Descrição de chapéu Pelé, o Edson

Morte de Pelé une torcedores, turistas e ex-jogadores na Vila Belmiro

Estádio já tem movimentação de público mesmo com velório marcado para o dia 2

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Santos

A Vila Belmiro, palco de 210 dos 1116 jogos de Pelé pelo Santos, segundo levantamento histórico do próprio clube, já recebe considerável movimentação de público em seu entorno mesmo com o velório do ex-jogador programado somente para a manhã de segunda-feira (2).

Horas depois do anúncio da morte do Rei do Futebol nesta quinta-feira (29), por falência de múltiplos órgãos em decorrência da progressão de um câncer de cólon, centenas de torcedores, turistas, jornalistas e até ex-jogadores históricos do clube se aglomeravam em busca das primeiras informações. Há também integrantes da Torcida Jovem, principal organizada do clube, com bandeiras e homenagens: "Pelé eterno, você é rei", diz uma delas.

A Vila Belmiro, palco de 210 dos 1116 jogos de Pelé pelo Santos, segundo levantamento histórico do próprio clube, já recebe movimentação de público em seu entorno
A Vila Belmiro, palco de 210 dos 1116 jogos de Pelé pelo Santos, segundo levantamento histórico do próprio clube, já recebe movimentação de público em seu entorno - Klaus Richmond/Folhapress

"Chegamos ontem de Capivari, alugamos uma casa para ficar em Santos. Programamos fazer uma visita ao memorial do clube quando soubemos da informação triste no caminho. Vamos estender até os primeiros dias de janeiro, agora. Esse é um momento histórico", disse a professora Sheila Cristina Mello, 40.

Antes das informações divulgadas pelo Santos sobre velório, fãs exibiam fotos com o Rei do Futebol. Era comum, também, a presença de crianças com camisas do clube paulista e da seleção brasileira.
O metre aposentado Vanderlei de Paiva Lima, 71, exibia orgulhoso duas fotos ao lado de Pelé em visita ao restaurante em que trabalhou, no bairro do Jardins, em São Paulo, no início dos anos 2000.

"Pelé sempre fazia questão de tirar fotos com a gente, isso que era o mais curioso. Ele mesmo pedia, falava para segurar em sua mão", conta Paiva, que há dez anos mora no litoral paulista.

Em uma das casas em frente ao estádio, ex-jogadores como Aluísio Guerreiro e João Paulo, que jogaram pelo clube na década de 1980, também se juntaram aos torcedores perguntando por informações.

João Paulo e Aluísio Guerreiro, ex-jogadores do Santos, em um dos bares próximos ao estádio
João Paulo e Aluísio Guerreiro, ex-jogadores do Santos, em um dos bares próximos ao estádio - Klaus Richmond/Folhapress

Eles tinham reunião marcada para a associação de masters do clube, composto por ex-atletas históricos como Lalá, Edu e Clodoaldo Tavares Santana, e tentavam entregar a Pelé o título honorário de sócio. O encontro foi cancelado pela notícia.

"Recebemos isso com muita tristeza. Iríamos nos reunir para falar sobre os jogos festivos e sobre a homenagem ao Pelé, que sempre quis nos visitar. Inauguramos o espaço há pouco mais de um mês, repleto de homenagens para ele. Uma delas uma ficha para ele assinar, que entregamos ao Pepito (ex-assessor pessoal). Sentimos muito a perda", afirma Guerreiro.

O histórico barbeiro de Pelé, Didi, que ainda mantém o salão próximo ao Bar do Alemão, um dos redutos mais conhecidos em frente à Vila Belmiro, fechou as portas ao ser informado da perda do amigo.
"Tenho essa camisa desde 2002. O Pelé autografou. Já me ofereceram R$ 2.000, R$ 3.000... não vendo", afirma Sandro Justino, 65, operador portuário aposentado, que carregava nos ombros uma camisa com dedicatória do Rei do Futebol.

A operação de despedida a Pelé, maior jogador da história do futebol, já é trabalhada pelo clube há meses —apesar da morte recente. Na última semana, viralizaram nas redes sociais uma série de vídeos de uma estrutura para o velório sendo montada na Vila. O Santos não se pronunciou a respeito.

Veja como será o velório de Pelé

Apesar da presença de público, que poderá se despedir do Rei do Futebol, a solenidade deve acontecer com caixão lacrado, com rígido protocolo de segurança. A previsão é para que tenha início às 10h (de Brasília).

Haverá ainda um cortejo pelas ruas de Santos, que passará pelo Canal 6, onde mora a mãe de Pelé, dona Celeste, que neste ano completou 100 anos de idade. O sepultamento reservado aos familiares será no Memorial Necrópole Ecumênica, já na manhã de terça (3).

Os acessos para a cerimônia foram definidos com o portão 1 para a entrada de floriculturas. Posteriormente, serão posicionadas coroas de flores nas cadeiras laterais do estádio.

Os fãs poderão entrar pelos portões 2 e 3 da Vila Belmiro, os principais, e seguirão, em fila indiana, até se aproximarem do local onde ficará posicionado o caixão. A exemplo de como foi o funeral da Rainha Elizabeth 2ª, as pessoas não poderão parar. Elas sairão pelos portões 7 e 8.

Em fotos aéreas, já é possível ver duas tendas montadas no centro do gramado onde Pelé se despediu do clube em partida diante da Ponte Preta, em 1974, ajoelhando-se no gramado.

Em um dos acessos, somente os familiares, algumas autoridades —como uma eventual presença do Presidente da República—, além de ídolos do Santos Futebol Clube poderão entrar. Não foi informado pelo clube qual será.

No portão 10, o Salão de Mármore, ficarão membros do Conselho Deliberativo, políticos e convidados. No portão 20, serão posicionados os jornalistas que precisarão passar por credenciamento prévio para a cobertura.

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