Elis Regina começou a cantar em programas de rádio aos 11 anos
da Livraria da Folha
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Livro narra uma vida em que tudo aconteceu depressa demais |
Elis Regina, uma das intérpretes mais aclamadas da música brasileira, morreu no dia 19 de janeiro de 1982. Segundo a biografia "Furacão Elis", escrita pela jornalista Regina Echeverria, Elis começou a cantar aos 11 anos em programas de rádio de Porto Alegre.
O primeiro contrato profissional viria na sequência, quando a artista –que em 1959 já era famosa em sua cidade– entrou para a rádio Gaúcha, no programa "Maurício Sobrinho". Lá, Elis cantava pelo cachê de 50 cruzeiros, que equivalia a 24 dólares.
Naquele momento, o salário da cantora já superava os ganhos do pai. Mesmo assim, para continuar cantando, dona Ercy, sua mãe, exigia que a intérprete tirasse ótimas notas na escola. As primeiras compras de Elis foram um sofá-cama, um tapete e uma vitrola.
Abaixo, leia trecho de "Furacão Elis".
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Aos 13 anos e meio, Elis era uma garota-sensação em Porto Alegre. Na capital do Brasil, Rio de Janeiro, já se ouvia João Gilberto, a bossa nova. Os jovens da época não queriam mais o que se tinha para ouvir. Queriam algo diferente, mais sofisticado do que os sambas-canções de então. Queriam uma mistura do jeito cool do jazz com o samba quente do Brasil. A quilômetros do Rio, na quase provinciana Porto Alegre, Elis Regina cantava sem sotaque os sucessos estrangeiros que aprendia ouvindo os discos da rádio.
Um pouco crescidinha e com sucesso demais para o Clube do Guri, Elis deixou a Rádio Farroupilha para assinar seu primeiro contrato profissional, com a Rádio Gaúcha, em 1959. Passou a cantar por um cachê de 50 cruzeiros por mês, equivalentes hoje a cerca de 24 dólares, no Programa Maurício Sobrinho. Dona Ercy sempre a acompanhava aos programas, ficava por perto, fazendo "quilômetros de tricô". Maurício Sirotsky contou a Veja que, como animador de auditório, costumava anunciar a entrada de Elis com frases retumbantes, que levavam os três mil espectadores que lotavam o Cinema Castello ao delírio.
Então entrava ela, com ar infantil, vesguinha, perna torta, caminhando de pés virados para dentro, muito insegura. Quando começava a cantar, porém, tomava conta do auditório.
Só pôde assinar contrato porque cumpriu as regras do jogo impostas por dona Ercy: cantar, só com boas notas no colégio. Já famosa, Elis desabafou para o amigo José Eduardo Homem de Mello, o Zuza:
- Era uma drama. Eu tinha de estudar e tirar notas excepcionais para poder cantar, entende? Eu tinha de estudar pra valer, senão mamãe não me deixava cantar, e eu já estava começando a gostar.
Duas décadas depois, dona Ercy admitiu que Elis pode ter interpretado sua exigência como imposição. Mas se justificou - como mãe, deveria zelar pelo futuro de sua menina. Por isso, sempre lhe dizia:
- Cantar, um dia você para, minha filha.
Dona Ercy imaginava que Elis podia se formar professora e, quem sabe, cursar a faculdade. O dinheiro da filha veio a calhar, mas criou o primeiro conflito familiar, que se agravaria com o passar dos anos e o dinheiro conquistado. Elis Regina não tinha 14 anos e já ganhava mais do que o pai. O mano Rogério contou como o fato mudou a vida da família.
Elis começou a se impor porque aparecia com a grana para solucionar os problemas. Ela segurava numa boa, nunca cobrou nada.
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FURACÃO ELIS
AUTOR Regina Echeverria
EDITORA Leya
QUANTO R$ 33,90 (preço promocional*)
* Atenção: Preço válido por tempo limitado ou enquanto durarem os estoques.
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