Mundo afora, podem até existir copos com desenho semelhante, mas pequenino, com espaço para acomodar pouco menos de 200 mililitros de líquido, só mesmo o americano, que, apesar do nome, é brasileiro.
Emblemático, o utensílio foi criado há exatos 70 anos pelo empresário Nadir Figueiredo. À frente de uma indústria que produzia equipamentos elétricos desde 1912, Figueiredo ergueu, na década de 1930, uma grande fábrica na Vila Maria, na zona norte paulistana. Ali foram instaladas prensas trazidas dos Estados Unidos (daí o adjetivo que batizou o copinho) e que começaram a moldar os produtos que se tornariam o carro-chefe.
Os primeiros copos foram elaborados em maquinário rudimentar que, a cada turno de oito horas, fabricava mil unidades. Hoje, a empresa tem capacidade para produzir 400 copos por minuto.
Popular, o copo americano desliza com desenvoltura sobre o balcão da padaria, é apoiado sem cerimônia sobre a mesa do boteco, serve de medida para receitas domésticas e não para de ocupar outras searas. Desde 2008, ganha novas versões (atualmente são dez), com diferentes tamanhos e cores, e se desdobra em tigelas e xícaras, usadas em casas e restaurantes de todo o país. Mas é o original que segue imbatível ao acomodar a dose certa para o cafezinho não esfriar e para a cerveja gelada não esquentar.