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De Grão em Grão - Michael Viriato
Michael Viriato

Descubra quando vale a pena aplicar em fundos de investimento

A maior parte das críticas sobre fundos de investimento ocorre por desconhecimento

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Queridos por vários e odiados por muitos, a aplicação em fundos de investimento não é um consenso. Entretanto, muitas das críticas apenas mostram um desconhecimento sobre o produto. Explico algumas das críticas e quando vale aplicar em fundos de investimento.

A maior parte das críticas sobre fundos de investimento ocorre por desconhecimento. (Photo by Michael Nagle/Xinhua)

Antes de explicar quando se deve aplicar em fundos, gostaria de quebrar alguns mitos e percepções erradas sobre fundos de investimento.

Por incontáveis vezes, já vi pessoas que se dizem entendidas falando sentenças como estas:
1 – Não gosto de investir em fundos ou ações, aplico apenas em ETFs;
2 – Quando se subtrai do retorno do fundo a taxa de administração, não sobra nada;
3 – Prefiro títulos a fundos, pois títulos são mais seguros e não se perde.

Muitos não sabem que um ETF não passa de um fundo. ETF é a sigla para Exchange Traded Fund, em inglês, Fundo Negociado em Bolsa. Portanto, ele não passa de um fundo que possui características específicas de sua categoria. Vou falar deste tipo de fundo em artigo futuro.

O segundo caso também é uma falha muito comum e que por ser repetida muitas vezes acaba grudando na mente das pessoas. Toda rentabilidade apresentada de fundos já é líquida de todas as taxas envolvidas, exceto IR. Portanto, a rentabilidade que você observa nas lâminas de apresentação já são os retornos que investidores ganham.

Por fim, a terceira e mais comum, mas não a última falha de desconhecimento é relativa à natureza de um fundo. Um fundo nada mais é do que uma cesta de ativos. Portanto, tudo o que ocorre com os títulos dentro da cesta, é refletido nos fundos. Logo, a culpa do retorno não é do fundo, mas dos títulos na carteira.

Duas confusões ocorrem para que investidores tenham a percepção errada sobre fundos e apontada neste terceiro caso. Explico estas duas a seguir.

Os fundos são marcados a mercado, enquanto muitos títulos são marcados pela taxa de aquisição nas carteiras dos clientes. A marcação a mercado dá uma percepção de maior risco pela maior volatilidade dos preços no mercado e isso se reflete nos fundos.

Também, muitas vezes o investidor é mais conservador na escolha de títulos e mais agressivo na seleção de fundos. Logo, fica a impressão de que os fundos são mais arriscados, mas o problema foi na origem da escolha. Portanto, não fazendo sentido a comparação.

Por desconhecimento, investidores aplicam em fundo de ações, perdem dinheiro e culpam o fundo, ou seja, o veículo e não o fato de terem investido em ações.

Portanto, é fundamental entender que fundos de investimentos não são um ativo, mas um veículo para alcançar uma exposição desejada. Por exemplo, para ter exposição a ações, renda fixa, imóveis e outros. Lembre-se, na maioria das vezes, não faz sentido culpar o veículo por ter batido em um poste. Postes não atravessam ruas, tampouco veículos se dirigem a postes por vontade própria.

Entendendo pelo menos estes três mitos, vamos ao ponto em questão. Você deve aplicar em fundos de investimento quando deseja se aproveitar de uma ou mais destas quatro características:
1 – Liquidez;
2 – Produtos com elevado valor inicial para aplicação ou não disponíveis ao varejo;
3 – Diversificação;
4 – Especialização.

Por ser uma cesta de ativos e com vários clientes, o gestor consegue administrar melhor a liquidez.

Nos fundos, também é possível ter acesso a ativos que não são emitidos ao investidor de varejo ou cujo mínimo de aplicação é muito elevado. Por exemplo, emissões de renda fixa a investidores profissionais ou ofertas públicas com esforços restritos.

