de pessoas afetadas --quase 10% da população do país. As chuvas deixaram ao menos 1.600 mortos e 2 milhões de desabrigados. As chuvas de monções torrenciais na Ásia também causaram inundações na Índia, em Bangladesh e no Nepal.

20 de agosto: Australianos vão às urnas para eleger novo governo. O Partido Trabalhista, da primeira-ministra interina Julia Gillard, mantém-se no poder após formar um governo de minoria com o apoio de deputados independentes.

25 de agosto: Chacina em um rancho na cidade mexicana de San Fernando, no Estado de Tamaulipas, deixa ao menos 72 imigrantes mortos. Entre eles, estavam ao menos dois brasileiros : Hermínio Cardoso dos Santos, 24, e Juliard Aires Fernandes, 20. Dois sobreviventes que conseguiram fugir contaram ter sido abordados por membros do cartel Los Zetas, e o motivo do crime foi terem se recusado a trabalhar como matadores de aluguel por US$ 1.000 quinzenais.

31 de agosto: Barack Obama cumpre uma promessa de campanha e oficializa o fim da missão de combate americana no Iraque, dizendo que "é hora de virar a página". Veja a cobertura completa sobre a retirada do Iraque.

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SETEMBRO

Jim Young/Reuters

Secretária de Estado, Hillary Clinton, líderes israelense, Binyamin Netanyahu, e palestino, Mahmoud Abbas

2 de setembro EUA anunciam a retomada do diálogo de paz direto entre palestinos e Israel, encerrando um congelamento de 20 meses. O esforço foi por água abaixo com o fim da moratória de dez meses na construção de casas em assentamentos judaicos e quando os EUA anunciam que desistiram de pressionar Israel por uma extensão no congelamento das obras. Os EUA esperam agora retomar o diálogo indireto entre as partes.

3 de setembro Fidel Castro reaparece no primeiro ato público desde 2006, quando passou a chefia do Estado para seu irmão Raúl. Ele falou durante 45 minutos sobre os perigos de uma guerra nuclear a milhares de estudantes, na Universidade de Havana. Seu retorno ao mundo público ocorreu em julho. Desde então, protagonizou reuniões, visitas, atos e encontros com jornalistas cubanos e estrangeiros, oferecendo até entrevistas exclusivas a meios internacionais.

3 de setembro Um tribunal em Portugal considerou culpados os sete acusados de abusos sexuais cometidos contra menores da instituição portuguesa Casa Pia de Lisboa, em um casos de maior repercussão da história recente do país. Entre os acusados, seis homens e uma mulher, estavam um conhecido apresentador de TV, Carlos Cruz, e um ex-embaixador de Portugal, Jorge Ritto. Eles faziam parte de uma rede de pedofilia que abusou sistematicamente de 32 alunos da Casa Pia de Lisboa, uma instituição educativa do Estado para crianças carentes.

7 de setembro Mais de 1 milhão de pessoas se manifestam em várias cidades da França contra a reforma do sistema de previdência, que aumentou de 60 para 62 anos a idade mínima da aposentadoria. Os manifestantes chegaram a fazer um novo dia de protestos, mas o projeto, um dos focos do governo Nicolas Sarkozy, foi aprovado pelo Legislativo em 26 de outubro.

10 de setembro Na Bélgica, um relatório da comissão sobre denúncias de abusos sexuais a menores por parte de religiosos revela que desde os anos 60 receberam cerca de 475 denúncias por casos de pedofilia e que 13 das vítimas dos casos se suicidaram. Foi apenas uma das revelações de pedofilia endêmica na Igreja Católica, a maior crise do papado de Bento 16 e que forçou o Vaticano a publicar um novo manual sobre como lidar com os casos.

11 de setembro O pastor americano Terry Jones, de uma pequena igreja na Flórida, aterrorizou o mundo com sua ameaça de queimar cópias do Alcorão, o livro sagrado do islamismo, no aniversário dos atentados de 2001. Neste dia, ele foi a Nova York para conversar com o imã Feisal Abdul Rauf para que mudasse o local de construção de uma mesquita na cidade, motivo de seu protesto incendiário. A reunião não aconteceu e Jones desapareceu do olhar público tão rápido quanto surgiu.

Mary Altaffer-11set.10/AP

Pastor Terry Jones fala com repórteres em Nova York, após desistir de queimar cópias do Alcorão em protesto

13 de setembro O governo cubano anuncia que vai demitir até março de 2011 ao menos 500 mil trabalhadores estatais. A medida é uma das mais amplas reformas econômicas vista na ilha comunista em décadas, mas analistas questionam como estas pessoas serão absorvidas. Havana sugere um novo sistema de impostos, cooperativas e empresas privadas e uma lista que inclui criação de animais como coelhos, serviços de táxi e fabricação de doces e frutas secas.

