Investimentos de risco, como o próprio nome o caracteriza, vão ter sempre algum período de resultado aquém do esperado. Na teoria, esta afirmação parece quase óbvia. Entretanto, quando somos expostos na prática, a decisão é, usualmente, conduzida por vieses financeiros e acabamos por optar por uma de duas alternativas. Discuto quais os vieses e como avaliar a melhor decisão.
Se você tem uma carteira realmente diversificada, é preciso entender que a todo instante, alguma das classes de ativos não apresenta desempenho a contento.
Isso não quer dizer que há algo errado.
Como já mencionei em artigo anterior, uma carteira diversificada apresentou resultado abaixo do CDI em 50% dos anos na última década. Mesmo assim, foi capaz de apresentar bom resultado.
Entretanto, também não quer dizer que não devamos constantemente reavaliar o portfólio e nos questionar se a posição atual é a mais adequada.
O primeiro erro ao se analisar a carteira é avaliar os ativos individualmente, desconsiderando as propriedades de diversificação.
Assim, o primeiro viés que enfrentamos é querer trocar tudo o que foi mal no passado recente pelo que apresentou desempenho positivo.
Esse efeito é similar ao que ocorre quando estamos em um engarrafamento no trânsito. A fila que está ao nosso lado começa a andar mais e somos tentados a mudar.
Muitas vezes, quando conseguimos mudar de fila, percebemos que a fila que estávamos antes começa a andar mais rápido.
O mesmo efeito costuma ocorrer com investimentos se a análise para a troca é superficial. Nos investimentos, este efeito é ainda pior que no engarrafamento de carros, pois sempre existe algum ativo com melhor resultado no curto prazo.
A outra decisão levada por viés financeiro é a de não fazer nada. Muitos que possuem algum ativo, que apresentou resultado negativo no curto prazo, só sai deste ativo se e quando ele retornar ao patamar máximo anterior.
Portanto, este investidor perde oportunidades, pois não consegue enfrentar que pode ter tomado uma decisão errada no passado.
De fato, a incerteza natural dos investimentos faz com que só tenhamos certeza sobre qual decisão teria sido a correta no futuro.
O importante é entender se você não está se deixando levar por um viés comportamental, mas está tomando a melhor decisão com os dados que possui.
Tomar a decisão de forma racional é simples.
Basta pensar que em vez de ter um ativo financeiro, tem o recurso financeiro líquido de custos de venda e avaliar onde melhor ele deveria ser aplicado.
Para isso, a decisão deve considerar as características da diversificação e as perspectivas dos ativos para os próximos anos, a partir de hoje.
Portanto, a decisão não considera se você ganhou ou perdeu, mas como seu patrimônio pode ser aplicado de forma mais eficiente de hoje em diante.
Perceba que o mesmo processo de decisão ocorre quando há um ativo que apresentou um excelente resultado. Talvez já seja o momento de trocar este ativo.
Três cuidados devem ser tomados nesta análise:
1- não se deixar levar pelos resultados no passado recente;
2- evitar trocas constantes e considerar as características de diversificação;
3- considerar um cenário prospectivo, ou seja, futuro de longo prazo.
Considerando estes três cuidados, periodicamente, é importante avaliar se o portfólio que se tem hoje é aquele que você deveria ter se fosse começar do zero.
Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.
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Livro: A Jornada para sua independência Financeira
Sumário
Introdução
Entenda como você alcançará sua independência financeira
Viver de renda é o último passo da jornada para a independência financeira
Estas são as maiores dúvidas sobre a jornada para a independência
Parte 1 Construção do plano
Capítulo 1 O primeiro passo na construção do plano para a independência financeira
Capítulo 2 Como definir a taxa de retorno em seu plano para a independência?
Capítulo 3 Descubra qual patrimônio necessário para alcançar sua independência financeira
Capítulo 4 Na jornada para sua independência, não despreze a importância deste fator
Capítulo 5 Entenda as duas formas que eu apliquei para elevar minha capacidade de poupança
Capítulo 6 Se você dobra este fator, seu patrimônio pode multiplicar muito mais
Capítulo 7 Juntando os pontos para construir seu plano
Parte 2 Montando a carteira para te levar à independência financeira
Capítulo 8 Antes de realizar qualquer investimento, defina estes dois fatores
Renda Fixa
Capítulo 9 Você não deve montar uma carteira de renda se quer chegar ao patrimônio para viver de renda
Capítulo 10 Evite estes dois erros comuns a investidores de renda fixa
Capítulo 11 Na renda fixa, compensa investir em crédito privado em relação ao público?
Capítulo 12 Descubra como ganhar o prêmio da renda fixa privada, mas com baixo risco
Capítulo 13 Esta é a forma mais simples de planejar sua independência financeira com renda fixa
Capítulo 14 Com nossas taxas de juros, descubra se compensa investir em dólar
Renda Variável
Capítulo 15 Correr risco pode acelerar sua jornada para a independência financeira
Capítulo 16 O que é e como surgiram os fundos multimercados?
Capítulo 17 Entenda como selecionar fundos multimercados
Capítulo 18 Fundos de Investimentos Imobiliários
Capítulo 19 Ações
Capítulo 20 Investimentos Alternativos
Capítulo 21 Quando devo trocar um investimento de risco que não está desempenhando?
Fundos de investimentos e Previdência Privada
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