Era Outra Vez

Literatura infantojuvenil e outras histórias

Era Outra Vez - Bruno Molinero
Bruno Molinero
Descrição de chapéu Livros

Conheça 15 novos livros infantis de escritores e ilustradores brasileiros

Lista tem nomes como Itamar Vieira Junior, Nei Lopes, Emília Nuñez, Bruna Lubambo, Odilon Moraes e Denilson Baniwa

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A Bienal do Livro de São Paulo entra nos seus últimos dias com corredores cheios, trânsito pelas ruas, ingressos esgotados, editoras comemorando vendas e leitores muitas vezes se perguntando —mas, afinal, qual livro escolher?

Para quem busca opções de literatura infantojuvenil, abaixo há 15 títulos ilustrados lançados recentemente, todos assinados por escritores e ilustradores brasileiros.

A pintura captura um momento sereno entre um menino e um pássaro preto em meio a um campo verdejante. O menino, de perfil, observa atentamente o pássaro, que parece retribuir o olhar, criando uma conexão silenciosa entre o humano e a ave. A vegetação exuberante ao redor sugere um ambiente natural e tranquilo. Palavras-chave: pintura, menino, pássaro, natureza, campo verde, observação, conexão, serenidade, perfil, vegetação, tranquilidade, arte, encontro, fauna, flora
Pintura de Manuela Navas para "Chupim", primeiro infantojuvenil de Itamar Vieira Junior - Manuela Navas

Há publicações de nomes consolidados do livro ilustrado como Odilon Moraes e Nelson Cruz, autores fundamentais da literatura nacional como Ignácio de Loyola Brandão, ilustradoras expoentes como Bruna Lubambo e Natália Gregorini, artistas indígenas como Denilson Baniwa e também o primeiro infantojuvenil de Itamar Vieira Junior, autor de "Torto Arado".

Alguns desses lançamentos estão disponíveis na Bienal, que termina no domingo, dia 15. Conheça a seguir as 15 obras. E boa leitura.

A Jabota Poliglota
Denilson Baniwa é um dos principais nomes da arte indígena contemporânea brasileira. O artista visual inaugurou no ano passado uma exposição individual na Pinacoteca, em São Paulo, e foi um dos organizadores do pavilhão brasileiro na Bienal de Veneza deste ano. Agora, ele lança o seu primeiro livro infantojuvenil: "A Jabota Poliglota", que tem texto de Baniwa e ilustrações de Sophia Pinheiro. Na história, uma fêmea de jabuti, ou jabota, usa seus conhecimentos linguísticos e o que sabe do idioma falado por jacarés e onças para não virar almoço desses predadores. A obra também é um convite para aprender novas línguas, já que toda a edição é bilíngue, narrada paralelamente em nheengatu. Apesar do cuidado na tradução, o livro se esquece de informar o nome desse idioma indígena para o leitor. A editora Boitatá confirmou que isso foi um lapso, a ser corrigido nas próximas reimpressões.

Ilustração de Sophia Pinheiro para "A Jabota Poliglota", de Denilson Baniwa
Ilustração de Sophia Pinheiro para "A Jabota Poliglota" - Divulgação

A Jabota Poliglota

  • Preço R$ 69 (32 págs.)
  • Autoria Denilson Baniwa e Sophia Pinheiro
  • Editora Boitatá

Chupim
Depois do sucesso de "Torto Arado", que se tornou um premiado best-seller e foi finalista do International Booker Prize, este certamente é um dos livros mais esperados da literatura infantojuvenil brasileira neste ano —e Itamar Vieira Junior se sai bem em sua estreia em obras ilustradas e para criança e jovens. A história se passa num cenário parecido com o do romance de Bibiana e Belonísia e exibe a rotina de trabalhadores rurais, adultos e meninos, que acordam cedo para dar duro em plantações de arroz. Triangulando o tempo todo num espelhamento entre a infância, a exploração da mão de obra no campo, o trabalho infantil e o chupim, pássaro que dá título e que é uma espécie considerada preguiçosa e parasita, o autor desenvolve uma narrativa que gera muitas perguntas e apresenta uma geografia entre a metáfora e o realismo. Assim como já tinha feito em "Os Filhos da Coruja", de Graciliano Ramos, a editora Baião opta por ilustrar a trama com pinturas, desta vez assinadas por Manuela Navas.