14 de setembro Irã liberta a americana Sarah Shourd, 31, presa há mais de um ano por entrar ilegalmente no país. Ela foi detida com Shane Bauer e Josh Fattal, ambos de 27 anos, quando alegadamente caminhava na obscura fronteira do Curdistão iraquiano. As autoridades iranianas os acusaram de espionagem. Os dois continuam presos e aguardando
julgamento. Shourd chegou a agradecer a ajuda do Brasil

18 de setembro Afeganistão realiza segunda eleição legislativa de sua história sob a sombra do fracasso de suas eleições presidenciais. Como esperado, o resultado é marcado por fraudes. Quase 25% dos votos foram invalidados pela Comissão Eleitoral Independente, que nos últimos dias também desqualificou 24 candidatos declarados vencedores pelos resultados preliminares.

26 de setembro O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), do presidente Hugo Chávez, vence as eleições legislativas, mas perde a maioria qualificada na Assembleia Nacional --uma vitória para a oposição.

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OUTUBRO

10 de outubro O ditador Kim Jong-il apresenta oficialmente à Coreia do Norte e ao mundo seu filho mais novo e suposto herdeiro, Kim Jong-un, no maior desfile militar da história do país, em celebração do 65º aniversário da fundação do Partido Comunista norte-coreano. Sabe-se muito pouco de Jong-un, incluindo que teria cerca de 20 e poucos anos e estudou na Suíça.

Miguel Toran-10.out.10/Efe

Ditador norte-coreano Kim Jong-il (esq.) e seu filho e sucessor Kim Jong-un (dir.) participam de desfile militar

13 de outubro Florencio Ávalos é o primeiro dos 33 mineiros resgatados da mina San José. O grupo foi soterrado a 700 metros da superfície na jazida San José e surpreendeu o mundo, 17 dias depois, com um bilhete enviado por uma sonda "Estamos bem, no refúgio, os 33". Seu resgate, o maior da história, foi acompanhado ao vivo em todo o planeta e eles se transformaram em celebridades.

22 de outubro Nos Estados Unidos, documentos secretos vazados pelo site WikiLeaks e publicados por jornais do mundo todo revelam que desde a invasão americana no Iraque em 2003 mais de 100 mil iraquianos foram mortos, dos quais cerca de 70 mil eram civis. Os EUA condenam o vazamento e dizem que as informações colocam vidas em risco.

23 de outubro A ONU confirma um surto de cólera no Haiti que causa a morte de pelo menos 253 pessoas e a internação de mais de 3.000. Relatório francês aponta que o foco veio dos soldados nepaleses da missão de paz da ONU, a organização nega.

25 de outubro Um tsunami causado por um terremoto de magnitude 7,5 atinge as ilhas Mentawai, em frente à Sumatra, matando 408 pessoas, além de deixar 303 desaparecidas e 412 feridas, segundo as autoridades da Indonésia. Um dia depois, começa uma série de erupções no vulcão Merapi, em Java, que deixa ao menos 240 mortos e força milhares a fugir de suas casas.

Reuters/Presidência

Presidente Lula conforta a colega argentina, Cristina Fernandez de Kirchner, no velório de Néstor Kirchner

27 de outubro O ex-presidente da Argentina Néstor Kirchner (2003-2007) morre aos 60 anos, depois de ser internado com urgência por problemas cardíacos em um hospital de El Calafate, na Província de Santa Cruz. A sua mulher e presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, perde seu principal conselheiro e tem de provar aos argentinos que é capaz de governar sozinha.

29 de outubro Os serviços de inteligência dos EUA interceptam dois pacotes com explosivos procedentes do Iêmen em aviões de carga no Reino Unido e Dubai com destino a duas sinagogas em Chicago. O episódio aumenta o temor dos países por um ataque da rede terrorista Al Qaeda e obriga o aumento dos procedimentos de segurança no envio de cargas.

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NOVEMBRO

2 de novembro Eleições legislativas dos EUA tiram maioria democrata da Câmara dos Deputados e prejudica planos de reformas de Obama. Os republicanos conseguirem atrair o apoio de uma onda de eleitores insatisfeitos, que mandaram seu recado de reprovação ao presidente Barack Obama, dois anos após sua vitória triunfante. Visivelmente abatido, Obama reconhece sua parcela de culpa na derrota democrata.