Por meio da aplicação em fundos, o investidor consegue com pequenos valores ter a possibilidade de diversificar em uma quantidade significativa de ativos. Se fosse fazer isso diretamente nas mesmas proporções, precisaria de milhares de Reais.

Por fim, em um fundo, o investidor conta com uma equipe especializada para selecionar e monitorar os investimentos.

Por estas características há um custo. O custo pode ser visto como a taxa condominial em condomínios de prédios. Os moradores de um prédio precisam pagar um custo que é dividido por todos. O mesmo ocorre em um fundo de investimento.

Assim como em condomínios, às vezes, este custo em fundos, também, pode ser mais elevado que os benefícios prometidos. Nestes casos, basta procurar outro que tenha custos condizentes.

A grande falha dos investidores e que muitas vezes acaba gerando frustração é a má escolha de fundos. Novamente, é mais fácil culpar o veículo, que culpar o motorista que o escolheu. Em um próximo artigo, abordarei sobre o processo de escolha de fundos de investimento.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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Livro: A Jornada para sua independência Financeira

Sumário

Introdução
Entenda como você alcançará sua independência financeira
Viver de renda é o último passo da jornada para a independência financeira
Estas são as maiores dúvidas sobre a jornada para a independência

Parte 1 Construção do plano
Capítulo 1 O primeiro passo na construção do plano para a independência financeira
Capítulo 2 Como definir a taxa de retorno em seu plano para a independência?
Capítulo 3 Descubra qual patrimônio necessário para alcançar sua independência financeira
Capítulo 4 Na jornada para sua independência, não despreze a importância deste fator
Capítulo 5 Entenda as duas formas que eu apliquei para elevar minha capacidade de poupança
Capítulo 6 Se você dobra este fator, seu patrimônio pode multiplicar muito mais
Capítulo 7 Juntando os pontos para construir seu plano

Parte 2 Montando a carteira para te levar à independência financeira
Capítulo 8 Antes de realizar qualquer investimento, defina estes dois fatores
Capítulo 9 Para que seus investimentos ganhem do CDI, você precisa fazer duas escolhas; entenda
Renda Fixa
Capítulo 10 Você não deve montar uma carteira de renda se quer chegar ao patrimônio para viver de renda
Capítulo 11 Evite estes dois erros comuns a investidores de renda fixa
Capítulo 12 Na renda fixa, compensa investir em crédito privado em relação ao público?
Capítulo 13 Descubra como ganhar o prêmio da renda fixa privada, mas com baixo risco
Capítulo 14 Esta é a forma mais simples de planejar sua independência financeira com renda fixa
Capítulo 15 Com nossas taxas de juros, descubra se compensa investir em dólar
Renda Variável
Capítulo 16 Correr risco pode acelerar sua jornada para a independência financeira
Capítulo 17 O que é e como surgiram os fundos multimercados?
Capítulo 18 Entenda como selecionar fundos multimercados
Capítulo 19 Imóveis são um investimento adequado para se alcançar a independência financeira?
Capítulo 20 Fundos imobiliários são investimentos mais adequados que imóveis, mas a maioria prefere o pior; entenda
Capítulo 21 Estes fundos imobiliários se assemelham mais a fundos de renda fixa
Capítulo 22 Na seleção de Fundos Imobiliários, cuidado com este indicador
Capítulo 23 Descubra os cinco indicadores que você não pode desconsiderar em fundos imobiliários de papel
...
Capítulo 26 Ações
Capítulo 27 Investimentos Alternativos
Capítulo 28 Quando devo trocar um investimento de risco que não está desempenhando?
Fundos de investimentos e Previdência Privada
Capítulo 29 Descubra quando vale a pena investir em fundos de investimentos
Capítulo 30 Entenda os cinco passos para selecionar fundos de investimentos
...
Capítulo 33 Fundos multimercados decepcionam no semestre; o que fazer?

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