A imagem retrata dois trabalhadores rurais, imersos na tarefa de colher ou manejar feixes de palha ou grãos. Eles estão vestidos com roupas simples e chapéus de palha, sugerindo proteção contra o sol. A pintura, rica em texturas e cores vibrantes, captura a essência do trabalho árduo no campo, com um fundo que sugere plantações altas e um céu claro. Palavras-chave: trabalhadores rurais, colheita, chapéus de palha, pintura, campo, agricultura, trabalho manual, textura, cores vibrantes, céu claro, plantações, arte, esforço físico, natureza, cultura rural.
Ilustração de "Chupim", feita por Manuela Navas - Manuela Navas

Chupim

  • Preço R$ 49,90 (32 págs.)
  • Autoria Itamar Vieira Junior e Manuela Navas
  • Editora Baião

Desembarcados
Em tempos em que o Brasil queima e a fumaça se espalha da Amazônia aos pampas, quem tem tempo para poesia? "Desembarcados" é desses livros que nos mostram o potencial da arte em momentos de horror. Os poemas de Guilherme Gontijo Flores falam de uma tal arca de Zoé, formada só por seres vivos que já foram extintos ou estão quase desaparecidos, numa inversão da ideia bíblica da arca de Noé. Há, por exemplo, versos sobre o dodô, o mamute, a preguiça-gigante e vários outros bichos que já não existem mais, entre eles até o homem de Neandertal. Começando de maneira metrificada e com rimas rígidas, os poemas vão ficando cada vez mais soltos e livres pelas páginas, até tudo terminar numa poesia visual sobre os vaga-lumes. Os textos são ilustrados por Daniel Kondo e musicados por Carol Naine, que deixa claro como poesia e música estão sempre de mãos dadas —mesmo em tempos de extinção.

Desembarcados

  • Preço R$ 65 (40 págs.)
  • Autoria Guilherme Gontijo Flores e Daniel Kondo
  • Editora FTD
  • Músicas Carol Naine

O Dia em que a Lágrima Chorou
A preocupação com a natureza e os impactos devastadores do ser humano no planeta também são o impulso deste livro. Uma breve sinopse diz que tudo começa quando o espírito das águas, cansado de ser maltratado, resolve dar no pé e levar junto consigo toda a água da Terra. Por isso, uma reunião com todos os tipos de gotas do mundo é convocada, a fim de discutir o que fazer. A ideia seria um prato cheio para que a história se transformasse numa banalidade pedagógica, numa moral da história rasa ou num slogan do tipo "vamos salvar o mundo". Mas não é o que faz o escritor João Luiz Guimarães, que se apega à literatura, desvia das poças d'água sem escorregar e cria uma obra que se banha no diálogo, na troca de ideias e na fricção das diferenças em busca do bem comum. As ilustrações de Anabella López, artista argentina radicada há anos no Brasil, também fogem do tatibitate visual ao desenvolver uma colagem psicodélica, com diferentes formas e cores.

Ilustração de Anabella López para "O Dia em que a Lágrima Chorou", de João Luiz Guimarães
Ilustração de "O Dia em que a Lágrima Chorou", feita por Anabella López - Divulgação

O Dia em que a Lágrima Chorou

  • Preço R$ 79 (40 págs.)
  • Autoria João Luiz Guimarães e Anabella López
  • Editora Moderna

Tia Ciata
Mais do que um livro, "Tia Ciata" é uma aula sobre a formação cultural, social e sentimental do Brasil. Escrito por Nei Lopes e ilustrado por Rui de Oliveira, o título é estruturado como uma conversa do narrador com Boneca, baiana idosa que diz ter conhecido a famosa Tia Ciata —mítica figura que transformou o Rio de Janeiro entre o fim do século 19 e o início do 20, sobretudo por estar ligada ao candomblé e ao surgimento do samba e do Carnaval como conhecemos hoje. A partir daí, Lopes fala não somente sobre Ciata, mas produz uma espécie de certidão de nascimento brasileira, entrelaçando pelas páginas figuras como Sinhô, Pixinguinha, Chiquinha Gonzaga, Donga, Heitor dos Prazeres, Hilário Jovino e tantos outros nomes que circularam pela região carioca chamada de Pequena África, onde a capoeira, o samba, os bambas e os orixás davam as cartas.

