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Diego
Medina
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Em conversas reservadas e encontros informais, diretores da
ATP Tour festejam o equilíbrio e a disputa acirrada entre
Gustavo Kuerten e Marat Safin na reta final desta primeira edição
da Corrida dos Campeões.
Para eles, não poderia ser melhor a Corrida em 2000,
o seu ano de introdução. Avaliam que a temporada
foi bastante didática para quem não acompanhava
tenis e emocionante para aqueles que já sabiam como funcionava
o circuito.
E, assumidamente, já passaram a investir em novos nomes
para substituir Pete Sampras, Andre Agassi... São eles,
principalmente, Lleyton Hewitt, Roger Federer, Tommy Haas e
Juan Carlos Ferrero.
Acreditam que Kuerten, Safin e Magnus Norman, por exemplo, não
precisam de tanto investimento, pois já se consagraram
por conta própria.
Claro que, para a ATP, não basta ser bom de bolinha:
é preciso ser carismático. E, para a entidade,
esse grupo, chamado nada pretensiosamente de "a próxima
geração", tem carisma de sobra.
A política agora, com a Corrida, que precisa de vários
tenistas na briga para ficar quente e emocionante, é
investir em um grupo, e não somente basear sua marca
em um ou outro nome.
Consideram que já acabou o tempo de culto a uma só
personalidade, como de certo modo foi feito com Sampras e Agassi
nos anos 90 e que, de fato, ajudou o tênis a expandir
seu mercado.
Com a Corrida, apostam, é extremamente necessário
ter mais estrelas para deixar o circuito agitado e, óbvio,
atrair mais público, interesse e dinheiro. É uma
política inteligente. Mas não deixa de ser uma
aposta. Afinal, Ferrero, Haas, Federer e Hewitt precisam estourar,
o que não acredito que ainda tenham feito.
Falta combinar com eles. E com todos aqueles que a ATP relega
ao papel de coadjuvantes.
Gustavo Kuerten tem uma boa chance de tornar desnecessária
qualquer discussão sobre qual ranking vale, qual lista
realmente determina o nome do melhor tenista do mundo, se a
Corrida dos Campeões é mais justa ou injusta que
o ranking de entradas, blablabla.
Sim, porque nao há dúvida que, ao fim da temporada
das raquetes, sempre vai ter um chato tentando discutir a validade
de uma liderança caso a outra esteja com um tenista diferente.
Kuerten é o tenista com mais chances de terminar o ano
como número um do ranking de entradas, aquele antigo,
e com excelentes chances de acabar a temporada em Lisboa como
o campeão da Corrida, classificação introduzida
neste ano.
E, antes que me perguntem, deixo claro. Para mim, vale a Corrida
dos Campeões.
É o novo sistema, é o que a ATP considera, é
o que a maioria dos tenistas considera. Por que não devemos
considerar? Ir contra é, basicamente, querer ser do contra,
nada mais.
O ranking de entradas, agora, oficialmente, vale só para
definir os
cabeças-de-chave. Mas também permite, pelo menos
para mim, analisar o histórico de um tenista ao longo
de sua carreira.
É um parâmetro eficiente para saber em que pé
anda a carreira de tal jogador. E um prato cheio para aqueles
que gostam de se debruçar sobre números, contas
e conhecer um pouco mais das características e desempenho
deste ou daquele sujeito pelo circuito.
Notas
No novo...
Nao à toa a ATP festeja a situaçao da Corrida
dos Campeões. Além da briga pelo primeiro lugar,
está boa também o pega pelas últimas vagas
em Lisboa. Yevgeny Kafelnikov, Alex Corretja, Thomas Enqvist,
Hewitt e Tim Henman brigam por tres vagas. Alguém arrisca?
No velho...
Kuerten passou Safin e, com Sampras fora de quadra até
Lisboa, ambos correm para tirar a diferença do norte-americano.
O russo já jogou 29 torneios neste ano, e o brasileiro,
22. Fôlego por fôlego, mais chances para Kuerten.
Resta saber se o fôlego de ambos é o suficiente
para encostar em Sampras, que descansa. Alguém arrisca?
E-mail: reandaku@uol.com.br
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