HOME | COLUNAS | SÓ SÃO PAULO | COMUNIDADE | CIDADÃO JORNALISTA | QUEM SOMOS
 
orçamento 2004
31/10/2003
SP também inclui verbas sociais na saúde

O governo do Estado de São Paulo também incluiu despesas com programas sociais na conta do mínimo que deverá gastar em ações e serviços de saúde em 2004. A manobra da administração de Geraldo Alckmin (PSDB) é a mesma que está sendo realizada pelo governo federal e duramente criticada pelos tucanos.

Depois de um movimento encabeçado pelo PSDB, o governo federal desistiu de adicionar programas sociais como o Fome Zero à conta do setor.

O Sindsaúde (Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo) e deputados do PT entraram ontem com uma representação no Ministério Público do Estado de São Paulo apontando a contabilização de despesas com programas de alimentação, assistência social e habitação, entre outros, no total de R$ 4,5 bilhões que o governo Alckmin pretende gastar na área.

"Essa medida refere-se a ato inconstitucional levando em consideração que, na prática, diminui os recursos para as ações e os serviços públicos de saúde", diz o documento, assinado pela secretária-geral do Sindsaúde, Célia Regina Costa, pelo deputado federal Roberto Gouveia (PT-SP) e pelos deputados estaduais Beth Sahão e Fausto Figueira.

Segundo o cálculo feito pelo sindicato, para atingir o mínimo de aplicação no setor exigido pela emenda constitucional 29 (12% da receita própria), o governo teria de acrescentar R$ 551 milhões ao orçamento do setor.

No fim da tarde, o secretário em exercício de Economia e Planejamento, Carlos Luque, divulgou uma nota em que informa que o governador enviou ontem mensagem à Assembléia Legislativa adicionando R$ 250 milhões ao orçamento da saúde. Luque não contestou os dados da representação.

O secretário da Comunicação, Luiz Salgado Ribeiro, disse que o assunto já vinha sendo discutido. Segundo ele, o envio da mensagem ontem foi uma coincidência.
Ribeiro informou que, para evitar polêmica, o governo deverá retirar da conta da saúde programas como o Alimenta São Paulo, o restaurante Bom Prato, o de assistência médica a policiais militares e o de assistência social a idosos e crianças, além de ações na área de habitação.

Uma resolução homologada pelo Ministério da Saúde em maio veta o cômputo de programas de alimentação e assistência social por serem "condicionantes", e não "determinantes" da saúde.

Gastos com hospitais de servidores, como o dos policiais militares, também não podem ser contabilizados por serem destinados a uma "clientela fechada".
O secretário da Saúde, Luiz Barradas Barata, não se manifestou. Integrantes do Conselho Estadual de Saúde já detectaram problemas no orçamento para o próximo ano.

Um dos pontos que já preocupavam participantes do conselho era a previsão, na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) do Estado para 2004, de que o governo pudesse contabilizar despesas com inativos da saúde na conta do gasto mínimo no setor.

Segundo balanço do Ministério da Saúde, São Paulo cumpriu a emenda 29 em 2000, em 2001 e no ano passado. Está entre os dez Estados que respeitaram a regra.


FABIANE LEITE
Da Folha de S. Paulo

   
 
 
 

NOTÍCIAS ANTERIORES
31/10/2003 Número de assaltos bate recorde em São Paulo e homicídios caem
31/10/2003 Governo proíbe propaganda de bebidas em rodovias paulistas
31/10/2003 Projeto aumenta punição a motorista alcoolizado
30/10/2003 FGV aponta retomada
30/10/2003 Saúde deve ter prioridade sobre economia, diz Sachs
30/10/2003 País cai para 54.º no ranking de competitividade
30/10/2003 Construção dos primeiros presídios federais fica somente para 2005
30/10/2003 Cetesb confirma 472 novas áreas contaminadas em SP
30/10/2003 Prova é ruim e ilegal, dizem especialistas
30/10/2003 Ministro defende fim dos vestibulinhos