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Vagas em tecnologia ainda estão em alta? Entenda cenário em meio a demissões

Edição da newsletter FolhaCarreiras mostra que profissionais de TI conseguem se recolocar no mercado rapidamente

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São Paulo

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tema da semana: TI ainda é oásis de empregos?

Se você acompanha o mercado de tecnologia, já deve ter ouvido falar sobre como a área de TI é aquecida e tem muitas vagas.

Ao mesmo tempo, demissões em grande escala marcaram o setor nos últimos meses —cortes foram anunciados por gigantes de tecnologia como Amazon, Google, Meta, Twitter, Microsoft , Zoom e Dell.

  • Até mesmo as unicórnios (empresas avaliadas em US$ 1 bi ou mais) passaram por desligamentos em massa, caso da C6 Bank e Loggi.
Pesquisa do LinkedIn mostra que das 25 profissões em alta em 2023, pelos menos 10 estão ligadas a área de TI - Nattakorn/Adobe Stock

Por que tantas demissões?

Quais cargos estão sendo cortados? Desenvolvedores, programadores, engenheiros de software e de dados.

E agora você pergunta: mesmo assim, TI ainda é uma área promissora? Sim. Apesar da recente onda de desligamentos, que gera alerta pela possibilidade de mais demissões, os profissionais se recolocam de maneira rápida. Ouvimos gente do mercado para explicar como isso acontece.

Quem vai absorver os profissionais demitidos?

  • "Temos visto vagas de tecnologia sendo abertas para o mercado de SMEs [Small and Medium-sized enterprises], que são empresas pequenas ou startups que estão começando", diz Raphael Carriço, gerente de tecnologia e digital na recrutadora Robert Walters.
  • Indústrias de inovação e equipamentos tecnológicos, área de varejo e de serviços e mercado financeiro, afirma Priscila Magalhães, gerente de recrutamento e seleção da divisão de tecnologias da Randstad Brasil.
  • Trabalhadores que deixam as unicórnias, por exemplo, buscam estabilidade em empresas tradicionais ou de médio porte.


Por que é possível se recolocar no mercado rapidamente?

  • Levantamento da Brasscom (Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação) projeta uma demanda de 797 mil talentos de tecnologia entre 2021 e 2025 —em média, 159 mil ao ano.
  • Além disso, o estudo também aponta um déficit de profissionais dessa área. Há apenas 53 mil graduados com perfil tecnológico, número que não supre a demanda.
  • Por que isso importa? Serão necessários cada vez mais profissionais para ocupar cargos que serão gerados.
  • Tem mais: tecnologias ligadas a TI —como big data e analytics, nuvem e web mobile— serão as principais geradoras de emprego em cinco anos, mostra também o relatório da Brasscom.
  • Inclusive, dos 25 empregos em alta listados pelo LinkedIn em 2023, pelos menos 10 são do ramo de TI, como engenheiro de confiabilidade de sites e analista de desenvolvimento de sistemas.


Quem passou pela demissão conta:
O analista de dados Hector Gonzaga, 27, foi um dos funcionários desligados pela C6 Bank em fevereiro deste ano.

  • Ele diz que já está em busca de recolocação e que o segmento está aquecido para quem tem experiência;
  • "De 10 conversas de emprego que tenho, 6 são para trabalhos estrangeiros", afirma.

Quem são os profissionais de TI: Desenvolvedor back-end e full-stack ou desenvolvedor mobile, programadores, especialista em cibersegurança, analista de desenvolvimento de sistemas, coordenador de segurança da informação e analista de suporte de TI.

Quer ingressar nesse mercado? Veja dicas:

  • Não deixe de investir em capacitações. A tecnologia não para de mudar;
  • Inglês fluente é importante para se comunicar com fornecedores ou conquistar vagas internacionais;
  • Seja curioso para acompanhar as mudanças do mercado;
  • Desenvolva habilidades comportamentais como capacidade para resolução de problemas complexos e saber trabalhar em grupo, diz Wagner Sanchez, pró-reitor do Centro Universitário FIAP (Faculdade de Informática e Administração Paulista);
  • É recomendado conhecer diferentes áreas da tecnologia antes de se aprofundar em apenas um segmento, complementa Sanchez;
  • Converse com pessoas da área para entender sua rotina de trabalho. Trago uma ajuda na seção Dia a dia do Profissional de TI. Dá um scroll!


