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Nem eu nem o PSL sairemos menores da eleição, diz Joice em sabatina Folha/UOL

Deputada candidata à prefeitura tem 1% de intenção de voto e defende corte no IPTU para todos os moradores de São Paulo

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São Paulo

Com 1% de intenção de votos na última pesquisa Datafolha, a deputada federal Joice Hasselmann (PSL) afirmou em sabatina da Folha e do UOL, nesta quarta-feira (28), que nem ela nem o partido vão sair menores de sua candidatura à Prefeitura de São Paulo.

“Eu não vou sair menor e meu partido muito menos vai sair menor. Essa é uma candidatura para disputar São Paulo, vencer São Paulo, e para reposicionar o PSL como ele é, direita raiz de verdade e não capacho bolsonarista", afirmou Joice.

Ainda hoje o PSL em São Paulo é dividido entre Joice e seus aliados, como o senador Major Olímpio e o deputado federal Júnior Bozzella, presidente estadual da legenda, e a ala bolsonarista, que reivindicava a candidatura na capital paulista, mas perdeu. ​

Para Joice, uma derrota dela em São Paulo não vai favorecer os bolsonaristas. “Esse malucos serão cada vez mais ridicularizados. […] Eu me afastei porque são um bando de doidos”, disse a candidata, rechaçando ideias como fechamento do Congresso e ameaças ao Supremo Tribunal Federal.

Ela afirmou ser representante da direita raiz e criticou seus adversários. Segundo ela, “o PSDB esculhambou São Paulo”, Russomanno é “antiempreendedor”, Arthur do Val (Patriota) é representante de uma direita de “molecada” que quer “lacrar na internet” e os demais são “50 tons de esquerda”.

Joice cobrou ainda que a promessa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que daria “voadoras” em quem praticasse corrupção em seu governo seja realizada em relação ao ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, denunciado pelo esquema de candidaturas laranjas do PSL na eleição de 2018.

O ministro segue no cargo e no partido. Para Joice, isso significa que Bolsonaro também foi beneficiado pelo esquema.

“Eu dizia para a imprensa: que ele seja demitido e expulso da minha legenda. Eu não passo a mão na cabeça de picareta”, afirmou Joice sobre o ministro. Em seguida, a candidata defendeu o presidente nacional do PSL, deputado federal Luciano Bivar (PE), que foi indiciado, mas ainda não denunciado no mesmo caso.

Ela afirmou ainda que a frase de Bivar de que “política não é muito da mulher” foi uma “bobagem”.

Joice disse que vai acabar com o que chama de máfia dos transportes em São Paulo e, com isso, irá economizar dinheiro para bancar sua proposta de descontos no IPTU. A candidata pretende cortar 20% do valor do IPTU de todos os moradores da cidade e dar descontos ainda maiores a imóveis comerciais.

Também quer congelar o valor do IPTU em 2022 e 2023 e renegociar dívidas de IPTU decorrentes da pandemia do coronavírus, permitindo a comerciantes pagarem de forma parcelada ao longo dos próximos anos.

Segundo Joice, o prefeito Bruno Covas (PSDB) e seu antecessor, o hoje governador João Doria (PSDB), se aproveitaram do aumento de IPTU realizado na gestão de Fernando Haddad (PT) e não o revogaram.

Questionada se o desconto no imposto predial seria uma medida populista, Joice negou. “Considero uma medida corajosa. Quem prometeu e não conseguiu é porque são frouxos ou estão envolvidos nas máfias”, disse. “Vou tirar as máfias para fora, garantir esse dinheiro no bolso e consigo fazer esse desconto no IPTU."

Joice afirma que o desconto no IPTU custará cerca de R$ 2 bilhões e quer obter essa verba em corte no subsídio ao transporte público, que custa de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões. A candidata diz que irá provar que a licitação de ônibus foi fraudada e, com isso, abrir nova licitação mais barata.

“A prova é o documento da própria licitação. […] Para ganhar a licitação, a empresa tem que ser dona da garagem. […] Que empresa é dona além daquelas que já estão aqui? Quem vai ser dona da garagem na minha gestão? A prefeitura. […] As regras da licitação são a prova de que houve direcionamento”, afirmou.

“Vou acabar com SPTrans. É cabide de emprego e passa pano para a máfia dos trasportes”, completou.

Em relação à pandemia do coronavírus, Joice afirmou ser contra a obrigatoriedade da vacina e ressaltou que seria difícil fazer esse controle, descartando opções como multa, prisão ou ameaça “com arma na cabeça” para quem se recusar.

“A vacinação tem que acontecer em massa. Você pode criar caminhos para que o cidadão ache mais fácil tomar a vacina, mas ninguém pode obrigar”, disse. Ela sugere que quem se recusse assine um termo assumindo a responsabilidade.

Joice afirmou que Bolsonaro está equivocado ao se preocupar com a origem da vacina, pois o que importa é sua efetividade. “Quero que se dane a ideologia quando estamos falando de vidas", disse. Também criticou a postura de Doria e Covas de fecharem comércios durante a pandemia.

Questionada sobre o decreto de Bolsonaro que autoriza a parceria público-privada na administração das UBSs (Unidades Básicas de Saúde), Joice afirmou que não é contra parcerias, desde que a prefeitura tenha o controle sobre elas e possa tirar empresas ou organizações que considere ruins.

A candidata disse ser liberal e trabalhar pela redução do tamanho do Estado. Joice afirmou que as parcerias com organizações sociais na área da saúde funcionam, mas há algumas organizações picaretas, “que levam dinheiro público e não prestam serviço”.

“Terceirizar totalmente as unidades de saúde é algo de que eu discordo, mas colocar um caminho de parceria público-privada, desde que a prefeitura tenha o gerenciamento, tenha os olhos em cima e possa acompanhar se a prestação de serviços é a melhor e o preço é o menor, pode ser um caminho.”

Joice é jornalista, escritora e deputada federal —foi a segunda candidara mais votada em 2018 em São Paulo, com mais de 1 milhão de votos, ficando atrás apenas de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que teve 1,8 milhão. ​

​Sabatinas

A Folha e o UOL estão sabatinando candidatos das principais capitais do país.

De São Paulo, além de Joice Hasselmann (PSL), foram entrevistados Marina Helou (Rede), Antônio Carlos (PCO), Levy Fidelix (PRTB), Orlando Silva (PC do B) e Vera Lúcia (PSTU).

Do Rio de Janeiro, além de Glória Heloiza (PSC), já passou pela sabatina Clarissa Garotinho (PROS).

No Recife, foram entrevistados João Campos (PSB), Marília Arraes (PT), Patrícia Domingos (Podemos) e Mendonça Filho (DEM).

Dos candidatos em Belo Horizonte, foram sabatinados Áurea Carolina (PSOL), Alexandre Kalil (PSD), Bruno Engler (PRTB) e João Vítor Xavier (Cidadania).

De Salvador, Major Denice (PT), Olívia Santana (PC do B), Pastor Sargento Isidório (Avante) e Bruno Reis (DEM) já foram entrevistados.

Em Curitiba, além de Fernando Francischini (PSL), falaram João Arruda (MDB), Goura (PDT) e Rafael Greca (DEM).

De Porto Alegre, foram entrevistados Manuela D'Ávila (PC do B), José Fortunati (PTB), Juliana Brizola (PDT), Fernanda Melchionna (PSOL), Nelson Marchezan Jr (PSDB), Sebastião Melo (MDB) e Gustavo Paim (PP).

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