25/06/2016 14h00

Lá se vão 22 anos desde a inauguração do Spot, já um clássico nesta cidade em que não há tantos assim. O restaurante ocupou, em 1994, o lugar do insosso Praça Paulista, que ganhou reforma arquitetônica de André Wainer, logotipo de Rafic Farah e o teto, que virou uma de suas marcas registradas.

Fui desde o início assíduo frequentador do Spot. Tinha conhecido Maria Helena Guimarães, uma das sócias do lugar, pouco depois de chegar a São Paulo, em 1984. Era amiga da generosa turma que me recebeu na Pauliceia -numa época em que o Ritz, que ela fundara com o marido Artur, bombava.

Maria Helena morou em Londres nos anos 60, onde, entre outras coisas, fazia jantares. Foi quem apresentou Jorge Mautner a Caetano Veloso (e certamente os habitués do Spot já viram em alguma noite o autor de "Alegria, Alegria" sentado ali).

Esse lado "tropicalista", da proprietária elegante e espirituosa ajudou o Spot a se tornar um lugar frequentado por gente do meio cultural -não esqueço, aliás, o lançamento de "Lábia", livro de Waly Salomão, que aconteceu no restaurante, em 1998, com a insuperável presença do autor.

Bem, o tempo passa. E vai passando bem para o Spot. O restaurante mantém uma regularidade impressionante e também seu astral cool, internacional, com os jovens e bonitos garçons e garçonetes, aquela praça, a fonte, os prédios e a hortazinha de ervas ao lado.

Talvez hoje o público tenha se tornado um pouco mais bem-comportado, não sei -mas é o que parece me dizer aquele homem de anel no dedo mínimo à mesa ao lado, que fala com a moça sem despregar o olho de seu megamaster smartphone.

Fazia um tempinho que não ia lá. Vi que os pratos fundadores continuam firmes -mas aproveitei para experimentar o que para mim era novidade: costeletas acompanhadas de arroz selvagem com aspargos, grão-de-bico e gostinho de folha nova de limoeiro ao fundo. Valeu.

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SPOT
Al. Min. Rocha Azevedo, 72, Cerqueira César, região oeste, tel. 3284-6131