Ilustração de Rui de Oliveira para "Tia Ciata", de Nei Lopes
Baiana ilustrada por Rui de Oliveira em "Tia Ciata" - Divulgação

Tia Ciata, a Grande Mãe do Samba

  • Preço R$ 69,90 (56 págs.)
  • Autoria Nei Lopes e Rui de Oliveira
  • Editora Nova Fronteira

Só Sei que Nasci
Nem é preciso dizer que Ignácio de Loyola Brandão é um dos grandes nomes da literatura brasileira. Membro da Academia Brasileira de Letras e autor de contos e romances fundamentais, como "Zero" e "Não Verás País Nenhum", entre outros, ele ainda faz parte do clube de autores que conseguem escrever com a mesma desenvoltura para adultos e crianças —faixa etária para a qual lançou pérolas como "O Menino que Vendia Palavras" e "Os Olhos Cegos dos Cavalos Loucos", por exemplo. Agora ele volta aos infantojuvenis com "Só Sei que Nasci", feito em homenagem à neta e ilustrado por Isabela Santos. Na obra, uma criança narradora com apenas dois dias de vida elenca os espantos e as dúvidas mais profundas em relação ao mundo. O que é o mundo? O que é o tempo? O que é a vida? Do ponto de vista literário, porém, essas inquietações não aparecem refletidas na linguagem nem nas engrenagens do texto, que acaba optando por um certo conforto, ficando longe da inovação de outros títulos do autor e repetindo um pouco a premissa já usada em "O Menino que Perguntava". Mas, apesar disso, o talento e o domínio das palavras criam momentos de graça e bossa na trama, principalmente nas indagações infinitas e filosóficas da pequena narradora.

Só Sei que Nasci

  • Preço R$ 69 (32 págs.)
  • Autoria Ignácio de Loyola Brandão e Isabela Santos
  • Editora Global

Papai Pintava
Quando estamos diante de um lançamento de Odilon Moraes, ainda mais no caso de um livro autoral com texto e ilustrações assinados por ele, muito provavelmente algo está oculto. Há sempre um silêncio. É preciso prestar atenção nas entrelinhas e nos vazios. Em "Papai Pintava" não é diferente. Recém-lançada, a obra afirma logo de cara que "aos domingos, papai pintava". Mas não só isso. Nas ilustrações, também notamos que as telas do pai estão sempre acompanhadas por outros desenhos. Não é dito expressamente pelas palavras, mas rapidamente descobrimos que existe outra figura na história, alguém que também pinta aos domingos e que também cria as suas artes: o menino. Não é gratuito que essa dinâmica só fique mais clara na parte visual. Isso ocorre porque papai pintava, mas pouco conversava. Pai e filho não falam em nenhum momento. Não há diálogos entre eles. Ou melhor —ambos até trocam ideias, mas de outro jeito. Eles pintam. Sempre juntos.

Ilustração de Odilon Moraes para "Papai Pintava"
Ilustração de Odilon Moraes para "Papai Pintava" - Divulgação

Papai Pintava

  • Preço R$ 65 (48 págs.)
  • Autoria Odilon Moraes
  • Editora Jujuba

Errinho, Errão
Existe toda uma tradição de contos acumulativos na literatura infantojuvenil do mundo inteiro. É aquela tradicional história da velha a fiar, que sempre é incomodada por alguém diferente, que acaba se somando ao malfeitor anterior. O escritor Estevão Azevedo alimenta ainda mais esse universo com "Errinho, Errão". Nele, a somatória de erros cometidos pelo protagonista, Theo, tem início porque a mãe não quer de jeito nenhum adotar um bicho de estimação. Mas, mesmo assim, o menino pega um grilo. Para consertar esse erro, ele leva para dentro de casa um sapo, que come o grilo. Para remendar esse novo erro, arranja uma cobra para devorar o sapo que papou o grilo. E assim por diante. Como ocorre em outras obras infantojuvenis do autor, a narrativa desemboca num nonsense cheio de humor que envolve dinossauros, buracos negros e caramujos bem espaçosos, tudo ilustrado por Kaká Leal.

