De Grão em Grão

Como cuidar do seu dinheiro, poupar e planejar o futuro

De Grão em Grão - Michael Viriato
Michael Viriato

Descubra como alavancar seu patrimônio financeiro, caso o pior ocorra

Seguros são uma excepcional ferramenta de administração de riscos e alavancagem de patrimônio

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Ninguém começa a jornada para a independência financeira com o patrimônio que precisa ter ao fim da jornada. Afinal, não haveria jornada se já estivéssemos onde desejamos chegar. O problema é que quase nenhuma jornada evolui exatamente como previsto. Desta forma, descrevo como você pode antecipar o patrimônio final, caso alguns percalços ocorram pelo caminho.

Seguros são uma excepcional ferramenta de administração de riscos e alavancagem de patrimônio. REUTERS/Brendan McDermid ORG XMIT: PPP - NYK528 - REUTERS

A jornada para a independência financeira costuma demorar entre 10 e 30 anos. Como falei anteriormente, este tempo depende do momento em que começa e de seu objetivo final.

Com todo este prazo, não é possível prever tudo o que pode ocorrer de errado até o final de sua jornada. Tampouco, é inviável cobrir todos os riscos que, eventualmente, possam surgir até lá.

Alguns destes riscos podem impedir que você, definitivamente, não alcance sua independência financeira. Vou dar um exemplo, mas que pode ser estendido a casos similares.

Considere um médico cirurgião. Há várias formas de este profissional ganhar dinheiro. Entretanto, a habilidade de manipular instrumentos médicos para a realização de cirurgias é essencial para manutenção de sua renda.

Logo, o que ocorreria se por algum motivo um acidente ou enfermidade em suas mãos o impedisse de realizar novas cirurgias?

Sua renda e seu plano inicial estariam comprometidos.

Alavancar seu patrimônio financeiro com seguro é você fazer com que hoje seu patrimônio seja do tamanho necessário caso algo ocorra. Por exemplo, uma invalidez funcional por acidente ou doença.

Imagine que esse um médico cirurgião tem 35 anos, ganha R$ 30 mil por mês, tem um patrimônio de R$ 500 mil e pretende se aposentar aos 60 anos.

Considerando uma taxa de juro real de 6% ao ano, ele precisaria poupar R$ 4 mil mensais, pelos próximos 25 anos, para ter uma renda de R$30 mil mensais a partir dos 60 anos, atingindo, assim, sua independência financeira.

Ao completar os 60 anos, ele terá um patrimônio de R$ 5 milhões a valores de hoje.

Se ocorresse algo que inviabilizasse o trabalho com suas mãos para a realização de cirurgias, ele ainda poderia lecionar, dar consultas clínicas e realizar outras atividades médicas. Entretanto, possivelmente, sua renda poderia diminuir em relação ao que é hoje. Por exemplo, considere que ele perca a capacidade de poupança em 50%. Logo, ele só conseguiria poupar R$ 2 mil mensais.

Isso significa que seu plano inicial estaria comprometido. Aos 60 anos, ele atingiria um patrimônio de apenas R$ 3,6 milhões.

Para que ele atinja o mesmo patrimônio de R$ 5 milhões, considerando a capacidade de poupança de apenas R$ 2 mil mensais, ele precisaria ter R$ 1,4 milhões de patrimônio hoje.

Logo, ele precisaria ter R$ 900 mil a mais do que possui hoje. Ou seja, ele precisaria quase triplicar seu patrimônio instantaneamente. Parece improvável.

Entretanto, ele poderia sim alavancar seu patrimônio para o valor de R$ 1,4 milhão se tivesse feito um seguro contra invalidez por acidente ou doença.

Para este médico, este seguro com capital de R$ 1 milhão, custaria por volta de R$ 155,00 mensais.

Portanto, com apenas R$ 155 mensais, você pode alavancar seu portfólio financeiro em R$ 1 milhão, caso o pior ocorra. Esta não é a única forma de alavancagem com seguro, mas o objetivo era trazer um exemplo prático.

Provavelmente, o valor deste seguro é menos da metade do custo do seguro de automóvel que este mesmo médico possui.

Alguém pode argumentar que a probabilidade de ocorrer algo é baixa. Sim, mas o impacto é significativo.

Na matriz de riscos, existem quatro quadrantes a se administrar. Vou aprofundar sobre esta matriz em um próximo artigo, pois será fundamental no plano para a independência. Mas, vou exemplificar agora.

Se você é um motorista cauteloso, acidentes de carro possuem baixa probabilidade de ocorrência e baixo impacto financeiro. O ativo mais valioso está dentro do carro, ou seja, você e sua família.

Neste exemplo do seguro de carro, também existe a alavancagem de seu portfólio financeiro, mas muito menor. Considerando um seguro com prêmio de R$ 4 mil no ano, o capital segurado deve ser de R$ 100 mil para seu veículo e de mais R$ 100 mil para terceiros. Portanto, R$ 200 mil no total.

No caso de um acidente pessoal de um médico que comprometa suas mãos, podemos dizer que também tem baixa probabilidade de ocorrência, mas possui alto impacto financeiro.

Portanto, é muito mais racional para este médico assumir o risco do carro, mas transferir o risco do acidente pessoal para um terceiro.

Seguros são uma excepcional ferramenta de administração de riscos. Nesta administração de risco, você escolhe quais riscos deseja você mesmo assumir e quais deseja transferir. Na transferência do risco, você alavanca seu portfólio financeiro, caso o pior ocorra.

Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.

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