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Saiba como montar seu plano de carreira

Planejamento ajuda aqueles que não sabem qual caminho seguir na profissão ou que querem mudar de área

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São Paulo

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tema da semana: como montar seu plano de carreira

Se você é aquela pessoa que adora planejar eventos ou viagens, vai gostar da edição de hoje.

Te explicamos como montar o seu plano de carreiras. Será que só saber suas qualidades ou seus defeitos são o suficiente? Dá um scroll.

Antes, busque referências. Escolha cinco pessoas próximas –pode ser parente, amigo, colega do trabalho ou da faculdade e professores– e pergunte a eles o que veem de competência em você. Assim, você pode ouvir aspectos de sua personalidade que não notaria sozinho.

Ter um plano de carreiras direciona o profissional para melhores escolhas no trabalho - Seventyfour/Adobe Sotck

Faça uma lista do que você gosta e não gosta na sua vida (vale tudo). Então, reflita: "Isso é um hobby ou você trabalharia com isso? Porque um hobby não tem remuneração e é algo para se divertir, enquanto o trabalho é para ser levado a sério", diz Alessandra Falsarella, gerente de carreiras e criadora do podcast "Foca no Trabalho".

Como montar seu plano de carreira:

  • Reflita sobre quem é você: quais são suas características, suas competências e suas habilidades comportamentais.
  • Responda às perguntas:
    • O que você gosta de fazer e por que gosta disso?
    • Ou o que você gostaria de fazer?
    • Quais objetivos profissionais quer atingir?
    • Como será esse caminho?
    • Quando vai colocar isso em prática?
    • Onde vai atuar? Quais empresas ou locais de trabalho te agradam?
  • "A vida pessoal te ajuda a dar um direcionamento de vocação. Por exemplo, se a pessoa gostava de fazer apresentações de trabalho na escola ou de trabalhar na parte visual do trabalho. Isso indica coisas pelas quais você tem maior interesse", diz Leonardo Berto, gerente da operação na Robert Half, consultoria especializada em recrutamento e seleção.
  • Dica de ouro: O autoconhecimento é fundamental na hora de montar seu plano, mas como fazer isso?
    • Estimule se conhecer com a análise swot ou análise FOFA, indica Mayara Siqueira, psicóloga e orientadora profissional de carreiras. O método é uma abreviação das palavras em inglês strengths (forças), weaknesses (fraquezas), opportunities (oportunidades) e threats (ameaças).
    • Essas palavras te ajudam a entender quais aspectos precisa desenvolver, por exemplo: se uma das minhas forças é ser comunicativa, quais oportunidades tenho para melhorar essa minha habilidade? E que pontos ainda não desenvolvi e que podem virar uma fraqueza ou ser um sinal de alerta?
    • O curtograma também pode te ajudar. Ele é dividido em quadrantes com os nomes: gosto e faço, não gosto e faço, gosto e não faço e não gosto e não faço. Serve para mostrar qual seu nível de satisfação com as atividades do dia a dia.


Montar um plano é indicado... para quem quer entrar no mercado de trabalho, escolher uma profissão e não sabe por onde começar. Ou para aqueles que desejam mudar de carreira, diz Siqueira.

Onde montar? Pode ser em um caderno ou no digital, usando ferramentas como Google Docs e Trello, a depender da preferência da pessoa. O importante é que esteja registrado.

Lembre-se de revisitar seu planejamento. Por isso, é legal ter salvo seu plano em algum lugar. "O projeto de carreira precisa ser visto com frequência porque na nossa vida acontecem mudanças voluntárias e involuntárias", afirma Siqueira.

No início de carreira, é importante acompanhar e revisar o plano a cada seis meses ou um ano. Estamos falando de um contexto em que as relações de trabalho e econômicas mudam rapidamente. A carreira que você planejou hoje talvez não seja a mesma daqui três anos, diz Berto.

O que você ganha com isso?

  • Possibilidade de fazer melhores escolhas e ter bons resultados no seu trabalho;
  • Melhor direcionamento para saber quais caminhos seguir.


E quem não tem um plano, terá problemas?

  • "A pessoa perde o controle da carreira e entrega para uma outra pessoa. Chamo isso de terceirizar para os outros algo que é nosso", diz Falsarella;
  • Para Berto, um plano não construído de maneira realista e organizada vai trazer ansiedade. A pessoa vai achar que são as empresas que precisam propor projetos de carreira.


Plano de carreira pessoal é diferente do plano de carreira empresarial. O empresarial é feito pela própria organização com planos para desenvolver o profissional, como em quais cargos poderá ser direcionado e como será o crescimento do profissional na companhia.

Exemplos: separei um link com modelos personalizados aqui.