J. Scott Applewhite-30.out.10/AP

Obama tenta convencer eleitores a escolher legisladores democratas; ele não conseguiu impedir derrota nas eleições

12 de novembro-- O ex-premiê israelense Ariel Sharon, em coma desde 2006, deixa o hospital onde se encontra e é transferido para sua residência em uma fazenda. No mês passado, médicos do hospital Sheba em Tel Aviv disseram que Sharon permanece em estado vegetativo mas em condição estável.

13 de novembro A líder do movimento democrático birmanês, Aung San Suu Kyi, é libertada após cumprir pena de 18 meses de prisão domiciliar --dois dias depois da primeira eleição no país em 20 anos. Ela passou 16 dos últimos 21 anos presa, em sentenças consecutivas depois de sua vitória nas eleições de 1990 não ser reconhecida pela Junta Militar que governa o país.

Suzanne Plunkett-16.nov.10/Reuters

Príncipe William aparece ao lado da noiva Kate Middleton e seu anel de safira e diamantes e vestido desenhado por brasileira

16 de novembro Família real britânica anuncia o casamento do príncipe William e sua noiva Kate Middleton. Os dois celebrarão as boas em 29 de abril de 2011. As fotos oficiais do noivado foram clicadas pelo renomado peruano Mário Testino. Uma brasileira fez o vestido do anúncio do casamento de Kate e está cotada para fazer o do casamento. O anel, de safira e diamantes, é o mesmo utilizado pela mãe de William, Lady Di.

23 de novembro A Coreia do Norte dispara 170 peças de artilharia contra a ilha de Yeonpyeong, no disputado mar Amarelo. O bombardeio, o primeiro ataque a uma zona habitada por civis desde o fim da Guerra da Coreia (1950-1953), matou quatro sul-coreanos e deu início a renovada tensão na península --alimentada ainda pelos exercícios militares da Coreia do Sul na semana do Natal.

28 de novembro O site WikiLeaks dá mais um duro golpe contra os EUA ao divulgar mais de 250 mil documentos diplomáticos americanos. Os telegramas revelam um lado obscuro da diplomacia da maior potência do mundo e causou, no mínimo, embaraço a Washington com comentários rudes sobre os mais importantes líderes estrangeiros. A seleção inclui ainda uma série de telegramas sobre o Brasil, obtidos com antecedência pela Folha de S. Paulo.

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DEZEMBRO

07 de dezembro Com menos de um mês até perder a maioria qualificada na Assembleia, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, corre para aprovar uma série de medidas que ampliam seus poderes. Entre elas, a Lei Habilitante, que lhe dá superpoderes para governar por decreto por 18 meses, ou seja, sem precisar da Assembleia. O governo Chávez adquire ainda 20% da única TV abertamente opositora, a Globovisión e aprova leis para regular teor da internet e para proibir financiamento estrangeiro a ONGs.

09 de dezembro Em mais um dia de protestos em Londres, no Reino Unido, estudantes atacam o carro que levava o príncipe Charles e sua mulher Camilla. A manifestação era contra um plano que aumenta a anuidade universitária para até 9.000 libras (cerca de R$ 24 mil) --quase o triplo do limite máximo atual, de 3.290 libras--, e acabou com violentos confrontos entre os estudantes e a polícia depois de ser aprovado na Câmara dos Comuns.

Matt Dunham-09dez.10/AP

Príncipe Charles e sua mulher, Camilla, ficam chocados ao ver carro em que viajavam alvo de ataques de estudantes

10 de dezembro Uma cadeira vazia marca a ausência do dissidente Liu Xiaobo na entrega do Prêmio Nobel da Paz, que recebeu pela defesa da democracia na China. Liu cumpre pena de 11 anos de prisão por sua coautoria na Carta 08, um manifesto pró-democracia. A China condenou a escolha de Liu, "um criminoso", e chegou a ameaçar as relações com a Noruega, país que cedia o Instituto Nobel. O país comunista censurou ainda a transmissão da cerimônia em seu território.

14 de dezembro Premiê italiano, Silvio Berlusconi, sobrevive a votos de confiança e desconfiança no Senado e na Câmara. A frágil maioria, no entanto, de apenas três votos de diferença entre os deputados, deve dificultar suas manobras de governo e ele já vê sua popularidade cair nas pesquisas. No dia seguinte, manifestantes incendiaram veículos, enfrentaram as tropas de choque e atiraram tinta e bombas de fumaça contra o Parlamento italiano, em protesto contra a vitória de Berlusconi.