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Quarta-feira, 8 de novembro de 2000

Novas caras, lista nova, novos métodos

Régis Andaku
     

Diego Medina

Em conversas reservadas e encontros informais, diretores da ATP Tour festejam o equilíbrio e a disputa acirrada entre Gustavo Kuerten e Marat Safin na reta final desta primeira edição da Corrida dos Campeões.

Para eles, não poderia ser melhor a Corrida em 2000, o seu ano de introdução. Avaliam que a temporada foi bastante didática para quem não acompanhava tenis e emocionante para aqueles que já sabiam como funcionava o circuito.

E, assumidamente, já passaram a investir em novos nomes para substituir Pete Sampras, Andre Agassi... São eles, principalmente, Lleyton Hewitt, Roger Federer, Tommy Haas e Juan Carlos Ferrero.

Acreditam que Kuerten, Safin e Magnus Norman, por exemplo, não precisam de tanto investimento, pois já se consagraram por conta própria.

Claro que, para a ATP, não basta ser bom de bolinha: é preciso ser carismático. E, para a entidade, esse grupo, chamado nada pretensiosamente de "a próxima geração", tem carisma de sobra.
A política agora, com a Corrida, que precisa de vários tenistas na briga para ficar quente e emocionante, é investir em um grupo, e não somente basear sua marca em um ou outro nome.

Consideram que já acabou o tempo de culto a uma só personalidade, como de certo modo foi feito com Sampras e Agassi nos anos 90 e que, de fato, ajudou o tênis a expandir seu mercado.

Com a Corrida, apostam, é extremamente necessário ter mais estrelas para deixar o circuito agitado e, óbvio, atrair mais público, interesse e dinheiro. É uma política inteligente. Mas não deixa de ser uma aposta. Afinal, Ferrero, Haas, Federer e Hewitt precisam estourar, o que não acredito que ainda tenham feito.
Falta combinar com eles. E com todos aqueles que a ATP relega ao papel de coadjuvantes.



Gustavo Kuerten tem uma boa chance de tornar desnecessária qualquer discussão sobre qual ranking vale, qual lista realmente determina o nome do melhor tenista do mundo, se a Corrida dos Campeões é mais justa ou injusta que o ranking de entradas, blablabla.

Sim, porque nao há dúvida que, ao fim da temporada das raquetes, sempre vai ter um chato tentando discutir a validade de uma liderança caso a outra esteja com um tenista diferente.

Kuerten é o tenista com mais chances de terminar o ano como número um do ranking de entradas, aquele antigo, e com excelentes chances de acabar a temporada em Lisboa como o campeão da Corrida, classificação introduzida neste ano.

E, antes que me perguntem, deixo claro. Para mim, vale a Corrida dos Campeões.

É o novo sistema, é o que a ATP considera, é o que a maioria dos tenistas considera. Por que não devemos considerar? Ir contra é, basicamente, querer ser do contra, nada mais.

O ranking de entradas, agora, oficialmente, vale só para definir os
cabeças-de-chave. Mas também permite, pelo menos para mim, analisar o histórico de um tenista ao longo de sua carreira.

É um parâmetro eficiente para saber em que pé anda a carreira de tal jogador. E um prato cheio para aqueles que gostam de se debruçar sobre números, contas e conhecer um pouco mais das características e desempenho deste ou daquele sujeito pelo circuito.


Notas

No novo...
Nao à toa a ATP festeja a situaçao da Corrida dos Campeões. Além da briga pelo primeiro lugar, está boa também o pega pelas últimas vagas em Lisboa. Yevgeny Kafelnikov, Alex Corretja, Thomas Enqvist, Hewitt e Tim Henman brigam por tres vagas. Alguém arrisca?

No velho...
Kuerten passou Safin e, com Sampras fora de quadra até Lisboa, ambos correm para tirar a diferença do norte-americano. O russo já jogou 29 torneios neste ano, e o brasileiro, 22. Fôlego por fôlego, mais chances para Kuerten. Resta saber se o fôlego de ambos é o suficiente para encostar em Sampras, que descansa. Alguém arrisca?



E-mail: reandaku@uol.com.br



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