Quais formações são necessárias?

  • Graduação em ciência da computação, sistema de informação, engenharia de infraestrutura e rede ou análise de sistemas.
  • Nem toda empresa exige uma formação técnica.
    • Por que? Segundo Carriço, há profissionais autodidatas e companhias que valorizam mais o conhecimento técnico em vez da formação acadêmica.
    • Mas... A graduação é importante, especialmente para aqueles que estão em início de carreira.

Dia a dia do Profissional de TI

Saiba como é o trabalho na área.

Laura Oliveira - news carreiras
Laura Oliveira, 26, formada em análise de desenvolvimento de sistemas; atua como desenvolvedora mobile e presta freelance para projetos de desenvolvimento de aplicativos e mentorias - Leitor

Como vê o mercado de trabalho em TI? "É uma área promissora. Afinal, a tendência do mundo é ser cada vez mais digital e, de certa forma, dependente da tecnologia. Hoje em dia, é quase impossível viver sem contato com a tecnologia."

Desafios: Laura conta que a maior dificuldade é ser mulher em um ramo majoritariamente masculino. Ela diz que precisa o tempo todo provar seu conhecimento na área.

A parte boa: "Aprender constantemente sobre um assunto que, mesmo abstrato, muda a vida das pessoas. Vai de um joguinho até um sistema que monitora os sinais vitais de uma pessoa em questão de segundos. Ver a transformação que a tecnologia realiza na sociedade traz um sentimento de realização e orgulho."

Por que trabalhar em TI? "Porque é uma área cheia de desafios, em que todo dia estou aprendendo algo. Defino a tecnologia como algo complexo, e não difícil, porque quase diariamente precisamos resolver um problema novo com um conhecimento que não temos. Trabalhar TI nada mais é do que resolver os problemas das pessoas. O código é apenas uma ferramenta que utilizamos para resolver esse problema."


Não fique sem saber

Explicamos dois assuntos do noticiário para você.

Entenda a queda de braço entre Lula e o Banco Central

As críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao BC (Banco Central) escalaram na última semana e a relação entre eles tem sido marcada por tensão crescente.

  • Uma das críticas de Lula ao BC: "Não existe justificativa nenhuma para que a taxa de juros esteja em 13,50% [ela está na verdade em 13,75%]. É só ver a carta do Copom para a gente saber que é uma vergonha esse aumento de juros", disse o presidente.
  • Por que o BC é autônomo? Desde que foi desvinculado do Ministério da Economia, em fevereiro de 2021, o BC tornou-se uma autarquia de natureza especial. Assim, o órgão pode blindar a instituição de interferências de governo e criar mandatos fixos.
  • Mas qual o papel do BC? Assegurar a estabilidade de preços, zelar pela estabilidade e pela eficiência do sistema financeiro, suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego.
  • O que a Folha pensa: BC autônomo decorre da repulsa da sociedade brasileira ao descontrole de preços, escreve o jornal em seu editorial.
  • Opinião: O que Lula vai ganhar dando murro na faca de juros, gastos e estatais? Nada, diz o colunista da Folha Vinicius Torres Freire.
  • Ouça no podcast Café da Manhã os impactos desse embate nas promessas do governo.

O que é o balão de alta altitude da China que sobrevoava os EUA

O Pentágono emitiu um alerta no dia 2 sobre um balão de alta altitude da China sobrevoando os EUA. Segundo o general Pat Ryder, porta-voz da Defesa americana, o objeto estava voando a uma altura bem superior à do tráfego aéreo comercial e não representava uma ameaça à aviação civil.

  • Alerta: o balão é mais um capítulo do aumento recente de tensões entre China e Estados Unidos, que vêm trocando farpas e fazendo movimentos diplomáticos e militares.
  • Entenda como o balão era operado e se isso já aconteceu outras vezes no espaço áereo americano.
  • Opinião: Espetáculo midiático das tensões EUA-China abala chance de diálogo, escreve o colunista da Folha Igor Patrick.
  • Leia na newsletter China, terra do meio sobre como o balão rende ações e reações dos EUA e da China em semana ruidosa.
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