Entrevista de emprego

Especialista em carreiras e recursos humanos tira dúvidas sobre essa etapa de seleção.

mayara - news carreiras
Mayara Siqueira, psicóloga, gestora de recursos humanos e orientadora profissional de carreira - Arquivo pessoal

Ter um plano de carreira ajuda o candidato no momento da entrevista de emprego? Se sim, como?

"Sim. Um bom plano de carreira é aquele pautado no autoconhecimento, alinhado com os interesses profissionais do candidato e, principalmente, flexível. Considerar que mudanças podem ocorrer – previsíveis ou não, voluntárias ou involuntárias– é fundamental para obter sucesso e também demonstra a capacidade de adaptação de quem o construiu.

Quando o profissional chega para uma entrevista de emprego com uma definição prévia do seu plano de carreira, ele certamente já está seguro sobre seus interesses profissionais, tem consciência de quais são suas competências e oportunidades, definiu metas e prazos para seus objetivos. Isso o torna mais competitivo diante de candidatos que não fizeram o mesmo processo.

Além disso, o candidato com um plano faz melhores escolhas, participa de processos seletivos para vagas e empresas que estejam alinhadas com o seu projeto, tem maior chance de se satisfazer na oportunidade em que for contratado, e assim alcança melhores resultados profissionais."

E como responder à pergunta sobre como você se vê daqui a cinco anos?

"Prepare-se antecipadamente, pesquise e conheça mais sobre a cultura e o perfil da empresa em que você será entrevistado. Assim, poderá elaborar uma resposta mais alinhada com aquela realidade. A intenção dos recrutadores com esta pergunta será de entender se o candidato tem uma visão de futuro, se tem sonhos, planos, metas, e se será possível que ele alcance suas expectativas por meio desta oportunidade de trabalho e do contexto da empresa em questão.

Por exemplo, se o profissional espera alcançar uma posição de liderança a curto prazo e a companhia oferece possibilidades de movimentação somente a médio ou longo prazo, o desalinhamento entre a expectativa do candidato e a realidade da empresa poderá dificultar a retenção. O inverso também acontece, e cabe ao entrevistador observar os cenários."


Não fique sem saber

Explicamos dois assuntos do noticiário para você.

O que é assédio eleitoral?

  • Assédio eleitoral é... A tentativa de romper com o direito ao voto livre. Prometer vantagens ou orientar a escolha de voto do funcionário são situações que podem configurar assédio eleitoral.
  • Está na lei! A legislação prevê pena de até quatro anos de reclusão e pagamento de multa para quem "usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou não votar, em determinado candidato ou partido".
  • Denúncias: Até esta sexta-feira (21), o Ministério Público do Trabalho (MPT) recebeu 1.112 denúncias de assédio eleitoral em todo o país.
    • O número já é maior que o registrado em toda a campanha eleitoral de 2018 —quando houve 212 registros envolvendo 98 empresas.
  • Alguns casos:

Empresário: Adelar Eloi Lutz é suspeito de coagir funcionárias a filmar voto com celular no sutiã e demitir aqueles que se recusaram a votar em Jair Bolsonaro (PL). Ele diz que estava "brincando com amigos". O caso segue em investigação;

Empresa gaúcha: Quatro empresas do Rio Grande do Sul já fecharam acordo com o MPT por assédio eleitoral. Uma delas ameaçou cortes se Lula vencer a eleição e pode ter que pagar uma multa de R$ 10 milhões;

No Pará: Empresário oferece R$ 200 para funcionários votarem em Bolsonaro e afirma que as companhias do município vão fechar as portas se Lula ganhar.

Onde denunciar:

O que a Folha pensa: Disparam denúncias de assédio eleitoral; Bolsonaro tem maioria entre empresários, escreve o jornal em seu editorial.

Ouça no podcast Café da Manhã e entenda como as autoridades têm reagido a esses casos.

TSE de olho nas fake news

  • Na reta final da eleição. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) aprovou nesta quinta-feira (20) uma resolução para endurecer a atuação contra as fake news nas redes sociais.
    • A resolução proíbe a veiculação de propaganda eleitoral paga na internet, como anúncios, monetização e impulsionamento de conteúdos, no período que começa 48 horas antes do dia da votação até 24 horas depois do segundo turno.

Opinião: Compra de votos custa mais do que gasto eleitoreiro; Justiça não se preparou para fakes, escreve o colunista da Folha Vinicius Torres Freire.

Fake news existem desde 1800; veja mentiras históricas no blog O Curioso de Marcelo Duarte.

Encontre sua vaga -> Veja oportunidades de emprego para estágio, trainee ou efetivo aqui.

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