Errinho, Errão

  • Preço R$ 64,90 (40 págs.)
  • Autoria Estevão Azevedo e Kaká Leal
  • Editora Brinque-Book

A Insônia da Sereia, o Soninho da Baleia
Contos para ler antes de dormir são outra tradição da literatura feita para crianças. E nem é preciso dizer que o lançamento de Ivan Marsiglia e Eva Uviedo balança nesse berço, o que já é visto logo no título. Na história, uma sereia agitada e cheia de admiradores não consegue dormir de jeito nenhum. A solução é pedir ajuda para a amiga baleia, que leva essa figura fantástica para um passeio rumo às profundezas do oceano, numa jornada em busca do bocejo e do cochilo perfeitos. Mas a obra vai um pouco além. A sereia "nadava em cardume,/ soprava bolhinhas,/ zanzava em corais./ E fazia selfies –que/ pediam demais". Marsiglia no texto e Uviedo nas ilustrações criam um ambiente muvucado de celulares, culto à imagem, hiperconexão e relações superficiais que acabam esfarelando o sono da sereia. Aliás, essas coisas deveriam preocupar também muitas crianças e adultos bem aqui, em terra firme.

Ilustração de Eva Uviedo para "A Insônia da Sereia, o Soninho da Baleia", de Ivan Marsiglia
Ilustração de Eva Uviedo para "A Insônia da Sereia, o Soninho da Baleia" - Divulgação

A Insônia da Sereia, o Soninho da Baleia

  • Preço R$ 66 (32 págs.)
  • Autoria Ivan Marsiglia e Eva Uviedo
  • Editora Quelônio

Vento se Sujando de Terra
"Vento se sujando de terra (eu ainda iria chegar a esse verso!). É seu e lindo. Um dia eu imito ele." Esta frase foi escrita à mão por Manoel de Barros em uma carta para o escritor Alonso Alvarez, na qual o poeta do Centro-Oeste comenta um poema do colega. Agora, anos depois dessa correspondência, "vento se sujando de terra" volta aos holofotes e se torna título de um livro de haicais —tipo de poesia de tradição oriental, geralmente com apenas três versos e inspiração na natureza. Na obra, Alvarez traz o poema original elogiado por Barros ("Na rua deserta/ brincadeira de roda/ vento se sujando de terra"), mas também fala mais sobre o vento ("Farra no varal/ o vento apressado/ fugiu pelado"), da chuva ("Chuva fina/ tarde esfria/ todo o lago se arrepia") e do atrito entre a cidade e o ambiente ("Terreno baldio/ o poente/ e uma placa: vende-se"), com ilustrações de Marcio Levyman.

Vento se Sujando de Terra

  • Preço R$ 75 (32 págs.)
  • Autoria Alonso Alvarez e Marcio Levyman
  • Editora Ficções

O Menino Queria Jogar
Yuri de Francco vem construindo uma série consistente de livros protagonizados por meninos. Com Renato Moriconi, lançou "O Menino e a Chuva". Ao lado de Ionit Zilberman, "O Menino, o Pai e a Pinha". Agora publica "O Menino Queria Jogar", a quatro mãos com Nelson Cruz. Nesse novo capítulo, acompanhamos um garoto que quer jogar xadrez e procura adversários. No caminho, convida ratos, urubus, jacarés e outros bichos que até topam participar de uma partida —mas tudo dá errado, é óbvio, porque esses animais não sabem jogar xadrez. Na verdade, nenhum deles está disposto a competir nem a aprender as regras do tabuleiro. Com muitas leituras possíveis e sensibilidade alta, a história ganha ainda mais ecos neste ano de eleições e de debates desastrosos na televisão. De uns para cá, a política vem sendo tomada por ratos estridentes que não querem jogar e só desejam bagunçar. A solução? Vale dar uma olhada na ilustração de Nelson Cruz publicada na última página dupla.

Ilustração de Nelson Cruz para "O Menino Queria Jogar", de Yuri de Francco
Ilustração de Nelson Cruz para "O Menino Queria Jogar" - Divulgação

O Menino Queria Jogar

  • Preço R$ 62 (40 págs.)
  • Autoria Yuri de Francco e Nelson Cruz
  • Editora Cai-Cai

Estrela-Lobo
Neste momento, agora mesmo, em diversas regiões do Brasil, animais estão sendo queimados vivos em milhares de incêndios que fazem florestas e campos arderem. É muito difícil ler "Estrela-Lobo" sem ter isso em mente. Flávia Reis conta aqui a história de uma estrela que nasceu com o poder de se transformar em lobo e descer à Terra, misturando-se aos animais e às alcateias. Um dia, porém, ela decide não retornar aos céus e ficar no nosso planeta mesmo, abandonando a companhia das constelações, do Sol e da Lua. Quando a estrela-lobo se esquece de que é uma estrela, um incêndio lambe a mata. Sempre no campo da metáfora e do simbólico, a autora cria uma conto mitológico sobre a importância da preservação e do cuidado. Enquanto isso, a ilustradora Natália Gregorini dá o recado na parte visual. Nas imagens que criam esse universo, que fica entre a floresta e a astronomia, os seres fantásticos ganham sempre formas humanas. Entendeu quem tem o poder e a responsabilidade de salvar o planeta do fogo?

Estrela-Lobo

  • Preço R$ 54 (40 págs.)
  • Autoria Flávia Reis e Natália Gregorini
  • Editora Editora do Brasil

Eugênio
Everson Bertucci e Juão Vaz retomam em "Eugênio" a parceria já feita em "A Senhora da Casa Azul", livro lançado no fim do ano passado. E, mais uma vez, escritor e ilustrador colocam em pauta a relação entre crianças e idosos. A obra mistura o pontapé de "Castelo Rá-Tim-Bum" com o conto "A Doida", de Carlos Drummond de Andrade, para contar a história de uma menina que vê sua pipa ficar presa no telhado de uma misteriosa casa cor-de-rosa, onde todo mundo jura viver um bruxo —no caso, o Eugênio do título. É óbvio que ele não é nada disso. O encontro entre a menina e o velho se desenrola numa delicada costura sobre o desconhecido, a passagem do tempo, a afirmação das identidades, o uso das liberdades e, sobretudo, o amor à palavra, aos livros e às histórias. Afinal, "o que ninguém sabia é que ele tinha uma enorme biblioteca em casa".

Ilustração de Juão Vaz para "Eugênio", de Everson Bertucci
O protagonista de "Eugênio", ilustrado por Juão Vaz - Divulgação

Eugênio

  • Preço R$ 72 (64 págs.)
  • Autoria Everson Bertucci e Juão Vaz
  • Editora Peirópolis

Animália: Zoopoesia ou Coisa que o Valha
Aqui temos mais uma coleção de bichos, um bestiário poético ou coisa que o valha, como diz o próprio título da obra. Parte também de uma tradição da literatura infantojuvenil que apresenta animais na forma de poemas, "Animália" é composto por versos sobre camelos com torcicolo, elefantes marombeiros, orangotangos dançarinos e toda uma fauna improvável que arranca risos e dá piscadinhas para o nonsense, o que é potencializado pelas ilustrações de Bruna Lubambo. Apesar de o conjunto ser um pouco irregular, com alguns poemas e rimas mais certeiros do que outros, a coletânea conta com diversos trechos que quebram as expectativas do leitor. É caso de "O Bode e a Cabra", por exemplo, que diz assim: "O macho da cabra é o bode./ A cabra, do bode, é a fêmea./ Se o bode é cabra-macho,/ então a cabra é bode-fêmea." Aliás, a antologia tem tempo até para brincar com Drummond e inventar uma versão animalesca de "A Quadrilha" no finzinho do livro, chamada "Matilha".

Animália: Zoopoesia ou Coisa que o Valha

  • Preço R$ 65 (52 págs.)
  • Autoria Frederico Brito, Thais Evangelista e Bruna Lubambo
  • Editora Miolo Mole

Chorar É Como Chover
Primeiro vem a imagem. Sem nenhuma palavra e apenas a partir das ilustrações de Lincoln Marinho, conhecemos uma menina que vai ao mar e encontra um peixe preso numa espécie de piscina natural, sem contato com o oceano por causa da maré baixa. Ao ver o bicho ali sozinho, ela decide levá-lo para casa, onde o peixe passa a viver num aquário. A felicidade da menina, porém, entre em choque com a tristeza do bicho preso. É aí, depois desse contraste e já para o meio do livro, que aparecem as palavras escritas por Emília Nuñez, que venceu no ano passado o prêmio Jabuti de melhor obra infantil por "Doçura", feita em parceria com Anna Cunha. Numa conexão íntima entre a tristeza do peixe, a chateação da menina e as nuvens de chuva que se formam sobre a cidade, texto e imagem deságuam numa mistura de lágrima, garoa, mar revolto e melancolia, mas também felicidade. Afinal, chorar é como chover —e nem toda chuva é ruim ou dura para sempre.

Ilustração de Lincoln Marinho para "Chorar É como Chover", de Emília Nuñez
Ilustração de Lincoln Marinho para "Chorar É como Chover" - Divulgação

Chorar É Como Chover

  • Preço R$ 59,90 (44 págs.)
  • Autoria Emília Nuñez e Lincoln Marinho
  • Editora Tibi

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